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domingo, 4 de outubro de 2009

Governo Sarney

Do ponto de vista econômico, o governo Sarney foi bastante conturbado. Herdeiro dos problemas gerados pelo modelo de desenvolvimento econômico estabelecido durante o regime militar e agravado pelas sucessivas crises internacionais, o governo elaborou vários planos para combater a inflação e estabilizar a economia.
No dia 28 de fevereiro foi decretado o Plano Cruzado, que estabelecia uma série de medidas:


O cruzeiro foi substituído pelo cruzado, com corte de três zeros.
Todos os preços foram congelados.
Os salários, também congelados, seriam corrigidos anualmente, ou cada vez que a inflação atingisse 20% (gatilho salarial).
Foi extinta a correção monetária.
Foi criado o seguro-desemprego.

Elaborado pela equipe do então ministro da Fazendo Dílson Funaro, o plano contou inicialmente com o apoio da população, entusiasmada com as perspectivas de estabilização econômica. O povo foi incentivado a colaborar, fiscalizando estabelecimentos comerciais que praticassem preços acima da tabela determinada pelo governo. A inflação foi reduzida, o desemprego diminuiu, o poder aquisitivo da população cresceu. Mas em poucos meses, o Plano Cruzado já apresentava problemas: muitos produtos desapareceram do mercado e começou a cobrança de ágio, ou seja, o consumidor era obrigado a pagar um tanto a mais sobre o preço estipulado pelo congelamento.
Em novembro de 86, após as eleições, foi anunciado o Plano Cruzado II, que congelou preços muito acima da realidade do mercado. Com o passar do tempo, a inflação voltou a crescer e, em maio de 1987, já ultrapassavam a casa dos 20% ao mês. O fracasso do plano provocou a queda do ministro Dílson Funaro.

Em junho de 87, o governo decretou um plano econômico, agora sob a orientação do ministro Luís Carlos Bresser Pereira. O Plano Bresser, como ficou conhecido, visava regularizar as contas públicas, isto é, as despesas do governo. Foi decretado um novo congelamento de preços e salários, por três meses. No final de 87, a nova estratégia econômica já apresentava sinais de esgotamento, por não conseguir manter a política de preços e de salários controlados.
Maílson da Nóbrega, o quarto e último ministro da Fazenda do governo Sarney, tentou ainda outro "pacote de medidas para sanear a economia: o Plano Verão, anunciado em janeiro de 1989, que decretou um novo congelamento, criou o cruzado novo e se comprometeu a conter os gastos públicos. Como os demais planos, esse também não obteve os resultados pretendidos. O governo Sarney terminou em ambiente de recessão econômica, especulação financeira e ameaça de hiperinflação.

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