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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Nova Zelândia


Bandeira da Nova Zelândia
A Nova Zelândia é um país formado por duas grandes ilhas: Ilha do Norte e Ilha do Sul, que são separadas pelo estreito de Cook. Esses dois territórios estão localizados no sul da Oceania, sendo considerados como parte da Polinésia.
A maioria da população está concentrada na Ilha do Norte, pois essa porção do território apresenta características físicas mais propícias para a habitação. Cortada por uma cadeia montanhosa, os Alpes do Sul, a Ilha do Sul é chamada pela população nativa de Aotearoa (terra da longa nuvem branca).
A Nova Zelândia apresenta elevado grau de industrialização. O país possui grandes rebanhos de ovinos, bovinos e suínos, proporcionando a produção de lã, carne e laticínios. Outro destaque para a economia nacional são as reservas de petróleo, carvão e gás natural.
As belezas naturais da Nova Zelândia atraem milhões de turistas, fato que tornou o turismo uma atividade de fundamental importância para obtenção de receitas financeiras para o país.
Políticas de bem-estar social são desenvolvidas na Nova Zelândia, proporcionando elevados indicadores sociais. A expectativa de vida da população nacional é uma das mais elevadas do planeta: 80 anos. O país apresenta baixos índices de analfabetismo e a mortalidade infantil é de apenas 4 óbitos a cada mil nascidos vivos.

Brasão de Armas da Nova Zelândia
Dados da Nova Zelândia:
Extensão territorial: 270.986 km².
Localização: Oceania.
Capital: Wellington.
Clima: Temperado oceânico.
Governo: Monarquia parlamentarista.
Divisão administrativa: Duas ilhas (do Norte e do Sul)
Idioma: Inglês e Maori (oficiais).
Religião: Cristianismo 74,8% (protestantes 20,2%, anglicanos 16,3%, sem filiação 18%, católicos 11,2%, outros 9,1%), sem religião 20,3%, outras 3,5%, ateísmo 1,4%.
População: 4.266.498 habitantes. (Homens: 2.107.347; Mulheres: 2.159.151).
Composição: Europeus 86% (principais: britânicos), maoris 10%, samoanos e polinésios 4%.
Densidade demográfica: 15,7 hab/km².
Taxa média anual de crescimento populacional: 0,9%.
População residente em área urbana: 86,65%.
População residente em área rural: 13,35%.
População subnutrida: menor que 5%.
Esperança de vida ao nascer: 80 anos.
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,907 (muito alto) - 3° lugar no ranking mundial.
Moeda: Dólar neozelandês.
Produto Interno Bruto (PIB): 130 bilhões de dólares.
PIB per capita: 31.219 dólares.
Relações exteriores: Apec, Banco Mundial, Comunidade Britânica, FMI, OCDE, OMC, ONU.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Omã


Bandeira de Omã
Localizado no extremo leste do Oriente Médio, Omã é formado por dois territórios descontínuos (a península de Musadem está situada nos Emirados Árabes Unidos). O país possui posição geográfica estratégica: na entrada do golfo Pérsico. O território maior limita-se com os Emirados Árabes Unidos (a noroeste), Arábia Saudita (a oeste), Iêmen (ao sul), golfo de Omã (ao norte) e com o mar Arábico (a leste).
A economia nacional baseia-se na produção e exportação de petróleo e gás natural. Esses dois produtos são responsáveis por aproximadamente 85% das exportações, fato que fortalece o Produto Interno Bruto (PIB). Entretanto, o país tem diversificado sua economia, visto que as reservas de petróleo irão se esgotar. Sua estabilidade política tem proporcionado a realização de investimentos estrangeiros na modernização industrial.
Omã tem conseguido obter evoluções em alguns aspectos sociais, como, por exemplo, a taxa de mortalidade infantil, que está em constante declínio e, atualmente, é de 12 óbitos a cada mil nascidos vivos. Entretanto, alguns problemas persistem: o índice de analfabetismo continua elevado: 16%.
 

Brasão de Armas de Omã
Dados de Omã:
Extensão territorial: 212.457 km².
Localização: Oriente Médio.
Capital: Mascate.
Clima: Árido tropical.
Governo: Monarquia islâmica (sultanato).
Divisão administrativa: 4 governadorias e 5 regiões, subdivididas em 61 províncias.
Idioma: Árabe (oficial).
Religiões: Islamismo 89,1%, hinduísmo 6%, cristianismo 2,9%, outras 1,8%, sem religião e ateísmo 0,2%.
População: 2.845.415 habitantes. (Homens: 1.605.162; Mulheres: 1.240.253).
Composição: Árabes omanis 73,5%, paquistaneses 21%, outros 5,5%.
Densidade demográfica: 13,3 hab/km².
Taxa média anual de crescimento populacional: 2%.
População residente em área urbana: 71,63%.
População residente em área rural: 28,37%.
Esperança de vida ao nascer: 75,3 anos.
Moeda: Rial omani.
Produto Interno Bruto (PIB): 35,7 bilhões de dólares.
PIB per capita: 12.270 dólares.
Relações exteriores: Banco Mundial, FMI, OMC, ONU.
 

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Palau


Bandeira de Palau
Formada por mais de 300 ilhas no oceano Pacífico, localizada na porção noroeste da Oceania, a República do Palau integra o arquipélago das Carolinas, com a Federação dos Estados da Micronésia.
O território já foi ocupado por diversos países: Espanha, Alemanha, Japão e Estados Unidos (que promoveram diversos testes nucleares na região da Micronésia). Após a realização de um plebiscito em 1978, o país obteve sua autonomia, entretanto, os estadunidenses são responsáveis pela defesa e segurança nacional.
Dotado de belas paisagens naturais, o território palauano possui um litoral com águas translúcidas, abrigando a vida coralina e marinha mais rica do planeta, com 1,5 mil espécies de peixes e 700 tipos de coral.

Praia de Palau
As belezas naturais atraem vários turistas, sendo essa, juntamente com a ajuda financeira dos Estados Unidos e a pesca, a principal fonte de receitas do país. Outros elementos importantes para a economia são: a produção de coco, mandioca e banana.
O contingente populacional é de 20,3 mil habitantes e a maioria reside em áreas urbanas (81,7%). A taxa de mortalidade infantil é de 9 para cada mil nascidos vivos; o índice de analfabetismo é de 8,2%.

Brasão de Armas de Palau
Dados de Palau:
Extensão territorial: 459 km².
Localização: Oceania.
Capital: Melekeok.
Clima: Tropical.
Governo: República presidencialista.
Divisão administrativa: 16 estados.
Idiomas: Inglês e palauense (oficiais), línguas regionais.
Religiões: Cristianismo 95,2% (católicos 43,1%, protestantes 30,2%, independentes 15,2%, outros 6,7%), outras 2,5%, sem religião 2,3%.
População: 20.397 habitantes. (Homens: 10.939; Mulheres: 9.458).
Composição: Palauenses 83,2%, filipinos 9,8%, micronésios 2%, chineses 1,2%, europeus meridionais 0,8%, outros 3%.
Densidade demográfica: 44,4 hab/km².
Taxa média anual de crescimento populacional: 0,3%.
População residente em área urbana: 81,7%.
População residente em área rural: 18,3%.
Esperança de vida ao nascer: 69,4 anos.
Domicílios com acesso à água potável: 89%.
Domicílios com acesso à rede sanitária: 67%.
Moeda: Dólar americano.
Produto Interno Bruto (PIB): 182 milhões de dólares.
PIB per capita: 8.376 dólares.
Relações exteriores: Banco Mundial, FMI, ONU.
 

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Panamá


Bandeira do Panamá
Localizado na porção continental da América Central, o Panamá limita-se com a Colômbia (a leste) e com a Costa Rica (a oeste), além de ser banhado pelo mar do Caribe e oceano Pacífico. O território panamenho consiste no ponto mais estreito do istmo que liga o continente americano.
Com 82 quilômetros de extensão, o canal do Panamá proporciona acesso entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Os Estados Unidos controlaram esse canal desde sua inauguração, em 1914, até o ano 2000, quando vigorou o acordo de Omar Torrijos (chefe da Guarda Nacional do Panamá) com os Estados Unidos, onde foi firmada a passagem do controle do canal ao Panamá.
Atualmente, mais de 14 mil embarcações cruzam o canal por ano, correspondendo a 5% do comércio marítimo mundial, fato que contribui bastante para a economia nacional, através do registro dos navios mercantes.
O segmento de serviços é responsável por aproximadamente 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Outro elemento importante são os recursos econômicos oriundos da zona de livre comércio de Colón.
A nação possui alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,755. O índice de analfabetismo é de 6,6% e a taxa de mortalidade infantil é de 17 óbitos a cada mil nascidos vivos.

Brasão de Armas do Panamá
Dados do Panamá:
Extensão territorial: 75.517 km².
Localização: América Central.
Capital: Cidade do Panamá.
Clima: Equatorial.
Governo: República presidencialista.
Divisão administrativa: 9 províncias e 3 reservas indígenas autônomas.
Idioma: Espanhol (oficial).
Religiões: Cristianismo 87,6% (católicos 71,8%, protestantes 15,1%, outros 0,7%), islamismo 4,4%, outras 4,5%, sem religião e ateísmo 3,5%.
População: 3.453.898 habitantes. (Homens: 1.741.246; Mulheres: 1.712.652).
Composição: Eurameríndios 70%, ameríndios 20%, europeus ibéricos 10%.
Densidade demográfica: 45,7 hab/km².
Taxa média anual de crescimento populacional: 1,6%.
População residente em área urbana: 74,07%.
População residente em área rural: 25,93%.
População subnutrida: 17%.
Esperança de vida ao nascer: 75,3 anos.
Domicílios com acesso à água potável: 92%.
Domicílios com acesso à rede sanitária: 74%.
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,755.
Moeda: Balboa.
Produto Interno Bruto (PIB): 23,1 bilhões de dólares.
PIB per capita: 5.904 dólares.
Relações exteriores: Banco Mundial, FMI, Grupo do Rio, OEA, OMC, ONU.
 

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Papua Nova Guiné


Bandeira de Papua Nova Guiné
Papua Nova Guiné, situado na Oceania, ocupa a segunda maior ilha do planeta (Nova Guiné), além do arquipélago de Bismarck e várias ilhas na Melanésia. Seu território está localizado ao norte da Austrália e possui uma única fronteira terrestre: a Indonésia, a oeste.
O país já foi ocupado por diferentes nações: Espanha, Portugal, Holanda, Alemanha, Reino Unido, Austrália e Japão. A independência foi obtida em 1975 e a nação passou a integrar a Comunidade Britânica – bloco formado pelo Reino Unido e suas ex-colônias.
Algumas ilhas de Papua Nova Guiné correm sério risco de serem submersas pelo aumento do nível do mar, provocado pelo aquecimento global. Exemplo desse fenômeno foi a remoção da população das ilhas Carteret, que se tornou inabitável e, em 15 anos, deve estar totalmente submersa.
A agricultura é responsável por captar mais de 70% da população economicamente ativa no país, em especial a de subsistência. Esse fato influencia na distribuição populacional: a maioria dos habitantes reside em áreas rurais (87,5%). A economia baseia-se na produção e exportação de ouro, cobre, petróleo, café e cacau.
Com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,431, o país ocupa o 137° lugar no ranking mundial, que é composto por 169 nações. Entre os vários problemas socioeconômicos estão: a maioria dos habitantes vive abaixo da linha de pobreza; a taxa de mortalidade infantil é de 49 para cada mil nascidos vivos; os serviços de saneamento ambiental são destinados a menos de 45% das residências e o índice de analfabetismo é de 45,8%.
 

Brasão de Armas de Papua Nova Guiné
Dados de Papua Nova Guiné:
Extensão territorial: 462.840 km².
Localização: Oceania.
Capital: Port Moresby.
Clima: Equatorial.
Governo: Monarquia parlamentarista.
Divisão administrativa: 19 províncias e uma região autônoma (Bougainville).
Idiomas: Inglês, inglês dialetal e motu (oficiais), línguas regionais.
Religiões: Cristianismo 94,8% (protestantes 54,6%, católicos 29,1%, outros 11,1%), crenças tradicionais 3,6%, outras 1,1%, sem religião e ateísmo 0,5%.
População: 6.732.159 habitantes. (Homens: 3.421.356; Mulheres: 3.310.803).
Composição: Papuas 84%, melanésios 15%, outros 1%.
Densidade demográfica: 14,5 hab/km².
Taxa média anual de crescimento populacional: 2,3%.
População residente em área urbana: 12,5%.
População residente em área rural: 87,5%.
Esperança de vida ao nascer: 57 anos.
Domicílios com acesso à água potável: 40%.
Domicílios com acesso à rede sanitária: 45%.
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,431 (baixo).
Moeda: Kina.
Produto Interno Bruto (PIB): 8,2 bilhões de dólares.
PIB per capita: 953 dólares.
Relações exteriores: Apec, Banco Mundial, Comunidade Britânica, FMI, FMI, OMC, ONU.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Paquistão


Bandeira do Paquistão
Localizado na Ásia, o Paquistão limita-se com a Índia (a leste), China (ao norte), Afeganistão e Irã (a oeste), além de ser banhado pelo Oceano Índico (ao sul). A porção norte do território nacional abriga uma parte da cordilheira do Himalaia.
Após ser colônia britânica, além de travar vários conflitos com a Índia (de maioria hindu), o Paquistão (de maioria mulçumana) se tornou um país autônomo em 14 de agosto de 1947. As tensões entre essas duas nações persistem, sendo, atualmente, a disputa pelo domínio da Caxemira o principal motivo. Os conflitos internos entre mulçumanos xiitas e sunitas agravam ainda mais a violência no país.
O Paquistão é altamente militarizado, possuindo, inclusive, armas nucleares. O país se envolveu em tensões políticas com os Estados Unidos por abrigar integrantes da milícia Taliban, perseguidos no Afeganistão.
Esse histórico de guerras influencia na economia nacional, que até 1947 era de pouca expressividade. Entretanto, o Paquistão tem apresentado um rápido crescimento econômico, com significativos aumentos no Produto Interno Bruto (PIB). O setor de serviços é o principal responsável pela captação de recursos financeiros; a agricultura é outro elemento essencial, visto que ela emprega mais de 50% da força de trabalho do país. Investimentos estrangeiros têm fortalecido os setores de telecomunicações, têxtil, construção naval, indústria bélica, produção de automóveis, entre outros.
 

Brasão de armas do Paquistão
Dados do Paquistão:
Extensão territorial: 796.095 km².
Localização: Ásia.
Capital: Islamabad.
Clima: Árido subtropical.
Governo: República parlamentarista.
Divisão administrativa: 4 províncias, a capital federal (Islamabad) e áreas tribais.
Idiomas: Urdu (oficial), punjabi, sindi, saricoli, inglês.
Religiões: Islamismo 96%, outras 4%.
População: 180.808.096 habitantes. (Homens: 93.101.700; Mulheres: 87.706.396).
Composição: Punjabis 49%, patanes 13%, sindis 13%, saricolis 10%, baluques 7%, outros 8%.
Densidade demográfica: 227 hab/km².
Taxa média anual de crescimento populacional: 2,2%.
População residente em área urbana: 36,56%.
População residente em área rural: 63,44%.
População subnutrida: 23%.
Esperança de vida ao nascer: 64,9 anos.
Domicílios com acesso à água potável: 90%.
Domicílios com acesso à rede sanitária: 58%.
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,490 (médio).
Moeda: Rupia paquistanesa.
Produto Interno Bruto (PIB): 168,3 bilhões de dólares.
PIB per capita: 996 dólares.
Relações exteriores: Banco Mundial, Comunidade Britânica, FMI, OMC, ONU.
 

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Paraguai

A ação colonizadora das missões jesuíticas, que permitiu a sobrevivência de grande proporção de índios guaranis, e o longo isolamento político do Paraguai depois da independência, conferiram ao país um caráter étnico peculiar, que o diferencia nitidamente de outras nações latino-americanas.
O Paraguai é um país interior, isto é, sem acesso direto ao mar. De forma irregular, alongada na direção noroeste-sudeste, ocupa uma superfície de 406.752km2. Limita-se ao norte e a noroeste com a Bolívia; a leste e nordeste com o Brasil; e ao sul, sudeste e oeste com a Argentina.

Geografia física

Relevo
O território paraguaio, em sua totalidade, pertence à grande bacia formada pelos rios Paraguai e Paraná. É constituído de planícies, e apenas na região leste aparecem formações montanhosas, de pouca elevação, estruturalmente ligadas ao planalto brasileiro.
O rio Paraguai, que corre no sentido norte-sul, divide o país em duas partes bastante distintas. A oeste estende-se o Chaco, uma monótona planície que se eleva imperceptivelmente das margens do rio até o altiplano boliviano. A enorme planície, que ocupa também partes do território da Argentina e da Bolívia, compreende quase dois terços do território paraguaio. A leste do rio Paraguai, o terreno eleva-se suavemente e forma uma região de colinas que, nos pontos mais altos das montanhas de Amambay e Mbaracayú, atingem 700m sobre o nível do mar. No sudeste, o terreno volta a descer em direção ao vale do rio Paraná, que em alguns pontos corre pelo planalto de mesmo nome, o que facilitou a construção de represas e usinas hidrelétricas.

Clima
O Paraguai é atravessado pelo trópico de Capricórnio. As temperaturas médias, durante o verão, oscilam entre 25o e 40o C, e no inverno entre 10o e 20o C. As chuvas são abundantes no verão, devido ao deslocamento das massas de ar úmido provenientes do Atlântico, e alcançam até 2.000mm anuais nas zonas altas da parte oriental do país. Nas margens do rio Paraguai, a média é de 1.200mm anuais; no Chaco, no extremo noroeste, de 500 mm.

Hidrografia
Três grandes rios convergem para o sul do país: o Pilcomayo, o Paraná e o Paraguai. Este último nasce no Brasil, atravessa extensas planícies de aluvião e divide o país em duas partes, oriental e ocidental. Em frente a Assunção, recebe o Pilcomayo, que, procedente da Bolívia, corre de noroeste a sudeste através do Grande Chaco. Embora caudaloso, o Pilcomayo é de regime muito irregular e, na estação seca, o fluxo de suas águas chega a interromper-se em algumas zonas pantanosas.
Também o rio Paraguai registra oscilações de caudal, mas é navegável em todo seu trecho paraguaio. Seus afluentes da margem ocidental, provindos do Chaco, só correm na estação chuvosa. Embora mais curtos, os da margem oriental, como o Apa, o Aquidabán, o Ypané, o Jejuí e o Tebicuary são de regime mais regular.
O Paraná, procedente do Brasil, é navegável em quase todo seu percurso no país e suas águas, represadas em vários pontos, alimentam a usina hidrelétrica de Itaipu. Em sua margem paraguaia, recebe o Monday e o Acaray.

Flora e fauna
Graças às temperaturas altas e à abundância de chuvas, a vegetação natural é frondosa nas colinas e planaltos da parte oriental do país. Há também amplas áreas cobertas de matas na parte do Chaco mais próxima ao rio Paraguai, mas em direção a oeste a paisagem torna-se mais seca e a grande planície cobre-se de cactos e outras plantas capazes de resistir à longa estação seca. No curso do rio Paraguai, extensas planícies baixas se inundam por vários meses a cada ano, o que impede o crescimento de árvores altas e dá origem a uma vegetação de ervas altas.
A fauna paraguaia, idêntica à do Centro-Oeste brasileiro, inclui a onça, muito freqüente no Chaco, o queixada, o cervo, tatu e tamanduá. Há também muitas espécies de pássaros e aves tropicais, como emas, seriemas, garças, tucanos e papagaios.

População
Em sua quase totalidade, a população paraguaia descende da mestiçagem entre índios guaranis e os conquistadores espanhóis. É por isso uma das mais homogêneas da América Latina, do ponto de vista étnico. A imigração sempre foi escassa e, excetuadas pequenas colônias de agricultores japoneses e de membros de seitas protestantes procedentes da Europa central e do Canadá, foi plenamente assimilada. A população indígena pura é representada por pequenos grupos humanos dispersos pela região do Chaco. Do meio milhão de habitantes que se calcula tivesse o país em meados do século XIX, a população se reduziu a menos de 200.000 na década de 1870, em conseqüência das guerras.
O crescimento nos cem anos seguintes, contudo, foi muito alto, decuplicando-se o número de habitantes apesar das perdas ocasionadas por nova guerra na década de 1930 e pelo êxodo representado pela fixação de centenas de milhares de paraguaios no Brasil e na Argentina. Um alto índice de natalidade, combinado com uma taxa de mortalidade decrescente, manteve elevado o crescimento demográfico no final do século XX.
Mais de 95% dos paraguaios residem no oeste do país, enquanto o imenso Chaco permanece praticamente despovoado. A capital, Assunção, é a única cidade que cresceu bastante, demográfica e comercialmente, no final do século XX. Outros núcleos são Lambaré, Fernando de la Mora, Villarrica e os portos fluviais de Concepción, no rio Paraguai, e Encarnación, no rio Paraná.
De crescimento recente, Pedro Juan Caballero, junto à fronteira com o Brasil, é o centro de uma zona de colonização agrícola, enquanto Ciudad del Este (antes Puerto Presidente Stroessner) deve seu desenvolvimento ao impulso econômico decorrente da construção da usina hidrelétrica de Itaipu e a sua posição como centro de comunicações fluviais e terrestres.

Economia
Agricultura, pecuária, pesca e extrativismo florestal. A metade da população ativa do Paraguai dedica-se ao setor primário, embora só uma pequena porção das terras aráveis seja cultivada. Os produtos mais importantes são mandioca, milho, cana-de-açúcar, soja, banana, algodão e, em menor escala, arroz, café, fumo, erva-mate e sementes oleaginosas. A cultura da soja experimentou grande crescimento em regiões do Alto Paraná e Itapúa, a ponto de converter o Paraguai em um dos principais exportadores mundiais do produto.
Há criação de porcos, carneiros, cavalos e aves, a do gado bovino tem importância maior. Este é criado extensivamente no Chaco oriental e no sul do país. Os grandes rios são muito piscosos, mas a pesca é praticada apenas de maneira artesanal. A exploração florestal aproveita numerosas espécies tropicais de madeira dura, como o quebracho-branco, de que se extrai o tanino.

Energia e mineração
Pobre de jazidas minerais, o país importa derivados de petróleo. A energia elétrica, que até o final da década de 1960 era obtida em centrais térmicas, com a queima de madeira e de óleo, experimentou a seguir um extraordinário incremento de produção, graças ao aproveitamento hidrelétrico da bacia do Paraná. A represa de Itaipu, uma das maiores do mundo, forma um grande lago artificial entre o Paraguai e o Brasil para alimentar a usina hidrelétrica do mesmo nome. Sua construção resultou de um tratado assinado em 1973.
Paraguai e Brasil dividem a energia ali produzida e a limitação do mercado paraguaio permite ao país exportar uma parte de sua quota de volta para o Brasil. Outros importantes projetos hidrelétricos são os de Yacyretá-Apipe e de Corpus, em conjunto com a Argentina, também no alto Paraná.

Indústria
O setor industrial paraguaio é pouco desenvolvido. Em sua maior parte compõe-se de fábricas transformadoras de produtos agrícolas e florestais, para a elaboração de óleos vegetais, tecidos de algodão, açúcar, bebidas alcoólicas, produtos têxteis e artigos de couro.
Finanças, comércio e turismo. O sistema financeiro do país é dominado pelo Banco Central do Paraguai, emissor do guarani, a moeda nacional. O Banco Nacional de Fomento e o Banco de Desenvolvimento do Paraguai dirigem prioritariamente suas atividades para a criação e manutenção de novas indústrias e atividades agrícolas. Além da eletricidade, os principais produtos de exportação são a soja, algodão, óleos vegetais, carne e produtos florestais. Argentina, Brasil e países da Europa ocidental são os principais compradores.

Transportes e comunicações
A rede fluvial paraguaia determinou historicamente as comunicações internas e externas do país, mas na segunda metade do século XX os transportes terrestres e aéreo experimentaram enorme desenvolvimento. Quatro grandes rodovias se entroncam em Assunção. Uma delas atravessa o Chaco até a fronteira boliviana, outra atravessa o rio Paraguai até a margem argentina, onde se liga à estrada para Buenos Aires. Uma terceira vai até Encarnación, no sul, e a última une a capital ao leste, e cruza o rio Paraná na ponte da Amizade, para em seguida juntar-se à estrada que atravessa o território brasileiro até o porto de Paranaguá PR, por onde é escoada grande quantidade das exportações paraguaias.
A estrada de ferro Presidente Carlos Antonio López une Assunção a Encarnación e se liga à rede ferroviária argentina por meio de um ferry-boat que cruza o Paraná. Os rios Paraguai e Paraná são sulcados por barcos mercantes e de passageiros. Do aeroporto internacional de Assunção partem linhas aéreas para as principais cidades do país e para o exterior.

História
Séculos antes que os primeiros exploradores europeus chegassem ao território que depois seria chamado Paraguai, a região situada entre os rios Paraguai e Paraná estava ocupada por tribos guaranis seminômades, que habitavam aldeias fortificadas.

Artigos de Paraguai

Peru


Lima, capital do Peru.
O Peru é um país sul-americano localizado no hemisfério sul ocidental, seu território é banhado pelo oceano Pacífico a oeste, limita-se ainda ao sul com o Chile; a leste, com o Brasil e a Bolívia; e a norte, com o Equador e a Colômbia.

O território do país abrange uma área de 1.285.216 km², onde vivem cerca de 29 milhões de habitantes. O país apresenta ao longo de sua superfície uma grande variedade de paisagens, variando em planícies, na costa do Pacifico; picos elevados, na Cordilheira dos Andes; e a Floresta Amazônica, no leste.
O Peru abriga o lago navegável mais alto do mundo, o Titicaca, com 3.821 metros de altitude.

O país apresenta diferentes características climáticas, próximo ao litoral praticamente não chove, onde se verifica duas estações: uma quente (novembro a março) e uma fria (abril a novembro). Na região da floresta Amazônica há um alto índice de pluviosidade.

A mineração figura como uma das principais atividades econômicas desenvolvidas no país, com destaque para exploração de prata, cobre, zinco e estanho. Na agricultura comercial os principais cultivos são de cana-de-açúcar, algodão, café e trigo. Na agricultura de subsistência os principais produtos são milho e batata. O país se destaca também na atividade pesqueira, é um dos maiores produtores de pescados do mundo.

A população peruana é majoritariamente constituída por ameríndios, respondendo por 45% do total de habitantes. Os mestiços (mistura entre ameríndios e europeus) respondem por 37% da população; descendentes de europeus, 15%; e o restante (3%) são africanos, japoneses e chineses.

Informações gerais

Nome: República do Peru.

Bandeira:

Brasão:

Gentílico: peruano (a).

Capital: Lima.

Língua oficial: espanhol e línguas cooficiais como quíchua e aimará.

Governo: República Presidencialista.

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,723 (alto).

Moeda: Nuevo Sol.

Site oficial: www.peru.gob.pe

Localização: oeste da América do Sul.

Religião: Cristianismo (92,5% de católicos e 5,5% protestantes) e outras religiões 2%.
 
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Polônia


Varsóvia, capital da Polônia.
Polônia, ou República da Polônia, é um país localizado no centro da Europa, situado no hemisfério norte oriental. Limita-se territorialmente ao sul com a República Theca e a Eslováquia; a leste, com a Ucrânia e Belarus; a oeste, com a Alemanha; e a norte, com o enclave russo Kaliningrado e o mar Báltico. Seu território ocupa uma área de 323.250 km², onde vive uma população de aproximadamente 38 milhões de habitantes.

A topografia da Polônia é suave, não apresenta grandes altitudes, a média é de 173 metros. O ponto mais elevado do país se encontra nos Montes Tatra, o pico chama-se Rysy, com 2.499 metros de altitude. A planície é atravessada por diversos rios, como o Vistula, Oder, Wadra e o Bug Ocidental. Há, aproximadamente, 9.300 lagos concentrados na porção norte do país.

Por estar localizada na zona temperada da Terra, a Polônia possui clima temperado, que apresenta invernos frios e chuvas frequentes, nos verões a temperatura é suave com frequente precipitação e trovoadas.

Na economia, a Polônia possui atividades produtivas variadas, que atuam na indústria naval, extração de carvão, aço, energia elétrica, porém a agricultura ocupa um lugar de destaque.

Na agricultura os principais produtos são: batata (7° produtor mundial), beterraba (açucareira), trigo, cevada, entre outros cereais. Na pecuária, as criações de maior destaque são de bovinos, suínos, caprinos e aves. A atividade mineradora produz, especialmente, gás natural, carvão, cobre, ouro, prata e enxofre. O setor industrial está envolvido na produção de máquinas elétricas, automóveis, produtos químicos, alimentos e bebidas.

O povo polonês é constituído etnicamente por 98,7% de poloneses; 0,6%, de ucranianos; e 0,7%, outros povos. Quanto à prática religiosa, grande parte da população polonesa segue o cristianismo, cerca de 92%, que é dividido em 90,5% de católicos, 1,5% de ortodoxos; e 8%, de outras religiões.

Dados gerais

Nome: República da Polônia.

Gentílico: polaco ou polonês.

Brasão:

Bandeira:

Capital: Varsóvia.

Governo: República Parlamentarista.

Ingresso na União Europeia: 14 de abril de 2004.

IDH (Índice de Desenvolvimento Humano): 0,795 (muito alto).

Esperança de vida: 75,3 anos.

Mortalidade infantil: 6,7 mortes / mil nasc.

Alfabetização: 99,8%

Moeda: zloty.

Site oficial: www.poland.pl
 
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Portugal


Lisboa, capital de Portugal.
Portugal, ou República Portuguesa, é um país europeu situado na Península Ibérica. Limita-se a leste e ao norte com a Espanha e ao sul e oeste com o oceano Atlântico. Seu território abrange uma área de 92.389 km², na qual vivem cerca de 10,7 milhões de habitantes.

O clima que predomina em Portugal é o mediterrâneo, é um dos mais quentes países da Europa. A vegetação é constituída basicamente por pinheiros, árvore castanheiro, sobreiro, azinheira, carvalho e eucalipto. Quanto à fauna, os principais animais são raposas, texugo, lince ibérico, lobo ibérico, cabra selvagem, gato selvagem, lebre, doninha, urso pardo, entre outros. São identificadas mais de 100 espécies de peixes de água doce.

Tradicionalmente, Portugal sempre teve uma forte ligação com a atividade agrícola, no entanto, atualmente sua economia se baseia nos setores de serviços e na indústria. Na agricultura o país se destaca na produção de oliveira, uva, trigo e milho, além das frutas como laranjas algarvias, pera-rocha, cereja, banana da madeira. O parque industrial português atua na transformação de produtos agrícolas e tecnologia, entre os quais se destacam as indústrias: têxteis, calçado, mobiliário, mármores, cerâmica, além de refinarias de petróleo, petroquímica, cimento, fabricação de automóveis e navios, entre muitas outras.

Originalmente os portugueses são compostos por celtas, iberos, celtiberos e lusitanos. Do total de habitantes (10 milhões), cerca de 5% são imigrantes de diversas origens, como brasileiros, ucranianos, além de outros oriundos de Cabo Verde, Moldávia, Romênia, Guiné-Bissau, Angola, Timor-Leste, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Rússia.

Informações gerais

Nome: República Portuguesa.

Gentílico: português e portuguesa.

Brasão:

Bandeira:

Capital: Lisboa.

Língua oficial: português.

Governo: Democracia Parlamentar.

Ingresso na União Europeia: 1° de janeiro de 1986.

População: cerca de 10,7 milhões.

IDH (Índice de Desenvolvimento Humano): 0,795 (muito alto).

Esperança de vida: 77,9 anos.

Mortalidade infantil: 4,92/mil nasc.

Alfabetização: 94,6%.

Moeda: euro.

Site oficial: www.portugal.gov.pt
 
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Artigos de Portugal

Portugal 2

Outros êxitos contribuíram para assegurar a independência do reino e despertar o interesse inglês por uma aliança, expressa em 1386 pelo Tratado de Windsor. Casou-se então D. João com Filipa, filha do duque de Lancaster, pretendente ao trono de Castela, por ser casado com uma filha de D. Pedro I o Cruel. A paz com Castela, porém, só se concluiria em 1411.
O fato mais significativo, no entanto, do longo reinado de D. João I, foi em 1415 à tomada de Ceuta, cidade do norte da África que servia de base aos piratas mouros que ameaçavam as primeiras incursões marítimas portuguesas. Participou dessa conquista o infante D. Henrique, um dos filhos do rei D. João I e notável incentivador da expansão marítima, então em seu albores.
Seguiram-se D. Duarte, que tentou em vão à conquista de Tânger, e D. Afonso V, durante cujo reinado se deu a ascensão da casa de Bragança, então proprietária de cerca de um terço do território português. Em 1481, assumiu o trono D. João II, cognominado o "Príncipe Perfeito", monarca enérgico e cioso de suas prerrogativas reais. Durante seu reinado, Diogo Cão descobriu a foz do rio Congo, em 1482, e quatro anos depois Bartolomeu Dias dobrou o cabo da Boa Esperança, no sul da África. Abria-se assim o caminho marítimo para as Índias, na época o objetivo máximo das navegações portuguesas.
Em 1494 foi assinado com a Espanha, e sob a arbitragem do papa espanhol Alexandre VI, o Tratado de Tordesilhas, que fixou a linha de demarcação das futuras colônias dos dois países.
Com a morte de D. João II, em 1495, sucedeu-lhe seu primo, o duque de Beja, D. Manuel I o Venturoso. Em cujo reinado, que durou até 1521, D. Manuel teve a glória de ver concretizado o sonho de alcançar a Índia por mar -- façanha realizada por Vasco da Gama, que em 1498 atingiu Calicut. Dois anos depois Pedro Álvares Cabral chegou à costa do Brasil e daí se dirigiu para a Índia, onde os portugueses estabeleceram um império comercial cuja maior figura foi Afonso de Albuquerque.
Ao buscar uma aproximação com a Espanha, devido à necessidade de defender seus interesses ultramarinos comuns, D. Manuel nutria a esperança de unir toda a península sob o cetro de Avis, para o que se casou com Isabel, filha dos reis da Espanha. Como condição para o enlace, foi-lhe exigido "purificar" Portugal dos judeus. Convertidos ao cristianismo, esses "cristão-novos" ou marranos, todavia, em 1506 foram massacrados em Lisboa, após o que se refugiaram na Holanda.
O filho de D. Manuel, D. João III -- que, para o Brasil, foi "o Colonizador" -- instalou em Portugal a Inquisição (o primeiro auto-de-fé realizou-se em 1540). Sucedeu-lhe seu neto D. Sebastião, levado pelos jesuítas ao fanatismo religioso e obcecado pela idéia de uma cruzada contra a África moura. A grande expedição que preparou foi inteiramente desbaratada em 4 de agosto de 1578, na batalha de Alcácer Quibir, em que o jovem monarca, de apenas 24 anos, desapareceu. Como nunca se acharam vestígios de seu corpo, surgiu daí o mito de seu regresso, e da tendência mística correspondente, o sebastianismo, que chegou até o século XX.
Ascendeu então ao trono seu tio-avô, o cardeal D. Henrique, que reinaria apenas dois anos. Com sua morte, em 1580, surgiu o problema sucessório, pois era celibatário e com ele findava a linha direta de Avis. Não faltaram pretendentes, entre os quais Filipe II, da Espanha (neto, por linha materna, de D. Manuel I). Ao morrer D. Henrique, Filipe ordenou a invasão de Portugal pelo duque de Alba. A resistência dos partidários de D. Antônio, prior do Crato (filho bastardo de um irmão de D. João III), foi dominada, e Filipe II tornou-se rei de Portugal, como Filipe I, reinando de 1580 a 1598.
União Ibérica (1580-1640). Os compromissos assumidos por Filipe II da Espanha no sentido de respeitar a autonomia portuguesa não foram respeitados por seus sucessores Filipe III (II de Portugal, que reinou de 1598 a 1621) e Filipe IV (III de Portugal, rei de 1621 a 1640).
O ressentimento português contra a dominação espanhola -- Filipe III e Filipe IV nem sequer se dignaram visitar o país -- aumentou com os prejuízos comerciais acarretados pelas guerras da Espanha e os impostos cobrados para custeá-las.
Na verdade, contudo, a administração de Portugal foi mantida separada da Espanha e poucos espanhóis foram nomeados para cargos portugueses. Duas insurreições -- uma em 1634 e outra em 1637 -- fracassaram, mas em 1640 a situação revelou-se propícia, pois a Espanha se achava em guerra com a França e às voltas com uma revolta interna, na Catalunha, que o conde-duque de Olivares pretendeu sufocar com tropas portuguesas. Assumia a chefia do movimento de libertação, que eclodiu a 1º de dezembro, o duque de Bragança. Duas semanas depois, expulsas as guarnições espanholas, foi ele coroado rei de Portugal, com o nome de D. João IV, que reinou de 1640 a 1656.
Dinastia de Bragança (1640-1910).
A ascensão da dinastia de Bragança foi confirmada pelas Cortes em janeiro de 1641. Em face da ameaça de invasão espanhola, D. João IV enviou missões a vários países em busca de auxílio. Em 26 de maio de 1644, em Montijo, os espanhóis foram derrotados e suas tentativas de invasão fracassaram. O auxílio da Inglaterra, em homens e armas, veio após o casamento, em 1662, de D. Catarina de Bragança, filha de D. João IV, com o rei inglês Carlos II. Depois de novas vitórias portuguesas (Ameixial, em 1663, e Montes Claros, em 1665), foi finalmente concluída a paz e reconhecida pela Espanha à restauração da independência de Portugal, firmada com o Tratado de Lisboa, em 1668.
Há esse tempo reinava D. Afonso VI (1656-1683), monarca infeliz, que sofria das faculdades mentais e viu-se traído pela esposa, Marie de Savoie-Nemours.
Esta conseguiu a anulação do casamento e logo contraiu núpcias com o irmão do rei, D. Pedro, declarado regente. D. Afonso foi lançado à prisão, e o irmão subiu ao trono como D. Pedro II. Em seu reinado, de 1683 a 1706, Portugal começou a recuperar-se dos esforços e tensões das lutas contra a Espanha, e a sentir os efeitos da descoberta de ouro no Brasil. Assinou-se, nesse período, com a Grã-Bretanha, o Tratado de Methuen (1703), pelo qual a troca de vinho do Porto por tecidos de lã ingleses se tornou a base do comércio anglo-luso, em prejuízo da incipiente manufatura têxtil portuguesa.
No reinado de D. João V, de 1706 a 1750, Portugal alcançou notável prosperidade. O quinto, imposto cobrado sobre as pedras e metais preciosos do Brasil, proporcionava à monarquia uma fonte de riqueza independente. As Cortes, que desde 1640 já se vinham reunindo irregularmente, não mais foram convocadas: o governo passou a ser exercido por ministros nomeados pelo rei, pessoalmente pouco interessado na administração. Construíram-se academias, bibliotecas, palácios, igrejas suntuosas. Em 1716 o arcebispo de Lisboa tornou-se patriarca e o rei recebeu do papa o título de S. M. Fidelíssima. No fim do reinado, no entanto, em grande parte devido à incompetência dos ministros, o país entrou em fase de estagnação.
A recuperação dar-se-ia no reinado seguinte, de D. José I, de 1750 a 1777. D. José nomeou como primeiro-ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, depois conde de Oeiras e marquês de Pombal, que logrou uma ascendência completa sobre o monarca e instaurou no reino um regime de despotismo esclarecido. Realizou amplas reformas no comércio de açúcar e diamantes, fundou a indústria da seda, em 1755 enfrentou com eficácia a crise causada pelo terremoto que devastou Lisboa e criou no Algarve a Companhia da Pescaria do Atum e da Sardinha e a Companhia do Grão-Pará e Maranhão, que monopolizou o comércio com o norte do Brasil.
Veio depois o estabelecimento da Junta de Comércio, com poderes para restringir os privilégios gozados por mercadores ingleses a partir dos tratados de 1654 e 1661, e a criação da Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro, assim como a reforma, em 1772, da Universidade de Coimbra. Os métodos de Pombal, no entanto, eram arbitrários e, por vezes, cruéis. Em 1759 expulsou dos domínios portugueses os padres jesuítas e perseguiu alguns membros da nobreza. A ditadura pombalina encerrou-se com a morte do rei e a ascensão ao trono de sua filha, D. Maria I, em 1777. Após a renúncia de Pombal, deu-se o retorno dos jesuítas, e o Tratado de Santo Ildefonso selou a paz com a Espanha, que em 1762 invadira Portugal.
Decorridos 15 anos de seu reinado, D. Maria I enlouqueceu. Seu filho -- o futuro D. João VI -- começou então a governar em seu nome e em 1799 tornou-se príncipe-regente. Nesse mesmo ano, em novembro, Napoleão Bonaparte tomava o poder na França. Dois anos depois, a Espanha, instigada pelos franceses, invadiu Portugal. Pela Paz de Badajoz, firmada em junho de 1801, Portugal perdeu a cidade de Olivença.
Nos anos seguintes, o país esteve sob forte pressão para romper suas relações com o Reino Unido. Em 1806 Napoleão decretou o bloqueio continental, pelo qual pretendia fechar os portos europeus aos navios ingleses. Portugal procurou manter-se neutro, mas pelo tratado secreto franco-espanhol de Fontainebleau, firmado em outubro de 1807 por Napoleão e Carlos IV da Espanha, projetara-se o desmembramento da nação portuguesa.
Seguiu-se a invasão francesa de Portugal, comandada pelo general Andoche Junot, ex-embaixador da França em Lisboa.
Na manhã de 27 de novembro de 1807 o príncipe-regente, acompanhado da família e da corte, embarcava na esquadra portuguesa que, escoltada por navios ingleses, levou-o para o Brasil. Junot declarou deposta a dinastia de Bragança, mas já em agosto de 1808 desembarcava na baía do Mondego, à frente de 13.500 soldados britânicos, Sir Arthur Wellesley (futuro duque de Wellington), que no mesmo mês alcançou as vitórias de Roliça e Vimeiro. Pela Convenção de Sintra, assinada depois, permitiu-se a Junot retirar-se de Portugal com suas tropas.
Em 1808, uma segunda invasão francesa, comandada pelo marechal Nicolas-Jean de Dieu Soult, resultou na ocupação temporária e saque da cidade do Porto. Diante da aproximação de Wellesley, mais uma vez os franceses se retiraram. Em agosto de 1810 deu-se a terceira invasão francesa. Comandava-a o marechal André Masséna, acompanhado do marechal Michel Ney e do general Junot. Novas vitórias foram alcançadas por Wellington, em Bussaco e Torres Vedras. Em março de 1811, Masséna ordenou a retirada, sob perseguição das forças anglo-lusas, e em abril os franceses cruzaram a fronteira, deixando definitivamente o território português. A paz com a França foi assinada em maio de 1814.
Portugal esteve representado no Congresso de Viena, embora sem desempenhar papel relevante. Já os tratados anglo-portugueses assinados entre 1809 e 1817 tiveram certa influência sobre o futuro da África. Os esforços ingleses para obter a colaboração de Portugal na supressão do tráfico de escravos resultaram no tratado de 22 de janeiro de 1815 e na convenção adicional de 1817, em que eram reconhecidas as reivindicações portuguesas sobre parte considerável do continente africano.
Constitucionalismo. As campanhas napoleônicas haviam causado grandes danos em Portugal. A ausência da família real e a presença de um comandante estrangeiro (o inglês William Carr Beresford) à frente do Exército português, associadas à agitação revolucionária e influências liberais, produziram um ambiente de descontentamento e inquietação.
Em dezembro de 1815 o Brasil foi elevado à categoria de reino unido ao de Portugal e Algarve e D. João VI -- que subira ao trono em março de 1816, em conseqüência do falecimento de sua mãe -- não demonstrava a menor intenção de regressar a Portugal. Em 1817, Beresford debelou uma conspiração em Lisboa e fez executar o líder maçônico general Gomes Freire de Andrade.
A agitação cresceu. E quando o próprio Beresford viajou ao Brasil a fim de advogar a volta do rei, em agosto de 1820 eclodiu no Porto uma revolução constitucionalista, que se propagou e levou à formação, em Lisboa, da Junta Provisional do Governo Supremo do Reino. Oficiais britânicos foram expulsos do Exército, e convocou-se a Assembléia Constituinte, que elaborou uma constituição democrática.
Em julho de 1821, D. João VI, depois de vencer a relutância em voltar a atravessar o Atlântico, desembarcou em Lisboa. Jurou manter a constituição, mas sua esposa, D. Carlota Joaquina, e seu segundo filho, D. Miguel, negaram-se a fazê-lo. O filho mais velho, D. Pedro, ficara, por decisão paterna, à frente do governo brasileiro. Os constitucionalistas portugueses, em desacordo com o desejo brasileiro de não retornar à antiga situação de colônia, procuraram obrigar D. Pedro a voltar. Ele preferiu permanecer, proclamou a independência do Brasil e, em setembro de 1822, tornou-se imperador com o título de D. Pedro I.
Tais acontecimentos possibilitaram a D. Miguel, irmão de D. Pedro I, apelar para as forças absolutistas na tentativa de derrubar os constitucionalistas.
A insurreição, em 30 de abril de 1824, quase teve êxito: D. João VI chegou a ser levado pelo corpo diplomático para bordo de uma nau inglesa. Com o fracasso da revolta, conhecida como a "abrilada", D. João VI foi restaurado e D. Miguel teve de exilar-se em Viena.
Em 1825 Portugal reconheceu a independência do Brasil. O rei assumiu pro forma o título de imperador e cedeu-o, mais tarde, a D. Pedro. Quando, em março de 1826, o rei morreu, criou-se um problema sucessório. O conselho da regência reconheceu D. Pedro I, imperador do Brasil, como legítimo rei de Portugal como D. Pedro IV. Este abdicou em favor da filha D. Maria da Glória, então com sete anos de idade, mas condicionou a abdicação ao casamento da menina com seu tio D. Miguel e ao juramento por este da carta constitucional que ele, D. Pedro, outorgara.
Tal solução desagradou aos absolutistas.
Preferiam uma renúncia incondicional por parte de D. Pedro. Em outubro de 1827, D. Miguel prestou juramento e foi designado regente. Em fevereiro de 1828 desembarcou em Lisboa e seus partidários começaram a perseguir os liberais. Houve uma reunião das Cortes em Lisboa (em março a Câmara dos Deputados fora dissolvida por D. Miguel) e, em julho, foram declarados nulos os atos de D. Pedro, inclusive a carta constitucional. D. Miguel foi proclamado rei de Portugal.
A ilha Terceira, nos Açores, tornou-se o centro da causa liberal. Ali, em junho de 1829, foi criada uma regência em nome de D. Maria da Glória. Em 1831, D. Pedro abdicou ao trono brasileiro e seguiu para a Europa, a fim de organizar a campanha contra o irmão.
Em julho de 1832 as forças liberais desembarcaram perto do Porto, que não tardaram a ocupar. O resto do país, porém, ficou ao lado de D. Miguel, que durante um ano sitiou os liberais no Porto. No entanto, o entusiasmo dos miguelistas arrefeceu; o duque da Terceira (Antônio José de Sousa Manuel) e o capitão inglês Charles Napier, que assumiu o comando da esquadra liberal, realizaram um bem-sucedido desembarque no Algarve, em junho de 1833.
O duque da Terceira avançou sobre Lisboa, tomada em julho, e em maio do ano seguinte D. Miguel capitulou em Évora-Monte, de onde seguiu, mais uma vez, para o exílio. D. Pedro morreu em setembro de 1834. D. Maria da Glória tornou-se rainha como D. Maria II. Tinha por principal objetivo defender a carta constitucional contra os que exigiam uma constituição democrática como à de 1822. Em setembro de 1836 os democratas assumiram o poder, passando a ser conhecidos como "setembristas".
Os líderes dos partidários da carta rebelaram-se e foram exilados, mas, em 1842, com a frente setembristas desunida, a carta foi restaurada por Antônio Bernardo da Costa Cabral. Certas reformas feitas por Costa Cabral, na indústria e na saúde pública, causaram uma revolta popular -- a Revolução de Maria da Fonte (assim chamada por ter dela participado, real ou imaginariamente, uma minhota com esse nome, mas de identificação duvidosa) -- que se alastrou rapidamente e pôs fim a seu governo.
Portugal ficou dividido entre os setembristas, que ocupavam o Porto, e o marechal-duque de Saldanha (general João Carlos de Saldanha), que então gozava da confiança da rainha, em Lisboa. Saldanha negociou a intervenção dos membros da Quádrupla Aliança (formada em 1834 pelo Reino Unido, França, Espanha e Portugal), e uma força conjunta anglo-espanhola obteve a rendição do Porto, em junho de 1847. A guerra civil terminou nesse mesmo mês, com a assinatura da Convenção de Gramido.
Saldanha governou até 1849, quando Costa Cabral voltou ao poder, para ser novamente derrubado em abril de 1851 e ceder lugar uma vez mais a Saldanha, que permaneceu no governo durante cinco anos, período que permitiu a pacificação do país.
Sucedeu a D. Maria II, em 1853, seu filho mais velho do segundo matrimônio (com Fernando de Saxe-Coburgo), D. Pedro V, um príncipe inteligente e nostálgico. Revelou-se monarca consciencioso e capaz, merecedor da estima e admiração gerais. Seu reinado, porém, viu-se entristecido pelas epidemias de cólera e febre amarela que assolaram Lisboa. Em 1861 o próprio rei foi vitimado pela febre tifóide. Foi calmo o reinado de seu irmão, D. Luís I, embora nos últimos anos se fizessem notar avanços dos republicanos.
Com a morte de D. Luís I, em 1889, e a acessão ao trono de D. Carlos I, eclodiu séria disputa com o Reino Unido. Este, pelo tratado de 1815, reconhecera as possessões portuguesas na África. Posteriormente, a Alemanha e a Bélgica entraram na corrida colonial e, na Conferência de Berlim, em 1885, adotou-se a definição de "ocupação efetiva" como base para a posse de territórios coloniais. Em Lisboa tomara impulso um movimento colonialista segundo o qual se reivindicava o território que se estendia, latitudinalmente, de Angola a Moçambique. Tal reivindicação em 1886 foi reconhecida pela França e Alemanha.
Apesar de um protesto britânico formulado em 1888 por Robert Arthur Tolbot Gascoyne-Cecil, terceiro marquês de Salisbury, o ministro do Exterior português, Henrique de Barros Gomes, enviou o major Alexandre Alberto da Rocha de Serpa Pinto ao Shiré, na Niassalândia (atual Malaui), a fim de consumar sua anexação. Serpa Pinto, no entanto, envolveu-se em luta com tribos que se achavam sob proteção britânica e em janeiro de 1890 um ultimato inglês exigiu a retirada portuguesa. Em meio a grande excitação popular, Barros Gomes teve de ceder, o que acarretou a renúncia do governo.
O incidente causou profundo ressentimento em Portugal, não só contra a antiga aliada como também contra a monarquia, que em janeiro de 1891 se viu ameaçada por uma revolução republicana no Porto. Em outubro de 1899, porém, quando o Reino Unido se achava na iminência de um conflito no Transvaal, uma declaração secreta (Tratado de Windsor), posteriormente tornada pública, confirmou os antigos tratados de aliança.
Enquanto isso, a situação financeira permanecia grave e o republicanismo continuava a fazer progressos. Em 1906 assumiu a chefia do governo o monarquista João Franco, que tentou reformar as finanças e a administração, mas foi acusado de fazer ao rei, ilegalmente, adiantamentos de dinheiro. Esse escândalo foi seguido de boatos de conspiração que culminaram, em 1º de fevereiro de 1908, com o assassinato de D. Carlos I e seu herdeiro, D. Luís Filipe, em Lisboa.
O regicídio -- não se sabe se perpetrado por fanáticos ou agentes de sociedades secretas -- foi aplaudido pelos republicanos, que já se preparavam para o assalto final à monarquia.
No breve reinado de D. Manuel II, de 1908 a 1910, os políticos monarquistas, com sua desunião, contribuíram para apressar a queda do regime. As eleições de agosto de 1910 deram maioria aos republicanos em Lisboa e no Porto. A 3 de outubro o assassínio de um líder republicano, o médico Miguel Bombarda, proporcionou o pretexto para um levante já previamente organizado. No dia seguinte, civis, soldados e marinheiros iniciaram a revolução, cuja principal figura foi Antônio Machado dos Santos. Um dia depois estava vitoriosa. D. Manuel II fugiu por mar para Gibraltar e daí para o Reino Unido. Em 1932, morreu, e seu corpo foi trasladado para Portugal.
República. O regime recém-instalado formou um governo provisório, sob a presidência do escritor Joaquim Fernandes Teófilo Braga. Este pôs em vigor uma nova lei eleitoral, que concedia o direito de voto a todos os portugueses adultos e procedeu à eleição de uma Assembléia Constituinte, que em junho de 1911 iniciou seus trabalhos. A constituição foi aprovada em 20 de agosto e quatro dias depois assumia suas funções o primeiro presidente eleito, Manuel José de Arriaga Brum da Silveira.
Embora fosse frustrada, em outubro de 1911, uma invasão monarquista tentada por Henrique Mitchell de Paiva Couceiro, o maior perigo para o novo regime provinha de suas dissensões internas. No momento, achava-se relativamente integrado em seus ataques ao monarquismo e perseguição à igreja. Ainda em outubro as ordens religiosas foram expulsas e suas propriedades confiscadas; aboliu-se o ensino de religião nas escolas primárias e a igreja foi separada do estado.
As condições sob as quais católicos e monarquistas eram presos tiveram repercussão no exterior, mas só gradualmente essa legislação foi modificada.
Novas universidades foram fundadas em Lisboa e no Porto, mas o trabalho de destruição revelou-se mais fácil que o de construção e não tardou que os republicanos se dividissem em evolucionistas (moderados), liderados por Antônio José de Almeida, unionistas (centristas), chefiados por Manuel Brito Camacho, e democratas (ala esquerda), sob a liderança de Afonso Augusto da Costa. Vários republicanos importantes, contudo, não tinham partido. A agitação da vida política republicana representava escassa melhoria em relação ao regime monárquico, e em 1915 o Exército começou a mostrar descontentamento.
O general Joaquim Pereira Pimenta de Castro formou um governo militar e permitiu aos monarquistas reorganizarem-se, mas uma revolução democrática, em 14 de maio, levou-o à prisão e confinamento nos Açores. O presidente Arriaga renunciou e foi substituído por Teófilo Braga e, quatro meses depois, por Bernardino Luís Machado Guimarães. Este foi deposto em dezembro de 1917 pela revolução do major Sidônio Bernardino Cardoso da Silva Pais, que instituiu um regime "presidencialista" de direita, com ele próprio no poder. Seu governo teve fim abrupto, uma vez que Pais foi assassinado em 14 de dezembro de 1918.
Após a presidência provisória do almirante João do Canto e Castro Silva Antunes, os democratas voltaram ao poder, com a eleição de Antônio José de Almeida.
Ao irromper a primeira guerra mundial, Portugal proclamou, em 7 de agosto de 1914, sua fidelidade à aliança inglesa. No mês seguinte partiu uma primeira expedição para reforçar as colônias africanas e ocorreram choques no norte de Moçambique, na fronteira com Tanganica, hoje integrada à Tanzânia, e no sul de Angola, na fronteira com o Sudoeste Africano, hoje Namíbia. Em fevereiro de 1916, Portugal confiscou os navios alemães surtos nos portos portugueses e em março o ministro da Alemanha em Lisboa entregou ao governo português a declaração de guerra de seu país.
Em 1917 uma força expedicionária portuguesa, comandada pelo general Fernando Tamagnini de Abreu e Silva, foi enviada à frente ocidental.
Pelo Tratado de Versalhes, de 1919, Portugal recebeu 0,75% da indenização pagável pela Alemanha mais a área de Quionga, na África oriental, capturada por forças portuguesas. O presidente Antônio José de Almeida completou seu mandato em outubro de 1923, mas os ministérios vinham-se sucedendo rapidamente.
Os movimentos revolucionários tornaram-se mais freqüentes à medida que o Partido Democrático perdia a coesão. No Exército, notavam-se sinais de impaciência com a agitação política. Embora os democratas alcançassem nítida maioria nas eleições de 1925 e Manuel Teixeira Gomes passasse a presidência a Bernardino Luís Machado Guimarães sem incidentes, eclodiu, em fevereiro de 1926, um levante militar em Lisboa.
A revolta foi sufocada, mas no fim de maio o comandante José Mendes Cabeçadas Júnior e o general Manuel de Oliveira Gomes da Costa rebelaram-se em Braga. Bernardino Machado foi deposto e formou-se um governo provisório.
Período salazarista. Inicialmente, Cabeçadas chefiou o governo provisório, com Gomes da Costa como ministro da Guerra. Este, contudo, destituiu Cabeçadas, considerado excessivamente ligado a sua classe política. Gomes da Costa, por sua vez, foi deposto poucas semanas depois, e seu ministro do Exterior, general Antônio Oscar de Fragoso Carmona, assumiu a chefia do governo, em julho de 1926. Em março de 1928, Carmona foi eleito presidente da república, cargo que ocupou até a morte, em abril de 1951.
Após uma tentativa revolucionária, em fevereiro de 1927, que resultou em considerável derramamento de sangue, o governo de Carmona não sofreu mais qualquer oposição séria. O regime militar tinha por programa simplesmente a restauração da ordem. Para remediar a precária situação financeira do país, propôs-se obter um empréstimo da Liga das Nações, mas as condições oferecidas incluíam a supervisão das finanças, o que foi encarado como atentatório à soberania nacional. Conseqüentemente, o empréstimo foi rejeitado, e Carmona convidou Antônio de Oliveira Salazar para ocupar o cargo de ministro das Finanças, em 1928.
Salazar, professor de economia da Universidade de Coimbra, assumiu o controle total de toda a receita e despesa, ao mesmo tempo em que empreendia uma revisão completa da administração do país; como ministro das Finanças, de 1928 a 1940, conseguiu uma série ininterrupta de saldos orçamentários que restauraram o crédito financeiro nacional; como primeiro-ministro, a partir de 1932, iniciou o processo pelo qual, no ano seguinte, passou a fazer cumprir a nova constituição; como ministro das Colônias, em 1930, preparou o Ato Colonial para a administração do império colonial português; e, como ministro do Exterior, de 1936 a 1947, guiou Portugal na solução das dificuldades causadas pela guerra civil espanhola e, na segunda guerra mundial, manteve a neutralidade compatível com a aliança anglo-portuguesa.
Em maio de 1940 foi assinada uma concordata com o Vaticano, que esclarecia a posição da Igreja Católica em Portugal. Restituiu-se à igreja a posse da maioria das propriedades que tinha antes de 1910, restabeleceu-se o ensino religioso nas escolas oficiais, autorizou-se o funcionamento de colégios religiosos particulares e os casamentos religiosos passaram a ser reconhecidos. Quando Carmona morreu, Salazar, de acordo com a constituição, assumiu as funções presidenciais, que exerceu até a posse do general Francisco Higino Craveiro Lopes, em agosto de 1951.
O regime instituído por Salazar, corporativista e autoritário, passou a ser conhecido pela denominação de Estado Novo. A partir das eleições de 1934, todos os lugares da Assembléia Nacional cabiam a partidários do governo, embora em três ocasiões houvesse uns poucos candidatos oposicionistas.
Em 1954 as tentativas da Índia de absorver Goa foram repelidas e em julho de 1955 o governo indiano rompeu relações com Portugal. A Organização das Nações Unidas (ONU), a que Portugal só se filiara em 1955, não definiu de modo categórico a situação dos encraves e a 18 de dezembro de 1961 tropas da Índia invadiram Goa, Damão e Diu. No dia seguinte os portugueses capitularam. Séria ameaça aos restantes territórios ultramarinos configurou-se com a rebelião que irrompeu nos anos seguintes em Angola, Moçambique e Guiné Portuguesa (hoje Guiné-Bissau), obrigando a metrópole a manter grandes contingentes armados naquelas áreas.
 No fim da década de 1960, havia aproximadamente 120.000 soldados portugueses aquartelados naquelas três "províncias ultramarinas", na tentativa de conter a expansão dos movimentos nativistas, de orientação ideológica diversa. Na Guiné Portuguesa, o problema militar tornou-se particularmente crítico. Em face de pressões da ONU, Lisboa procurou promover o desenvolvimento econômico dos territórios africanos, com obras como a construção da gigantesca represa de Cabora Bassa, em Moçambique. Nem isso, porém, nem tampouco o apoio da África do Sul à política colonialista portuguesa, ditado pela importância estratégica de Angola e Moçambique, puderam conter a insurreição.
Em janeiro de 1961 um grupo de insurretos anti-salazaristas, chefiados por Henrique Carlos da Mata Galvão, apoderou-se do transatlântico português Santa Maria, quando navegava no Caribe. Constou que o ataque fora planejado para coincidir com levantes em Angola e outras colônias portuguesas, mas nenhuma rebelião se concretizou e os insurretos obtiveram asilo político no Brasil. Em janeiro de 1962, uma revolta militar de pequenas proporções, a primeira contra Salazar, foi esmagada em Beja. Em 1958, Craveiro Lopes foi substituído na presidência da república pelo almirante Américo de Deus Rodrigues Tomás.

Portugal 3

Revolução de 1974. Em 1968, após 36 anos como primeiro-ministro, Salazar sofreu um acidente vascular cerebral e foi substituído pelo jurista e político Marcelo Caetano. No governo deste, apesar de tímidas medidas liberalizantes, avolumaram-se os problemas das guerras africanas (que, segundo cálculos da época, absorviam cerca de quarenta por cento do orçamento nacional) e a insatisfação da jovem oficialidade com a ditadura aumentou muito.
A situação modificou-se abruptamente em 25 de abril de 1974, com a derrubada do governo pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), no episódio conhecido como revolução dos cravos. O general Antônio de Spínola tornou-se presidente da república e chefe da Junta de Salvação Nacional. Como primeiro-ministro, foi empossado Adelino de Palma Carlos, substituído em julho pelo general Vasco dos Santos Gonçalves.
Em setembro, Spínola cedeu o posto de presidente ao general Francisco da Costa Gomes e advertiu o país contra os perigos do comunismo. Logo nos primeiros meses da revolução foram dissolvidas as máquinas administrativa e policial do regime anterior e socializada boa parte da economia, ao mesmo tempo em que se encaminhava a independência das colônias.
Embora em abril de 1975 o Partido Socialista de Mário Soares ganhasse as eleições para a Assembléia, os socialistas deixaram o governo, em protesto contra a ascendência dos comunistas, liderados por Álvaro Cunhal. Pouco antes o governo sufocara uma tentativa de golpe chefiada por Spínola, que, privado de sua patente, asilou-se no Brasil (onde já se achavam Marcelo Caetano e o ex-presidente Américo Tomás).
As eleições presidenciais de junho de 1976 contribuíram para esclarecer uma situação política bastante incerta. Foi eleito o general Antônio dos Santos Ramalho Eanes, que escolheu como primeiro-ministro o socialista Mário Soares. Uma crise motivada por exigências do Centro Democrático Social, que retirou seus três ministros do gabinete, levou à exoneração de Soares, em agosto de 1978. Sucederam-lhe Alfredo Nobre da Costa e Carlos Mota Pinto, este de outubro de 1978 a julho de 1979, quando o gabinete renunciou. Chefiou interinamente o governo Maria de Lourdes Pintassilgo, até que, em janeiro de 1980, foi vitoriosa a Aliança Democrática, de centro-direita, tendo como primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro, que morreu num desastre de avião em dezembro.
Nesse mesmo mês, realizaram-se eleições gerais. Com 57% dos votos, foi eleito presidente da república o general Ramalho Eanes. A Aliança Democrática consolidou sua maioria e deu o novo primeiro-ministro, Francisco Pinto Balsemão. Em agosto de 1982 a constituição foi emendada para suprimir o Conselho da Revolução, que, constituído majoritariamente de oficiais de esquerda, tinha reiteradamente vetado as tentativas do Parlamento de ampliar o setor privado. Após uma sucessão de crises políticas, convocaram-se eleições para abril de 1983. Ganhou-as o Partido Socialista, que formou um Gabinete chefiado por Mário Soares, em aliança com o Partido Social Democrata (PSD), centrista, e em fevereiro de 1986 Mário Soares foi eleito presidente, tornando-se o primeiro civil a ocupar o cargo em sessenta anos.
No ano seguinte o PSD conquistou mais da metade dos votos da Assembléia e Aníbal Cavaco Silva formou um governo majoritariamente conservador. Em 1991 Mário Soares reelegeu-se presidente, embora o PSD mantivesse a maioria no Parlamento. O país iniciou efetivamente uma nova fase política com a vitória dos socialistas nas eleições de 1995 e a escolha de Antônio Guterres para o cargo de primeiro-ministro. No ano seguinte, Jorge Sampaio, ex-prefeito de Lisboa, elegeu-se presidente e deu aos socialistas o controle sobre os dois principais cargos políticos.
Instituições políticas
O caráter fortemente socializante da constituição portuguesa de 1976 foi atenuado pelas reformas de 1982, as quais deram a Portugal uma configuração política de base social-democrata, semelhante às dos principais países europeus. Outras emendas, em 1989, visaram permitir reformas econômicas e dar um maior papel ao setor privado; a constituição sofreu ainda outras emendas, em 1992, antes da ratificação do Tratado da União Européia. Portugal é uma república parlamentarista pluripartidária. A chefia de estado cabe ao presidente da república, que, eleito por voto popular direto para um mandato de cinco anos, nomeia o primeiro-ministro e, por proposta deste, os demais ministros. O presidente tem poder de vetar leis e dissolver a Assembléia. O Conselho de Estado é um órgão consultivo da presidência.
O poder legislativo, unicameral, é exercido por uma Assembléia composta de 230 (250 até 1991) membros eleitos por voto direto para mandatos de quatro anos.
O poder executivo é encabeçado pelo primeiro-ministro, que representa perante a Assembléia o presidente, e é designado por este. O Conselho da Revolução foi substituído pelo Conselho da República, composto de representantes dos vários partidos.
Portugal é membro da Organização das Nações Unidas e de seus órgãos especializados. Integra a União Européia, desde 1985, e também a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Em seu território continental e nos Açores há importantes bases aéreas dos Estados Unidos.
Administrativamente, o país divide-se em 18 distritos e duas regiões autônomas (o arquipélago dos Açores e a ilha da Madeira). Um estatuto especial rege, política e economicamente, o território ultramarino de Macau, no litoral da China. De acordo com um acordo entre a China e Portugal, de 1987, Macau passaria a ser uma região chinesa especial em 1999.
Sociedade
A renda per capita e outros indicadores econômicos situam Portugal mais perto dos países em desenvolvimento que dos desenvolvidos. Entretanto, a posição geográfica do país, seu sistema político e, sobretudo, sua integração à União Européia prometiam-lhe uma evolução econômica e social que o faria aproximar-se dos países mais desenvolvidos da Europa. A sociedade portuguesa foi gravemente prejudicada pela injustiça social e pelo isolamento a que foi submetida pelo regime salazarista.
Depois da revolução de 1974, essa situação sofreu mudanças significativas. Na década de 1980, quando se integrou à União Européia, o país procurou acelerar seu processo de industrialização e modernização. Nesse último aspecto, dois dos setores mais contemplados foram o da educação e o das comunicações. No mesmo período a taxa de desemprego diminuiu, e tanto aumentou a participação da mulher no mercado de trabalho quanto o acesso da população a bens de consumo modernos, como automóveis e eletrodomésticos.
O sistema de saúde português melhorou de modo considerável nas últimas décadas do século XX. Foram feitos importantes investimentos na área de saúde, a mortalidade infantil decresceu bastante e a expectativa de vida se ampliou. O sistema previdenciário é bastante amplo, com benefícios de desemprego, aposentadoria, assistência médica etc.
Educação. O ensino primário é obrigatório e gratuito entre os 7 e 14 anos, e quase a totalidade da população nessa faixa etária recebe escolarização. O ensino superior é ministrado em vários centros, situados geralmente em Lisboa, no Porto e em Coimbra, cidade universitária por excelência.
Religião. A grande maioria dos portugueses professa a religião católica, de longas tradições em toda a península ibérica. Durante séculos, o catolicismo foi mesmo a única religião permitida em Portugal. Sua influência impregnou diversos aspectos dos costumes e da cultura nacional. A Igreja Católica tem forte peso social e considerável poder econômico e político, conquanto a constituição garanta plena liberdade religiosa. Há uma pequena minoria protestante.
Cultura
Artes plásticas. Ao longo de sua história, Portugal recebeu influências culturais e estilísticas bastante variadas. A presença romana no país deixou numerosos vestígios arquitetônicos, como o templo de Diana em Évora, e o domínio árabe transparece na conformação labiríntica de alguns centros urbanos, como Olhão e Tavira, no Algarve. Distribuídos por todo o país, existem templos e catedrais de estilo românico (como as de Braga e Lisboa) e gótico.
Impôs-se, porém, na arquitetura, um estilo eminentemente português, o manuelino, que se firmou na época da expansão marítima, no fim do século XV e primeira metade do XVI. Contemporâneo do gótico flamejante do norte da Europa e do isabelino da vizinha Castela, o estilo manuelino manteve as formas góticas preexistentes, mas ornamentou-as de maneira luxuriante, freqüentemente com motivos marinhos, como redes de pesca, conchas e algas. Os alto-relevos entrelaçam-se nas fachadas dos monumentos, geralmente em torno de portas e janelas. A torre de Belém e o convento dos Jerônimos, em Lisboa, o mosteiro de Batalha e a igreja principal do convento de Cristo em Tomar são exemplos notáveis de estilo manuelino.
No século XVII, o barroco português revela a influência do italiano, trazida pelos jesuítas. Nas igrejas e conventos, uma nota faustosa fez-se sentir nas decorações com azulejo, bem como de ouro e pedras preciosas de origem brasileira, como no conjunto setecentista de Aveiro. Peculiar à arquitetura portuguesa dos séculos XVII e seguintes é a decoração de fachadas com azulejos, em branco e azul.
No final do século XVII e início do século XVIII, o arquiteto João Antunes ficou conhecido com o convento e a abadia de Louriçal, as sacristias da catedral de Braga e da igreja de Barcelos. Entre 1717 e 1750, foi construído o palácio de Mafra, decorado por artistas portugueses como Mateus Vicente, que também concebeu a basílica da Estrela.
No século XIX, predominou em Portugal a presença neoclássica, com uma decoração, às vezes, de traços neogóticos. Na escultura e na pintura, é particularmente significativo o século XV em Portugal, pois é a época do túmulo de Pedro I e Inês de Castro, no mosteiro de Alcobaça, e da obra-prima de Nuno Gonçalves que é o políptico de São Vicente, em que se estampa magnificamente a sociedade dos anos de expansão, com seus muitos retratos de personagens que representam todas as classes sociais, desde os mendigos ao rei. A fase também foi pródiga em obras de tapeçaria e de ourivesaria, como o "Ostensório de Belém", de Gil Vicente, embora não se saiba se este foi o mesmo que se celebrizou como dramaturgo e poeta.
 No século XVI, a pintura portuguesa continuou muito perto de seus mestres flamengos, sobretudo com Francisco Henriques, com frei Carlos, com Jorge Afonso, pintor do rei, e Gaspar Vaz Sanchez Coelho. A elevação estética alcançada nesse período só se observará novamente na primeira metade do século XIX, com o retratista Domingos Antônio de Sequeira, de inspiração goyesca, ou, meio século depois, com o pintor de gênero José Vital Branco Malhoa e o paisagista Columbano Bordalo Pinheiro, que segue de perto os passos de Courbet e Manet.
A renovação literária marcou a fundo o cenário da cultura portuguesa no século XX e fez-se acompanhar de muitos artistas inovadores, como José Sobral de Almada Negreiros, Guilherme de Santa Rita (conhecido como Santa Rita Pintor), Amadeu de Sousa Cardoso e uma sucessão de nomes subseqüentes, já ligados ao surrealismo e ao abstracionismo, como Júlio Resende, Fernando Azevedo, Marcelino Vespeira, Júlio Artur da Silva Pomar, Antônio Cardoso, Ângelo de Sousa e Maria Helena Vieira da Silva, de um geometrismo mondrianesco impregnado de sugestões da paisagem urbana moderna.
Música
Em pleno século XIII existe em Portugal uma produção de poemas musicados contemporânea às Cantigas de santa María, do monarca Afonso X o Sábio, de Leão e Castela. Nos séculos XIV e XV tanto se nota a influência da ars nova francesa como se difunde a arte dos violonistas. Entre o estilo vocal acompanhado e a polifonia a capela, o humanista Damião de Góis deixou, ao lado de suas crônicas, uma contribuição musical expressa principalmente em motetes. A polifonia vocal, todavia, só chegou a seu apogeu no século XVII, com as escolas de Évora, Vila Viçosa, Lisboa e Coimbra.
A cantata de estilo italiano e a música operística foram às presenças mais vivas na música portuguesa do século XVIII, em que sobressai a obra de José Antônio Carlos de Seixas, que foi organista da capela real e, por suas tocatas, cantatas e fugas, mereceu o louvor de Domenico Scarlatti. Em 1793 foi fundado o Teatro São Carlos, em Lisboa, que passou a centralizar a apresentação e o desenvolvimento da ópera em Portugal. O período era irresistivelmente italianizante e, entre os compositores operísticos, ganhou notoriedade Marcos Antônio da Fonseca Portugal, que, no tempo da vinda da corte para o Brasil, foi para o Rio de Janeiro, de onde nunca pôde voltar a sua terra.
No começo do século XIX, impôs-se a personalidade de João Domingos Bomtempo, autor de obra multiforme e de inestimável trabalho pela educação e divulgação da arte musical. Bomtempo fundou a Sociedade Filarmônica e o Conservatório de Música. Só no final do século, porém, com o início da ópera nacional -- graças a Alfredo Keil --, e já no século XX, com o movimento nacionalista à frente do qual se pôs José Viana da Mota, Portugal conquistou os verdadeiros caminhos de sua identidade musical, que se consolidou na obra de Luís Maria da Costa de Freitas Branco, cujas sinfonias e poemas sinfônicos (Paraísos artificiais, Viriato) especialmente, representaram também a entrada de Portugal nos horizontes da música moderna.
A modernidade, associada à busca de raízes nacionais, prosseguiu com Rui Coelho, Frederico de Freitas e Fernando Lopes Graça, também teórico e escritor. Nas últimas décadas do século XX, manteve-se intenso o trabalho de numerosos compositores, que contaram com a Fundação Calouste Gulbenkian para proporcionar uma generosa programação cultural sintonizada com as melhores congêneres européias.
Cinema. Descoberto muito cedo com as experiências de Aurélio da Paz dos Reis, o cinema, em Portugal, teve outros tantos iniciadores em Júlio Costa e João Tavares.
Nas décadas de 1920 e 1930, alguns cineastas de origem francesa, principalmente Georges Pallu e Maurice Mariaud, realizaram obra variada e de inspiração literária.
José Leitão de Barros, Artur Duarte, Armando Miranda e Manuel Guimarães chegaram mais perto da arte cinematográfica e da paisagem -- física e humana -- portuguesa. Com Manuel de Oliveira, que dirigiu O ato da primavera (1963) e O passado e o presente (1971), Portugal teve um encontro legítimo com o neo-realismo, e nomes posteriores, como Ernesto de Sousa, Fernando Lopes e Antônio Macedo -- de Domingo à tarde (1965) e Sete balas para Selma (1967) -- permaneceram preocupados com a realidade social portuguesa.

Quênia


Bandeira do Quênia
Nação africana banhada pelo Oceano Índico, o Quênia possui fronteiras com a Somália (a leste), Etiópia (ao norte), Sudão (a noroeste), Uganda (a oeste) e Tanzânia (a oeste e ao sul). A linha do Equador “corta” o país na porção central, fazendo com que uma parte pertença ao Hemisfério Setentrional e a outra, ao Hemisfério Meridional.
O Quênia apresenta belas paisagens naturais: praias, reservas naturais com grande variedade de animais (gnus, hienas, zebras, leões, elefantes, hipopótamos, etc.), savanas, o monte Quênia (com cerca de 5.199 metros de altitude) e o deserto Chalbi.
Essas características naturais do país atraem milhares de turistas, sendo essa, juntamente com a agricultura, a principal atividade econômica. As atividades rurais são responsáveis por empregar mais de 70% dos quenianos. Os cultivos mais expressivos são: milho, trigo, soja, mandioca, cebola, algodão, laranja, banana, batata e especialmente chá e café, que são os dois principais produtos de exportação.
Os quenianos, assim como a maioria dos habitantes da África Subsaariana, enfrentam vários problemas socioeconômicos. Conforme dados de 2010, divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), o país apresenta Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,470, ocupando 128° lugar no ranking mundial, que é composto por 169 nações. Mais da metade da população vive abaixo da linha de pobreza; a subnutrição atinge 32% dos quenianos e a taxa de mortalidade infantil é de 62 para cada mil nascidos vivos.
 

Zebras em uma reserva natural do Quênia
Dados do Quênia:
Extensão territorial: 580.367 km².
Localização: África.
Capital: Nairóbi.
Clima: Equatorial (litoral), e equatorial de altitude (interior).
Governo: República presidencialista.
Divisão administrativa: 8 províncias.
Idiomas: Suaíli (oficial), inglês, quicuio, luo.
Religiões: Cristianismo 80,7% (católicos 24,4%, independentes 20%, protestantes 32,6%, outros 3,7%), crenças tradicionais 11,1%, islamismo 7%, outras 1,1% sem religião e ateísmo 0,1%.
População: 39.802.015 habitantes. (Homens: 19.895.274; Mulheres: 19.906.741).
Composição: Quicuios 21%, luias 14%, luos 13%, cambas 11%, calenjins 11%, quisis 6%, merus 5%, outros 19%.
Densidade demográfica: 68,5 hab/km².
Taxa média anual de crescimento populacional: 2,6%.
População residente em área urbana: 21,86%.
População residente em área rural: 78,14%.
População subnutrida: 32%.
Esperança de vida ao nascer: 52,7 anos.
Domicílios com acesso à água potável: 57%.
Domicílios com acesso à rede sanitária: 42%.
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,470 (baixo).
Moeda: Xelim queniano.
Produto Interno Bruto (PIB): 34,5 bilhões de dólares.
PIB per capita: 786 dólares.
Relações exteriores: Banco Mundial, Comunidade Britânica, FMI, OMC, UA.
 

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Reino Unido

A Grã-Bretanha já foi descrita como uma grande e orgulhosa nave, empenhada historicamente em distanciar-se da Europa. Na realidade, apesar de seu "esplêndido isolamento", o Reino Unido sempre esteve estreitamente ligado aos destinos do continente, o que não o impediu de cimentar sua grandeza num imenso império colonial e no domínio de todos os mares. Maior potência mundial no século XIX, conservou posteriormente seu orgulho e parte de seu esplendor, embora já não se possa dizer que "quando há névoa no canal, o continente fica isolado".
O Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte é constituído pela maior ilha da Europa, a Grã-Bretanha -- situada no oceano Atlântico, diante da costa noroeste do continente -- e pela Irlanda do Norte, parte da ilha da Irlanda, além de várias ilhas e arquipélagos próximos. Com uma superfície de 244.110km2, o Reino Unido estende-se na direção norte-sul entre 40°e 61°de latitude norte. De forma irregular, a Grã-Bretanha apresenta costas muito recortadas, com profundos estuários, que na parte noroeste formam autênticos fiordes, de escavação glacial. A Grã-Bretanha está separada do continente europeu pelo canal da Mancha, ao sul, e pelo mar do Norte, a leste, que confluem no estreito de Dover ou passo de Calais, que tem somente trinta quilômetros de largura.
Entre a Grã-Bretanha e a Irlanda acha-se o mar da Irlanda; ante as costas escocesas, erguem-se, a oeste, as ilhas Hébridas (Outer e Inner Hebrides) e, ao norte, as Órcadas (Orkneys) e Shetland, pertencentes à Escócia.
A Grã-Bretanha é integrada por três países historicamente diferençados: a Escócia, que ocupa 78.783km2, no norte; o País de Gales, de 20.768km2, no oeste; e a Inglaterra, de 130.439km2, na parte central, oriental e meridional da ilha. Estão ainda unidas à coroa britânica a ilha de Man, no mar da Irlanda, e as ilhas Normandas, situadas junto à costa francesa.
A Irlanda do Norte, ou Ulster, com 14.120km2, é formada por seis condados irlandeses que, em 1921, ao se efetuar a divisão da ilha, permaneceram integrados ao Reino Unido. Situa-se no extremo nordeste da Irlanda, ou Eire, diante das costas escocesas, das quais é separada pelo canal do Norte.
No fim do século XX, o Reino Unido mantinha diversas dependências em todo o mundo: na Europa, Gibraltar (reclamada pela Espanha); na Ásia, Hong Kong (cuja cessão à China se realizaria, por acordo, em 1997); nas Antilhas, Anguilla, Bermudas, Montserrat, ilhas Virgens, ilhas Cayman e ilhas Turcas e Caicos; no Atlântico sul, ilhas Falkland (ou Malvinas, reclamadas pela Argentina) e ilhas de Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha; no oceano Índico, o arquipélago de Chagos; e na Oceania, a ilha de Pitcairn. O país reclamava ainda soberania sobre uma parte da Antártica disputada pela Argentina e pelo Chile.
Geografia física
Geologia e relevo
Somente as partes norte e oeste da Grã-Bretanha podem ser consideradas montanhosas; ainda assim, trata-se de maciços muito antigos, cujas formas arredondadas e aplainadas poucas vezes alcançaram mil metros de altura. O Ben Nevis, o pico mais alto do Reino Unido, situa-se no oeste da Escócia e tem 1.343m. Na Escócia, uma faixa de planícies (lowlands), em que se concentra a população, é dominada pelos planaltos (highlands), no norte, um maciço antigo escavado pelas geleiras quaternárias e cortado em dois pela profunda fenda de Glen More, que se estende de mar a mar na direção sudoeste-nordeste.
Ao sul de Glen More, os planaltos culminam nos montes Grampianos, que descem bruscamente em direção às planícies. Estas constituem o fundo de uma fossa tectônica pela qual o mar penetra profundamente, formando os estuários do Clyde (Firth of Clyde), a oeste, e o do Forth (Firth of Forth), a leste. Ao sul das planícies erguem-se os altiplanos do sul (southern uplands), que tradicionalmente separam a Escócia da Inglaterra.
A Inglaterra, em sua maior parte, é constituída de planícies. No norte, estende-se desde as fronteiras da Escócia a cadeia Penina e, no extremo noroeste, encontra-se o maciço de Cumberland que, submetido à ação das geleiras quaternárias, constitui a chamada área dos lagos (Lake District), e culmina no monte Scafell, com 978m. O extremo sudoeste da Inglaterra é uma região de colinas, que fazem ondular a península da Cornualha.
Onde os velhos maciços ou camadas das lowlands em saliência chegam diretamente ao litoral, erguem-se costas escarpadas, como as da Cornualha e as famosas "falésias brancas de Dover" (white cliffs of Dover). A fusão dos gelos, posterior à última glaciação, fez subir o nível do mar e afogou os baixos vales, dando origem a rias, como nos estuários do Tâmisa e do Severn (ou canal de Bristol). A costa oeste da Grã-Bretanha é muito mais recortada que a oriental; seus movimentados portos, no entanto, são protegidos dos ventos e tempestades vindos do Atlântico pelas reentrâncias do litoral, por golfos (como o mar da Irlanda) e por anteparos de ilhas, como a Irlanda, as Hébridas e a ilha de Man.
No oeste da Grã-Bretanha, o País de Gales é uma região de montanhas e colinas banhada pelo mar a oeste, norte e sul, e que se limita a leste com a planície inglesa. O monte Snowdon (1.085m) constitui seu ponto culminante.
A Irlanda do Norte, diante da costa da Escócia, apresenta uma estrutura geológica semelhante. Sua planície central estende-se em torno do Lough Neagh, o maior lago do Reino Unido, e é um prolongamento das planícies da Escócia.
Clima
A característica dominante do clima no Reino Unido é sua grande dependência do oceano Atlântico. A corrente do Golfo leva enormes quantidades de água temperada tropical proveniente do golfo do México para as costas do oeste da Europa, que são assim beneficiadas por sua enorme contribuição calorífica. Os ventos dominantes do oeste acumulam sobre as ilhas Britânicas massas de ar temperado e úmido, que produzem chuvas abundantes nas encostas ocidentais das montanhas.
Embora as precipitações pluviais diminuam à medida que se avança para o sul e para o leste, até totalizarem pouco mais de 500mm sobre o estuário do Tâmisa, a atmosfera permanece úmida e brumosa na maior parte do ano. As chuvas distribuem-se por todas as estações, e a instabilidade atmosférica é constante. As temperaturas variam pouco ao longo do ano. Devido à influência oceânica, as médias oscilam, no inverno, entre 4°e 6°C, no norte e, no verão, entre 12°e 17°C no sul.
Embora no inverno caiam nevadas, em geral estas só apresentam certa importância nos planaltos da Escócia e nas maiores elevações. Nas planícies do sudeste, as temperaturas de verão permitem o cultivo de trigo, e as costas do canal desfrutam de clima relativamente ensolarado. Nas diversas partes das ilhas, os dias de nevoeiro variam entre 5 e 55 por ano. O outrora famoso fog londrino, que misturado à fumaça das fábricas constituía o smog, diminuiu muito, em decorrência das rigorosas medidas antipoluição.
Hidrografia
Os rios britânicos são curtos, mas por causa do clima úmido relativamente volumosos, com moderadas enchentes de outono-inverno. Os maiores ocorrem nas baixas do sul: o Severn (290km) e o Tâmisa (338km) são os mais longos. O primeiro desemboca no interior do profundo canal de Bristol, aberto ao Atlântico, e o segundo abre-se em amplo estuário ao desembocar no mar do Norte. Outros rios dignos de nota são o Ouse, o Trent, o Tyne. Na Irlanda do Norte, o Bann e o Mourne. O relevo moderado e as grandes descargas facilitaram a abertura de canais que interligam os rios.
Em sua maioria, os rios são de escasso desnível, e muitos deles navegáveis em grande parte de seu curso. A larga plataforma continental provoca acentuadas correntes de maré, que limpam naturalmente os estuários, facilitando o acesso aos portos. Somente no Wash, na costa leste, ocorreu apreciável assoreamento, que permitiu a instalação de pôlderes na região de Fens. Os lagos são mais numerosos nos velhos maciços e originaram-se em vales de geleiras. Na Escócia, onde são chamados lochs, há muitos deles, de forma alongada. O maior, porém, o Lough Neagh, fica na Irlanda do Norte.
Flora e fauna
A vegetação natural das ilhas Britânicas, formada principalmente por florestas de árvores caducifólias, com predominância de carvalhos, faias, freixos e olmos, reduziu-se, em grande parte, como conseqüência da exploração agropecuária. Assim, apenas uma pequena porção do território britânico é ocupada por reservas florestais, sobretudo no norte e no leste da Escócia e no sudeste da Inglaterra. Nos planaltos do norte, os solos são pobres e finos, e nos moors ou terras turfosas crescem e florescem urzes, gramíneas e tojos.
A fauna do Reino Unido, similar à do continente europeu, conquanto bem mais pobre em espécies, é protegida por leis severas, que regulamentam a caça. Ainda assim, restam-lhe poucas espécies de mamíferos, como os cervos (que só existem ainda na Escócia), lobos, raposas e coelhos.
População
O Reino Unido é um dos países mais densamente povoados do mundo. Nos século XVII e XVIII, a população britânica experimentou um crescimento contínuo, por se atenuarem as epidemias, por manter-se alta a taxa de natalidade da sociedade tradicional e ainda por cair a taxa de mortalidade após a adoção de modernas técnicas de higiene. A revolução industrial -- e agrícola -- do século XVIII permitiu a alimentação adequada da crescente população, de modo que se deu no país, pela primeira vez, o fenômeno da explosão demográfica que caracterizou a transição de algumas sociedades para a modernidade.
No começo do século XX ainda se mantinham no Reino Unido taxas de natalidade relativamente altas (média de 1900-1917: 27 por mil), enquanto as de mortalidade haviam caído para menos de 16 por mil, então entre as mais baixas do mundo. A partir da primeira guerra mundial, contudo, a taxa de natalidade baixou drasticamente -- e mais ainda na década de 1930.
Pouco antes da segunda guerra mundial produziu-se uma elevação, mas em meados da década de 1960 começou a cair de novo, até ao ponto de, no começo da década de 1990, a taxa de natalidade aproximar-se bastante da taxa de mortalidade, que se mantinha quase constantemente por volta de 12 por mil. A expectativa de vida ao nascer, de 74 anos em média no início dessa década, era uma das mais altas do mundo. A população britânica, no final do século XX, era fundamentalmente madura, ou seja, os grupos de idades médias eram os mais numerosos.
Movimentos migratórios
Durante muitas gerações o Reino Unido foi um importante país e emigração. A partir do início do século XX, vários milhões de britânicos emigraram para os Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul, principalmente, num movimento migratório contínuo. Entretanto, desde a década de 1930 ganhou força uma corrente imigratória para o Reino Unido, integrada principalmente por britânicos que regressavam dos domínios e colônias, mas também por europeus procedentes da Europa central, Itália, Irlanda e outros países.
Nos últimos anos da década de 1950 e primeiros da de 1960 produziu-se uma entrada considerável de imigrantes de cor, procedentes das Índias Ocidentais, Paquistão, Índia e outros países, que foi sentida como uma verdadeira "invasão" por parte de muitos britânicos. Como resultado aprovaram-se leis fortemente restritivas da imigração. Apesar disso, nas últimas décadas do século os negros e mestiços constituíam uma minoria importante nas grandes cidades, onde freqüentemente desempenhavam trabalhos recusados pela população autóctone. O fenômeno deu origem a focos de racismo e conflitos raciais.
As migrações internas, no Reino Unido, não são de grande envergadura. Ao longo de muitas décadas, porém, tem-se desenrolado uma característica corrente populacional no sentido norte-sul. No sul da Inglaterra são mais abundantes as indústrias de criação recente, dinâmicas, com oferta de empregos mais qualificados, assim como as oportunidades no setor terciário, o que motiva ininterrupto deslocamento da população em idade de trabalho, sobretudo na área da Grande Londres, o que aumenta paulatinamente seu peso populacional em relação ao conjunto do Reino Unido.
Ao mesmo tempo, boa parte da população aposentada deseja passar seus últimos anos em climas mais favoráveis, de maneira que se agrupa nas estações balneárias do canal da Mancha, como Brighton, e em boa parte procura países europeus mais ensolarados, como a Espanha, França ou Itália.
Línguas
Mais de um quarto da população de Gales pode expressar-se em galês, língua céltica majoritária nas áreas rurais. Outros idiomas célticos que sobrevivem, mas já em fase de desaparecimento, são o manquês (manx), falado por poucas pessoas na ilha de Man, e o gaélico escocês, que se refugiou nas ilhas mais afastadas. Também se perdeu quase totalmente o gaélico antigamente usado no norte da Irlanda.
O idioma inglês tem suas raízes nos dialetos germânicos utilizados por anglos, saxões e outros povos que invadiram a ilha no século V. Depois da conquista normanda desenvolveu-se na Inglaterra uma linguagem de estrutura anglo-saxônica e vocabulário em grande parte francês, já que este último idioma era falado pelos conquistadores normandos, convertidos em classe dominante. Dessa superposição provém o inglês moderno, que com o tempo se estendeu não só pelas ilhas Britânicas como pelas diversas dependências e colônias, inclusive como segunda língua fora da esfera cultural anglo-saxônica, até chegar a ser o idioma mais difundido no mundo.
Distribuição geográfica da população.
A população britânica é uma das mais urbanizadas do mundo. Mais de 90% dos britânicos habitam em cidades e, dos 10% que vivem nos núcleos considerados rurais, mais da metade trabalha também nas cidades. O fenômeno do êxodo rural no Reino Unido alcançou sua máxima intensidade ao longo do século XIX.
Boa parte do território britânico é pouco povoada: os planaltos da Escócia e as zonas montanhosas do norte da Inglaterra e de Gales contam-se entre as escassas áreas despovoadas da Europa ocidental. Pelo contrário, a população concentra-se em grandes aglomerados urbanos. A maioria dos habitantes da Escócia vive no vale central, na área de Glasgow e na vizinha Edimburgo. Dois terços da população galesa residem na bacia carbonífera e no vale de Glamorgan, em menos da décima parte da superfície. Quase a metade da população da Inglaterra habita nas aglomerações de Londres, Manchester, Leeds, Birmingham, Liverpool e Newcastle. Belfast concentra boa parte da população da Irlanda do Norte.
Uma eficaz política de ordenação territorial, posta em prática desde o fim da segunda guerra mundial, impôs o descongestionamento dos superpovoados centros urbanos e fez deslocar parte da população para cidades-satélites de criação recente ou para centros urbanos menores e preexistentes na periferia das grandes cidades. Por isso, a maior parte das grandes cidades aparentemente perdeu população nos últimos decênios, embora as grandes áreas urbanizadas se tenham estendido ainda mais.

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