A Hegemonia do Caos
O último relatório do Banco Mundial parece mais ter sido elaborado por uma falsa vidente usando bola de cristal do que, propriamente, por economistas experientes e acreditados. Prevê, por exemplo, que a Economia global poderá passar de US$ 35 trilhões em 2005 para US$ 72 trilhões em 2030 (o que beira a irrisão). Um crescimento econômico global desta magnitude seria, sem qualquer dúvida, insuportável para o agoniado planeta Terra, que já se vê às voltas com o aquecimento, o efeito estufa, o degelo das calotas polares, as alterações climáticas imprevisíveis, a poluição dos rios e mares, o desmatamento, o empobrecimento do solo e a já prevista escassez de petróleo.
Paralelamente, devemos considerar os fatores sociais gravíssimos que afetam a maior parte da humanidade: as péssimas condições de vida da imensa maioria pobre, a miséria que atinge um bilhão de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza, o desperdício gerado pelos mais ricos e a indiferença dos governantes (mesmo que o nosso Lula saia mundo afora, com uma pasta debaixo do braço, vendendo álcool e projetos de destilarias).
No Brasil, particularmente, faltam saúde, educação, habitação, emprego, estradas, moral, ética, amparo e consolo para os idosos, apoio e incentivo para crianças e jovens e mais e melhores oportunidades para nós adultos. E os problemas se agravam a cada dia, pois dados do IBGE revelam que em 1991 os menores de 5 anos representavam 11,12% da população e os idosos totalizavam 6,11%. Já em 2000 a meninada de até 5 anos tinha se reduzido a 9,57% e os idosos aumentado para 7,18%. E este processo de envelhecimento da população já provoca aperreios em toda a Europa, Estados Unidos e Japão, pois exigirá estudos aprofundados visando à adoção de novos critérios para emprego, saúde, alimentação, cultura, lazer e, principalmente, aposentadorias, já que com menos pessoas contribuindo para a seguridade social e mais pessoas recebendo, os atuais sistemas entrarão, inevitavelmente, em colapso. Num país com tão graves desigualdades sociais como o nosso será um “Deus nos acuda!”.
Bem que o poeta-ministro-cantor Gilberto Gil profetizou numa de suas músicas: “Pessoa nefasta, teu inferno é aqui!”. (Ou será aqui o inferno de todos nós?).
Por João Cândido da Silva Neto
Colunista Brasil Escola
candidojooneto@yahoo.com.br
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