O algodão se consolidou como uma importante atividade econômica no período colonial.
O desenvolvimento do sistema de plantation foi responsável pela predominância de uma determinada lógica de exploração das terras no Brasil Colonial. Contudo, não podemos acreditar que somente o uso sistemático de grandes propriedades monocultoras foi o único responsável pelo desenvolvimento de atividades econômicas no Brasil. Na verdade, outros ramos de desenvolvimento econômico também vieram a compor a circulação de bens de nossa economia.
O algodão, por exemplo, foi primeiramente cultivado com o objetivo de suprir a necessidade existente de tecidos utilizados no embalo dos produtos e para a fabricação de tecidos que pudessem ser utilizados como vestimenta dos escravos. Em sua grande maioria, os integrantes da elite colonial não usufruíam do tecido produzido internamente, preferindo importar os tecidos da Europa. No século XVIII, a cultura algodoeira ganhou maior expressão com a crescente demanda industrial europeia.
A exportação do algodão em grandes quantidades teve relação direta com o surgimento das primeiras instalações industriais europeias. Nas suas etapas iniciais, a consolidação da economia industrial teve forte expressão no ramo têxtil, onde apareceriam as primeiras inovações tecnológicas que permitiram o desenrolar da chamada Revolução Industrial. Na medida em que os mercados consumidores se ampliavam, grandes potências econômicas como a Inglaterra ampliavam sua demanda por algodão.
O crescimento das lavouras de algodão no Brasil aconteceu a partir da segunda metade do século XVIII, período em que a forte elevação dos preços no mercado internacional e a guerra de independência dos Estados Unidos aconteceram. Antes desse aumento, as colônias norte-americanas eram responsáveis pela grande maioria do algodão consumido pelos europeus. No século seguinte, a produção na América portuguesa enfraqueceu com a recuperação econômica dos Estados Unidos.
Nessa época, o estado do Maranhão foi um dos maiores produtores de algodão de todo o Brasil. Em seu período de auge, o algodão chegou a representar 24% da riqueza produzida na colônia, perdendo apenas para o açúcar, dominava mais de um terço da economia colonial. A partir do século XIX, o governo incentivou a construção de fábricas têxteis que empreendessem a manutenção dos benefícios ficais provenientes da exploração do chamado “ouro branco”.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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