Amador Bueno ao lado dos jesuítas jurando fidelidade a Portugal.
Embrenhando-se pelas matas do interior, os bandeirantes aventuravam-se em busca das drogas do sertão, a recaptura dos escravos africanos fugidos nos quilombos e a prospecção aurífera. Além dessas atividades, os bandeirantes tinham grandes lucros com o apresamento de índios destinados ao trabalho escravo nas grandes propriedades da região litorânea. A falta de escravos africanos e o valor mais baixo do escravo indígena criaram um amplo mercado consumidor desse tipo de mão-de-obra.
A comercialização desses índios escravizados desenvolveu-se a ponto dos bandeirantes passarem a estabelecer contatos com os colonizadores espanhóis da região do Rio da Prata. Toda essa rede de negócio estabelecida teve sua ação empreendida ao longo dos séculos XVI e XVII, e já representava uma importante atividade comercial no interior da colônia. Até mesmo alguns fazendeiros chegaram a se envolver com a captura e venda de mão-de-obra indígena.
Com o fim da União Ibérica, em 1640, a Coroa Portuguesa interferiu diretamente na questão da escravização indígena. Economicamente enfraquecidos com o período de dominação hispânica, Portugal proibiu a escravização dos índios. Com tal medida, a Coroa portuguesa buscava ampliar seus lucros com o comércio dos escravos africanos trazidos das regiões da costa africana.
Sentindo-se diretamente prejudicados com tal medida, um grupo de bandeirantes paulistas organizou uma represália que expulsou os padres jesuítas, também contrários à escravidão indígena, da Vila de São Paulo. Além disso, eles tentaram aliar-se ao fazendeiro e bandeirante Amador Bueno nessa revolta contra a administração lusitana. Os bandeirantes paulistas pretendiam elevar Amador Bueno à condição de governador de São Paulo.
Amador Bueno, que temia por algum tipo de represália por parte de Portugal, não aderiu ao movimento e jurou fidelidade à Coroa. Com isso, o movimento dos bandeirantes paulistas perdeu sua sustentação e a ordem pelo fim da escravidão indígena foi mantida.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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