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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Mata Atlântica

Quando os primeiros seres humanos ditos civilizados do continente europeu se depararam com o atual território brasileiro a mais de 500 anos atrás, o conjunto de florestas conhecido popularmente como Mata Atlântica dominava uma extensão territorial superior a 1,3 milhão de km². Durante muito tempo gerações inteiras puderam vislumbrar a magnitude imponente daquela floresta, com sua gigantesca biodiversidade, suas árvores, animais e solo fértil.

A relação entre seres humanos e natureza parece que sempre se deu de forma fria e desigual, humanos x natureza. A exploração predatória e perdulária dos recursos naturais e florestais sempre fizeram parte da história do homem. No Brasil, os diversos “ciclos” econômicos, tais como o do ouro, o da cana-de-açúcar, o do café devastaram enormes áreas florestais a quiçá do egoísmo e a gula humana, a conversão de áreas para atividades agropastoris e polos silviculturais e um ligeiro processo de industrialização e urbanização legaram a sociedade porções ínfimas da floresta ao longo do território.

Ao estudar a curta História do Brasil, a evolução de sua sociedade, verificamos a História da devastação, depredação e dilapidação de sua natureza, de sua floresta, de seu meio ambiente. São 500 anos ininterruptos de ocupação sem a menor preocupação ambiental e que levaram a Mata Atlântica a sua quase extinção total. Os motivos e contextos são obviamente variados, mas nunca se devastou tanto quanto no período da expansão cafeeira do século XIX e da ditadura militar de 1964-1985. Durante o período militar, a política desenvolvimentista que atingiu o auge na década de 70 incentivou a construção de grandes hidrelétricas, pontes, rodovias, barragens, usinas nucleares, expansão agrícola desenfreada, implementação de grandes conglomerados industriais, a exemplo de Cubatão. Assim, áreas gigantescas de florestas com sua megadiversidade, foram simplesmente dizimadas contribuindo como nunca para a sua fatídica fragmentação e fragilização.

Hoje o que temos para ver e conhecer da antiga Mata Atlântica são apenas 7% do que restou-se, é que desta porcentagem podemos considerar como floresta primária. Seu território original passa por 17 Estados brasileiros incluindo as maiores metrópoles (e consequentemente as cidades mais poluidoras) do país, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba, num espaço total onde habitam mais de 108 milhões de pessoas agregando três mil municípios.

Apesar de sua eminente extinção e da consciência de órgãos governamentais e civis, ainda se continua devastando a Mata Atlântica. Em 1997 foram retirados da região da Serra da Cantareira em São Paulo – considerada a maior floresta urbana do mundo – um milhão de árvores. Na região litorânea a situação não é menos caótica para a floresta, especulação imobiliária, pressão demográfica e ocupação desregrada estimulam a degradação ambiental.

As atuais áreas de conservação de Mata Atlântica são somente remanescentes patéticos do que foi antes uma grande floresta. O que podemos fazer é tentar aprender com os erros do desenvolvimento de nossas sociedades. Neste aspecto não podemos deixar que uma floresta com o porte do que é ainda hoje a Floresta Amazônica, desaparecer em meio a concreto, indústrias, poluição, superpopulação e campos imensos de agricultura monocultora de exportação: a pura manifestação do desenvolvimento insustentável do ser humano. Neste sentido, o estudo da História da Mata Atlântica pode trazer às pessoas o potencial de conhecimento necessário para o aprimoramento de nossa relação com toda a natureza. Ou queremos continuar o nosso desenvolvimento falacioso e passar literalmente por cima de mais uma rica floresta como estamos fazendo a séculos?

Amílson Barbosa Henriques
Colunista Brasil Escola

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