O governo de Duarte da Costa foi marcado por vários conflitos com as populações indígenas.
Duarte da Costa foi o segundo representante da Coroa Portuguesa que controlou politicamente o Brasil no período dos governos gerais. Chegando ao território colonial em julho de 1553, ele veio para substituir o governador Tomé de Souza que havia pedido ao rei Dom João III para deixar o cargo concedido pela autoridade real. Em linhas gerais, sua administração teve que enfrentar diversos problemas que colocavam em risco a manutenção dos domínios lusitanos.
Na sua chegada ao Brasil, Duarte da Costa veio acompanhado por um grupo de padres jesuítas entre os quais estavam José de Anchieta e Manoel da Nóbrega. A atuação destes dois clérigos foi de grande importância no processo de formação dos primeiros centros urbanos e instituições de ensino da colônia. Paralelamente, a missão catequizadora destas duas figuras históricas também proporcionou um intenso contato com as populações indígenas.
No ano de 1555, Duarte da Costa enfrentou sérios problemas com a tentativa dos franceses em consolidar uma colônia na região do Rio de Janeiro. O conflito desenvolvido após a chegada dos franceses foi de extrema dificuldade, pois os invasores contavam com o apoio militar dos índios que lutavam contra a presença dos portugueses. Na verdade, a postura refletia a política nada amistosa de Duarte da Costa, que permitiu a utilização da mão-de-obra dos indígenas.
A postura menos amistosa com as populações nativas pretendia resolver os problemas enfrentados com a falta de escravos africanos a serem empregados nas lavouras de cana-de-açúcar. Entre outras ações, esse governo-geral organizou tropas que combateriam as tribos indígenas do Recôncavo Baiano, que se negavam a ceder território para os colonizadores lusitanos. Consequentemente, o governo teve grandes problemas com os clérigos que conduziam as atividades religiosas no território brasileiro.
Em um desses episódios, Álvaro da Costa, filho do governador geral, foi duramente criticado pelo bispo Pero Fernandes Sardinha. A contenda entre as duas autoridades chamou a atenção da Coroa Portuguesa, que exigiu que o clérigo prestasse conta sobre as acusações onde denunciava o autoritarismo de Álvaro da Costa. Na viagem de volta a Portugal, o bispo Sardinha sofreu um naufrágio na região de Alagoas e acabou sendo morto e devorado por um grupo de índios caetés.
Os vários problemas que marcaram a administração de Duarte da Costa acabaram dando fim ao seu governo. Dessa maneira, Duarte da Costa foi substituído pelo governador Mem de Sá no ano de 1558.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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