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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Desmatamento


Área destruída pela ação do homem
O desmatamento é um processo que ocorre no mundo todo, resultado do crescimento das atividades produtivas e econômicas e principalmente pelo aumento da densidade demográfica em escala mundial, isso coloca em risco fundamentalmente regiões compostas por florestas.

A exploração que naturalmente propicia devastação através das atividades humanas já disseminou em cerca de 300 anos mais de 50% de toda área de vegetação natural em todo mundo.

A atividade de extrativismo vegetal é extremamente importante em vários países como o Brasil, com predomínio de florestas tropicais, assim como a Indonésia e o Canadá com florestas temperadas, e essa extração coloca em risco diversos tipos de vegetações distribuídas no mundo.

Atualmente a destruição ocorre em “passos largos” podendo ser medida, pois anualmente são devastadas cerca de 170.000 km2, os causadores da crescente diminuição das áreas naturais do planeta são dentre eles a produção agrícola e pastoril com a abertura de novas áreas de lavoura e pastagens, o crescimento urbano, a mineração e o extrativismo animal, vegetal e mineral.

Essa exploração é característica da Ásia, que por meio da extração de madeira já destruiu 60% de toda floresta, no Brasil o número é pouco menor, mas não menos preocupante, pois abrange cerca de 40% da área total do território.

As conseqüências da retirada da cobertura vegetal original são principalmente perdas de biodiversidade, degradação do solo e o aumento da incidência de processo de desertificação, erosões, mudanças climáticas e na hidrografia.

A economia da Ásia Central


Agricultores na Ásia Central.
Com o declínio do socialismo e o fim da União Soviética, abriu-se caminho para que os países da Ásia Central promovessem a proclamação da independência, isso a partir de 1991. Então, os países da Ásia Central (Casaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Usbequistão) ingressaram na CEI (Comunidade dos Estados Independentes), associação criada por ex-repúblicas da URSS.

O surto de independência na Ásia Central promoveu diversas mudanças na configuração política e econômica da região. Algumas mudanças ocorreram quase que simultaneamente, como a implantação de processos eleitorais e a abertura da economia, por exemplo, abrindo espaço assim para a entrada do capitalismo e capital estrangeiro.

A configuração da economia da Ásia Central está largamente ligada ao setor primário, principalmente no segmento da agricultura, pecuária e do extrativismo mineral.

Na produção agrícola, destaca-se o cultivo de algodão e frutas. Para o desenvolvimento da agricultura é preciso empregar técnicas de irrigação de maneira intensiva para garantir a produtividade e o abastecimento interno de alimentos. Na produção pastoril, a região tem como principais criações: ovinos e caprinos. A atividade agrícola exerce uma enorme relevância para a composição econômica da Ásia Central.

Quanto ao extrativismo mineral, o subcontinente abriga em seu subsolo jazidas de diversos tipos de minérios. Dentre muitos, os principais são: carvão mineral e minério de ferro em países como o Casaquistão e o Quirguistão, e petróleo e gás no Usbequistão, Turcomenistão e Casaquistão. Existem ainda indústrias de beneficiamento, como siderúrgicas, petroquímicas, alimentícias e têxteis.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

A economia do Canadá


Mineração no Canadá
Localizado na América do Norte e com extensão territorial de 9.984.670 quilômetros quadrados, o Canadá é o segundo maior país do planeta, atrás apenas da Rússia (17.075.400 km²). Sua população é de 33.573.467 habitantes, sendo a densidade demográfica de 3,3 hab/km². A nação está entre as mais desenvolvidas economicamente do mundo, integrando, inclusive, o seleto G8 – grupo formado pelas sete nações mais ricas e industrializadas do mundo e a Rússia.
O Canadá, cuja moeda oficial é o dólar canadense, tem registrado um acréscimo médio no Produto Interno Bruto (PIB) de 2,7% ao ano e, em 2009, atingiu a quantia de 1,4 trilhão de dólares, passando a ocupar o 11° lugar no ranking mundial. A composição do PIB nacional é a seguinte: agropecuária 2%, indústria 32%, serviços 66%.
A riqueza mineral do solo canadense é a principal responsável pelo desenvolvimento econômico do país, que possui jazidas de ferro, petróleo, gás natural, urânio, ouro, prata, níquel, cobre, molibdênio, zinco, amianto, entre outros. O Canadá está entre os maiores produtores mundiais de zinco e níquel. Esses recursos naturais, além de serem exportados, proporcionaram subsídios para o desenvolvimento industrial do país.
Com extensas áreas de floresta boreal (aproximadamente 48% do território), o Canadá é grande produtor de papel, celulose e madeira, abrigando indústrias que atuam nesse segmento de forma sustentável, sendo a maioria da produção destinada aos Estados Unidos. O governo local incentiva programas de reflorestamento, garantindo, assim, matéria-prima para a continuidade das atividades vinculadas à madeira. A agropecuária, por sua vez, é dotada de alto desenvolvimento tecnológico e é altamente mecanizada. A produção de cereal, sobretudo de trigo, responde por mais da metade das exportações desse segmento econômico.
O setor industrial é bastante diversificado e desenvolvido. Os principais polos localizam-se nas cidades com maior contingente populacional: Toronto, Montreal, Vancouver, Ottawa, Edmonton e Québec. Esses centros urbanos abrigam indústrias de papel, metalurgia, química, petroquímica, mineradoras, telecomunicações, aeroespacial, informática, têxtil, alimentícia, entre outras.

Desde 1994, o país, juntamente com Estados Unidos e México, integra o Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte). Esse bloco fortaleceu ainda mais as relações comerciais entre canadenses e estadunidenses, visto que a economia do Canadá está totalmente vinculada à dos Estados Unidos, que são os principais investidores e importadores de seus produtos – aproximadamente 80% das exportações canadenses são destinadas aos EUA.
 
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

A economia dos países do Sudeste Asiático


Cingapura é o principal centro econômico do Sudeste Asiático
Cerca de 70% da população do Sudeste Asiático vive na zona rural, mostrando uma forte ligação com as atividades primárias. Desse modo, as bases da economia dos países desta região são a agropecuária e o extrativismo, o que resulta na inserção da metade da população economicamente ativa no setor primário.

Dentre as atividades agrícolas desenvolvidas no Sudeste Asiático, o cultivo de arroz é um dos destaques, o qual é realizado na maioria dos casos às margens de rios, mais especificamente, nos deltas dos rios Irrawaddy, Myanmar, Chão Phraya, Tailândia, Mekong e Vietnã.

Outra cultura de grande relevância para a economia do Sudeste Asiático é a seringueira, especialmente na Malásia, tendo em vista que esse é o maior produtor de látex de origem vegetal do mundo. O subcontinente é também um grande produtor de chá, cana-de-açúcar e pimenta-do-reino, incluindo ainda a produção de estanho (Malásia) e madeira e petróleo (Indonésia). A Indonésia, aliás, é um dos membros da Opep (Organização dos países exportadores de petróleo), que reúne os maiores produtores de petróleo do mundo.

No setor industrial, em geral, a produção é restrita, em razão da atividade primária ser a mais difundida e dos países ainda não terem ingressado em um processo de industrialização efetiva. Apesar disso, alguns países se destacam nesse segmento produtivo, como: Cingapura, Tailândia, Brunei e Malásia. Isso é resultado de vultosos investimentos oriundos de capitais externos, especialmente japoneses.

Nenhum país que integra o Sudeste Asiático possui um destaque maior que Cingapura, que detém um relativo reconhecimento no cenário global, uma vez que está entre as economias emergentes ou em desenvolvimento da Ásia, comumente denominadas de Tigres Asiáticos.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

A Era Apocalíptica

Água: essencial para a vida no planeta. E está acabando.

Sem água, sem vida. Simples assim.

GUERRA SERÁ?
A Terra é azul porque três quartos da sua superfície está coberta de água. Pena que 97,5% pertença aos oceanos. Da pequena parcela que corresponde à água doce, 90% está estocada nos pólos e no subsolo. O resultado final é que somente 0,26% de toda água existente está disponível para consumo humano. Não é de admirar que estejamos à beira de uma grande crise e que em regiões de mais intensa escassez como no Oriente Médio se fale em guerras pela água, o bem mais precioso.

Mesmo no Brasil, onde estão 12% das reservas planetárias de água doce, a distribuição e o acesso são desiguais. Kyoto, Osaka e Shiga, onde vivem quase 6 milhões de japoneses, sediaram o 3º Fórum Mundial da Água ocorrido entre o dia 16 e 23 de março de 2003 com a participação de 180 países e 24 mil delegados, assistindo a intensos debates sobre como levar à prática resoluções já tomadas em mega-reuniões anteriores da ONU, como a Rio + 10 de Joanesburgo em 2002 e a que originou a Declaração do Milênio no ano 2000, onde se prevê reduzir à metade até 2015 a proporção de pessoas sem acesso a água potável e segura (e a serviços de saneamento básico). Para que tais metas se concretizem, será preciso aplicar nos países em desenvolvimento e em transição (Europa Oriental) 180 bilhões de dólares anualmente, ao longo dos próximos 25 anos. Hoje, os gastos anuais são de 80 bilhões.

"Embora o País tenha muita oferta de água, a distribuição não é ideal, tem muitas discrepâncias", diz o coordenador da área de meio ambiente da Unesco no Brasil, Celso Schenkel. Num ranking da Unesco envolvendo 180 países sobre a quantidade anual de água disponível per capita, o Brasil aparece na 25ª posição - com 48.314 m³.

O mais pobre em água é o Kuwait (10 m³ anuais por habitante, seguida pela Faixa de Gaza (52m³) e Emirados Árabes Unidos (58m³). Na outra ponta, excetuando-se a Groenlândia e o Alasca, a Guiana Francesa é o país com maior oferta (812.121 m³), seguida por Islândia (609.319 m³), Guiana (316.698 m³) e Suriname (292.566 m³).

Em todo o mundo, as mudanças climáticas serão responsáveis por 20% do aumento da falta d’água, diz o relatório. Não somente nas zonas propensas à seca, mas também nas áreas tropicais e subtropicais as chuvas devem ser menos intensas e menos freqüentes.

Seis mil crianças com menos de cinco anos morrem por dia em todo o mundo em razão de doenças relacionadas a impurezas da água consumida. O informe alerta que a escassez nos reservatórios será resultado do crescimento populacional, da poluição e das mudanças climáticas. A previsão é de que a disponibilidade de água por pessoa vai cair um terço nos próximos 20 anos.



O relatório foi uma das mais importantes contribuições levadas ao 3º Fórum Mundial da Água, em Kyoto. O trabalho da Unesco destaca ainda que, até 2050, dois milhões de pessoas de 48 países enfrentarão problemas de escassez de água. Isso numa projeção otimista. Numa avaliação pessimista, a crise poderá afetar sete milhões de pessoas em 60 países. Os países mais pobres em oferta de água são: o Kuait, com dez metros cúbicos de água por pessoa ao ano, a Faixa de Gaza, com 52 metros cúbicos, e os Emirados Árabes, com 58 metros cúbicos. O país com a melhor oferta de água no mundo é a Groelândia.

O relatório das Nações Unidas é o maior já produzido sobre a disponibilidade e a qualidade da água no mundo.

O diretor do Programa Mundial de Água da Unesco, agência da ONU responsável pelo relatório, Gordon Young, afirmou à agência Reuters que não existe água em condições higiênicas e sanitárias adequadas para cerca de 40 % da população mundial. "Este fato é uma tragédia absoluta", disse ele.

O diretor da Unesco ressaltou que os líderes mundiais não demonstram disposição em resolver a queda no abastecimento de água.

Para Gordon Young, os políticos atuais gastam muitos recursos na construção de armamentos e, por isso, não sobra dinheiro para a implementação de projetos para melhorar a qualidade e aumentar a quantidade de água disponível.

De acordo com o relatório da ONU, cerca de seis milhões de toneladas de lixo são despejadas por dia em rios, lagos e canais.



Grande parte da água limpa no mundo é utilizada em irrigação. Para a ONU, a economia seria maior se a água suja fosse tratada e utilizada na colheita de alimentos.

A ONU incluiu no documento um ranking de países no que se refere ao tratamento da água. Finlândia, Canadá, Nova Zelândia e Grã-Bretanha apresentaram os melhores desempenhos. A Bélgica ficou atrás de países como Índia e Marrocos.

O relatório das Nações Unidas alerta também para o risco de conflitos por causa da escassez de água, principalmente no Oriente Médio.

O Alarmismo


O relatório anual das Nações Unidas faz terríveis projeções para o futuro da humanidade. A ONU prevê que em 2050 mais de 45% da população mundial não poderá contar com a porção mínima individual de água para necessidades básicas. Segundo dados estatísticos existem hoje 1,1 bilhão de pessoas praticamente sem acesso à água doce. Estas mesmas estatísticas projetam o caos em pouco mais de 40 anos, quando a população atingir a cifra de 10 bilhões de indivíduos.

A partir destes dados projeta-se que a próxima guerra mundial será pela água e não pelo petróleo.

Qual o volume de água potável disponível?

· Os dados que são utilizados pela mídia mundial são: De toda a água disponível na terra 97,6% está concentrada nos oceanos (tabela 1.1). A água fresca corresponde aos 2,4% restantes. Você acha 2,4% pouco? Então ouça isso: destes 2,4% somente 0,31% não estão concentrados nos pólos na forma de gelo. Resumindo: de toda a água na superfície da terra menos de 0,02% está disponível em rios e lagos na forma de água fresca pronta para consumo.

Assustado? A realidade não é tão terrível quanto estes números parecem apontar. Em sua grande maioria estes números estão sendo manipulados, por alguns, de forma a criar uma verdadeira histeria coletiva em relação a água.



O que está sendo feito em relação a isso?

· Em decorrência das notícias alarmistas vários países já começam a se preparar para a venda de grandes volumes de água, pensando em lucrar em cima da necessidade dos outros. No Canadá, por exemplo, a preocupação já é com a legislação que não permite a venda de grandes volumes como é feito com o petróleo.

· A população se prepara para tempos ruins, onde o consumo de água deverá ser significativamente reduzido. Existe uma tendência mundial de culpar e perseguir aqueles que, mesmo pagando, consomem mais.

Neste relatório iremos fornecer alguns dados, cientificamente embasados, que irão adicionar uma nova perspectiva àquela gerada pelas projeções catastróficas acima.

As reservas mundiais de água

Em primeiro lugar é importante falar que nós Brasileiros, no que diz respeito a água, estamos muito bem, obrigado. O Brasil, Rússia, China e Canadá são os países que basicamente "controlam" as reservas de água fresca mundial.

A distribuição da água no Mundo é muito desigual e, uma grande parte do planeta está situada em regiões com carência de água. No momento cabe a estes países, em caráter de urgência, desenvolver tecnologias que permitam a captação, armazenamento e preservação da água e seus mananciais.

Antes de nos aprofundarmos nesse assunto é muito importante dizer que apesar de termos a impressão de que a água está desaparecendo, a quantidade de água na Terra é praticamente invariável há centenas de milhões de anos. Ou seja a quantidade de água permanece a mesma o que muda é a sua distribuição e seu estado.





CICLO HIDROLÓGICO



O causador deste fenômeno é um processo chamado Ciclo Hidrológico, através do qual as águas do mar e dos continentes se evaporam, formam nuvens e voltam a cair na terra sob a forma de chuva, neblina e neve. Depois escorrem para rios, lagos ou para o subsolo formando os importantes aquíferos subterrâneos, e aos poucos correm de novo para o mar mantendo o equilíbrio no sistema hidrológico do planeta (clique na foto para detalhes).

A água somente passa a ser perdida para o consumo basicamente graças à poluição e à contaminação, nunca devido ao assoreamento como muitos dizem. São estes fatores que irão inviabilizar a reutilização, causando uma redução do volume de água aproveitável da Terra.

O Brasil é altamente privilegiado em termos de disponibilidade hídrica global. Nós temos um volume médio anual de 8.130 km3, que representa um volume per capita de 50.810 m3/hab.ano. Estes números devem ser encarados com uma certa reserva pois a distribuição de água no Brasil, como veremos adiante, também é bastante irregular. A Amazônia, o lugar mais rico em água potável superficial de todo o Planeta está distante dos grandes centros urbanos nacionais.

Conclusão 1: O gerenciamento da água é que deve ser considerado o grande problema e não seu "desaparecimento". Desta forma quando o Governo tenta culpar o usuário pelo consumo excessivo de água está, na realidade, confessando a sua incapacidade em suprir este excesso de água no presente e, possivelmente, no futuro. O cidadão pode e deve evitar perdas desnecessárias do produto, mas não deve, sob hipótese nenhuma, ser responsabilizado pela falta de água. A única forma de inviabilizar a água para o consumo é a contaminação da mesma por poluentes. Portanto cabe, mais uma vez as autoridades criar leis severas que punam exemplarmente aqueles que poluem e contaminam as águas.

Como é consumida a água?

"A rã não bebe toda a água do tanque onde mora" - Provérbio indígena norte-americano

Existem diferentes cálculos sobre a quantidade diária de água que um ser humano necessita para viver adequadamente. Alguns levam em consideração apenas o imprescindível para matar a sede, cozinhar e tomar banho; outros incluem o necessário para a limpeza de roupas e espaços.

Esses cálculos variam de 25 litros a 50 litros diários, o que indicam volumes de 9.125 litros a 18.250 litros por pessoa ao ano.

Ocorre que o volume de reserva de água doce por pessoa vem diminuindo com o passar do tempo, conforme podemos observar na tabela abaixo:

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A realidade, entretanto, exige mais água: para cultivar uma horta, para o trato de animais domésticos, para o cuidado especial de doentes, para a limpeza pública e de locais de trabalho... E o desenvolvimento tecnológico cria novas necessidades, como as máquinas de lavar roupas e louças ou os automóveis. Veja, abaixo, a média do consumo em litros de água para algumas atividades do cotidiano:



Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Organização para Alimentação e Agricultura (FAO) classificou os países em cinco categorias. Para isso levou em consideração o volume de água renovável dividido pelo tamanho da população, começando por um mínimo de 1 milhão de litros para cada uma.

Na categoria escassez, estão os países nos quais há menos de 1 milhão de litros por pessoa anualmente — são os que se encontram em pior situação. Na categoria “água no limite” estão os países que possuem entre 1 milhão e 1,7 milhão de litros por pessoa ao ano.

O Brasil está no melhor grupo, com mais de 10 milhões de litros de água doce disponível por habitante anualmente, mas as maiores reservas estão no norte, longe das grandes cidades.

Atualmente, entre os 6 bilhões de habitantes do mundo, 500 milhões já vivem no pior grupo, em países do norte da África (como o Egito, a Líbia e a Argélia) e na Península Arábica (como a Arábia Saudita, a Síria e a Jordânia).

A Índia, com cerca de 1 bilhão de habitantes, está no grupo de “água no limite”, e a China, com mais de 1 bilhão, no grupo de “água insuficiente”.

A ONU calcula que, no ano 2050, o mundo terá uma população de 8,9 bilhões de pessoas, das quais 4 bilhões viverão em países com escassez crônica de água, o pior grupo. Nesses países, a escassez de água poderá provocar problemas graves na saúde pública e inviabilizar o crescimento da economia e a geração de empregos.

Para conseguir abastecer-se de água, os países que sofrem com a escassez utilizam diferentes métodos: o transporte por caminhões, por navios tanques e também em gigantescos sacos plásticos arrastados por navios.

O consumo de água no planeta é que ditará as políticas de gerenciamento da água.

O consumo de água per capita varia de país para país e de lugar para lugar. Alguns exemplos abaixo.

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Na tabela acima observamos que o consumo é significativamente maior nos países desenvolvidos quando comparados ao Brasil. No Brasil o maior consumo per capita é observado no Distrito Federal que é ainda 33% menor que o consumo médio do Canadá.

O principal uso de água é, sem dúvida nenhuma, na agricultura. As águas públicas, que precisam tratamento e transporte tem uma distribuição diferente. Aproximadamente 60% desta água será usada para fins domésticos, 15% para fins comerciais e 13% em indústrias. O restante para fins públicos e outras necessidades.

No Brasil o consumo de água per capita multiplicou-se por mais de dez ao longo do século 20. Mesmo assim existem milhões de cidadãos sem acesso a água de qualidade. Da mesma forma milhões de casas não tem rede de esgotos.

É necessário um investimento significativo, por parte das autoridades, neste setor. Se este investimento não for efetuado, em pouco tempo teremos o caos social derivado pela falta d'água. Neste caso o grande culpado será, mais uma vez, a falta de previsão e de investimentos do setor público e não o cidadão.

Já, nos outros países onde além do problema de gerenciamento existe a falta de reservas de água o problema poderá ser, realmente, gravíssimo no futuro próximo.

A tecnologia mais promissora é a dessalinização da água dos mares e lagos salgados, que pode ser feita por meio da filtragem ou da destilação da água em usinas. De 1980 ao ano 2000, o preço do metro cúbico de água do mar dessalinizada diminuiu de 5,50 dólares para 55 centavos de dólar, e este parece ser o método que será o mais adotado.

Outras soluções são a cobertura de encostas e áreas com plásticos para a captação de orvalho e chuva e seu armazenamento em cisternas, além do tratamento da água usada para ser reutilizada, a chamada água de reúso.

A água no Brasil

O nosso país, conforme dito, é privilegiado. Temos gigantescas reservas de água praticamente em todos os Estados com exceção dos situados no semi-árido do Nordeste.

Isso não é nenhuma novidade!

O que a maioria não sabe é que existem reservas simplesmente gigantescas, maiores ainda que aquelas contidas nos rios e lagos de superfície. São as reservas dos aquíferos subterrâneos.

O Brasil detém 11,6% da água doce superficial do mundo. Os 70% da água disponível para uso estão localizadas na Região Amazônica, que representa apenas 7% da população do País. Enquanto que os 30% restantes distribuem-se desigualmente pelo País, para atender os 93% restantes. Estima-se que 51% do abastecimento de água no Brasil são feitos por captações subterrâneas através de 200.000 poços tubulares e mais de 1 milhão de poços/cacimbas. A ausência de controle sobre as diversas atividades do homem (práticas domésticas, agrícola e comercial) modificadoras dos mecanismos de reposição natural da água, principalmente dos recursos hídricos subterrâneos, denotam a importância da regulamentação e controle sobre os nossos recursos.

No Brasil, 92,7% das residências têm rede da água potável segundo dados do Ministério das Cidades. "Mas no nordeste o sistema de abastecimento não consegue garantir água todo dia", diz o diretor da Agência Nacional de Águas, Benedito Braga. No que diz respeito à rede de esgoto, a situação é oposta. Apenas 37,7% dos domicílios estão ligados à rede de coleta. O resto é lançado nos rios e no mar. É essa poluição - somada aos dejetos industriais - que está na base da crise da água. Atualmente, estima-se que haja 120 mil km³ de água contaminada no mundo - uma quantidade maior do que o total existente nas dez maiores baciais hidrográficas do planeta. Se o ritmo de contaminação não se alterar, o número pode chegar aos 180 mil km³ em 2050. Segundo a ONU, um litro de água com dejetos contamina oito litros de água pura. "De todas as crises sociais e naturais que os seres humanos devem enfrentar, a dos recursos hídricos é a que mais afeta a nossa própria sobrevivência e a do planeta", afirma o diretor geral da Unesco, Koichiro Matsuura.

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A grande reserva Brasileira de água: os aquíferos subterrâneos

Lembre-se que no ciclo hidrológico, uma parte da água superficial penetra nas rochas permeáveis formando vastos lençóis freáticos também chamados de aquíferos.

O maior aqüífero conhecido do mundo, O AQÜÍFERO GUARANI, está localizado em rochas da Bacia Sedimentar do Paraná e ocupa uma área de mais de 1,2 milhões de km2. Este super-aquífero estende-se pelo Brasil, (Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul com 840.000 Km²), Paraguai (58.500 Km²), Uruguai (58.500 Km²) e Argentina, (255.000 Km²).

Este aqüífero pode conter mais de 40 mil quilômetros cúbicos de água o que é superior a toda a água contida nos rios e lagos de todo o planeta. Somente este fato poderia significar que o abastecimento de água Brasileiro estaria garantido , sem reciclagem e reaproveitamento por milhares e milhares de anos...imagine então se fizermos uma reciclagem, tratamento e reaproveitamento eficientes...teremos água para todo o sempre.

Estima-se que por ano o Aquífero Guarani receba 160 quilômetros cúbicos de água adicional vindas da superfície. Este é um ponto que pode ser considerado um problema ou uma solução. Se estas águas superficiais estiverem contaminadas o aquífero será terrivelmente atingido.

A água do Guarani já abastece muitas comunidades nos Estados do Sul-Sudeste do País.
Reservatórios subterrâneos de água potável são conhecidos em todos os terrenos e regiões do Brasil. Mesmo no semi-árido do Nordeste existem gigantescos reservatórios. Somente um deles possui um volume de 18 trilhões de metros cúbicos de água disponível para o consumo humano, volume este suficiente para abastecer toda a atual população brasileira por um período de, no mínimo, 60 anos isso sem reciclagem ou reaproveitamento desta água.

O potencial de descoberta de novos aquíferos, inclusive maiores do que o próprio Guarani é muito grande. É só lembrar que 3/4 dos 8,5 milhões de quilômetros quadrados da superfície Brasileira correspondem a Bacias Sedimentares como a do Paraná. Todas estas bacias contém unidades sedimentares porosas e permeáveis que podem formar excelentes aquíferos de dimensões continentais.

Em sondagens profundas (>400m) na Bacia do Amazonas (PA) podemos constatar esta verdade. Intersectamos um gigantesco aqüífero com artesianismo que até hoje fornece água ininterrupta à comunidade da Transamazônica. Este reservatório, ainda não mapeado, foi intersectado em poucos furos distantes dezenas de quilômetros o que dá uma idéia de seu volume.

Mais interessante ainda é que os aquíferos tem uma água pura, sem poluentes ou contaminantes podendo ser utilizada diretamente para consumo. Em outras palavras uma água barata e pura que não necessita de tratamento.

Conclusão 2: O Brasil tem, provavelmente, as maiores reservas de água do mundo. Estas reservas estão distribuídas em todo o Território Nacional. O mapeamento dos principais mananciais subterrâneos do Brasil deve ser uma prioridade. Mais ainda é fundamental que seja monitorada a qualidade da água que penetra nos aquíferos evitando, por intermédio de pesadas multas, a poluição e contaminação desta água o que pode comprometer um dos maiores bens do País.

Reservas alternativas de água

A única maneira de acabar com a água da Terra é acabando com o planeta.

A água está presente em praticamente todos os ambientes conhecidos. Na atmosfera, na superfície, nos aquíferos subterrâneos, nos seres vivos, nas emanações vulcânicas e também na maioria das rochas.

As rochas da crosta terrestre são ricas em minerais hidratados. Se alguém tiver interesse em calcular a quantidade de água encerrada na estrutura de minerais formadores de rocha verá que o volume é simplesmente imenso. É lógico que , nas condições atuais essas reservas são apenas teóricas, já que o custo da extração desta água será muito elevado e anti-econômico. No entanto esta tecnologia poderá ser útil na conquista de planetas com pouca água como Marte.

Soluções mais óbvias que estão sendo ou serão praticadas em breve são:

Dessalinização: A dessalinização das águas do mar e de aquíferos subterrâneos com salinidade elevada será a solução para vários países que tenham o capital, a tecnologia e o acesso à água salgada. Infelizmente a água potável gerada por estas usinas ainda será um produto caro e, naturalmente inacessível a muitos.

Tratamento de águas servidas: No processo de gerenciamento de águas este é um ponto fundamental. Os países mais desenvolvidos estão investindo pesado nesse campo. No Brasil cidades como Brasília estão se destacando no tratamento e reaproveitamento dessas águas.

Captação das águas da chuva: Em países com estações chuvosas é possível maximizar os reservatórios e estoques de água pelo uso inteligente da água de precipitação.

Por exemplo: somente a água que é precipitada na Grande S. Paulo durante os meses de janeiro a março é superior em volume a todo o consumo desta cidade em um ano. Este exemplo é válido para quase todos os locais onde existem estações chuvosas.



Precipitação média mensal (mm) em São Paulo no período 1961-1990

Conclusão final: A água da terra não está acabando. Na realidade a água da superfície terrestre pode estar aumentando pela adição de água vulcânica. O valor da água deverá aumentar consideravelmente pois existem países carentes que terão que utilizar tecnologias caras ou importar água de países ricos. O Brasil não deverá ter problema de falta de água se os governantes investirem adequadamente no gerenciamento, armazenagem, tratamento e distribuição das águas. Evitar a poluição das águas deve ser considerada a prioridade número um dos Governantes.

A Era Apocalíptica - Texto 2

ÁGUA: muita procura e pouca oferta

Tudo o que fazemos hoje de certo ou errado terá uma conseqüência no futuro. Refletir sobre isso, principalmente, no que se refere à preservação da água doce do planeta.

Até quando o planeta poderá suportar o ritmo atual de exploração dos recursos de água doce?

A água, fonte de vida, é um recurso de valor econômico e uso coletivo, que deve ser gerido de maneira a não provocar conflitos ou desequilíbrios. O desperdício da água e seu uso indisciplinado trazem conseqüências desastrosas e expõem terras frágeis à desertificação.

PROBLEMA GLOBAL No estudo científico "Vital Signs", de 1993, editado pelo Worldwatch Institute, os pesquisadores Lester Brown, Hal Kane e Ed Ayres chegaram a uma conclusão assustadora: a capacidade da Terra em fornecer o suprimento de água necessário à vida da população terrestre está se esgotando.

Os problemas de água atingem hoje principalmente o Oriente Médio, o Norte da África, a Ásia Central e a África subsaariana. Mas também há escassez na China Ocidental, no Oeste e Sul da Índia, no Oeste da América Latina e em grandes regiões do Paquistão e do México. "

As guerras do século XX foram por petróleo. As do século XXI serão por água", previu o vice-presidente do BIRD (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Ismail Serageldin. A possibilidade de conflitos bélicos pelo controle dos recursos hídricos se justifica pela simples razão de que cerca de 220 grandes reservas de água na Terra ficam em regiões de fronteira (dados da Unesco).

Segundo relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento, nos próximos 10 anos, serão necessários 800 bilhões de dólares em investimentos para evitar que o mundo sofra uma seca sem precedentes. Os recursos disponíveis não passam de 40 bilhões.

Pesquisas da Organização Mundial da Saúde comprovam que 1,2 bilhão de pessoas não dispõem de água potável para uso doméstico; 80% das doenças e 30% dos óbitos registrados são causados por água contaminada. No total, 26 nações possuem menos de 1.000m³ de água potável por habitante/ano (segundo a Organização das Nações Unidas), o que coloca uma população de 255 milhões de pessoas à beira do colapso. Segundo a Unesco, o consumo de água no planeta, de 1900 para 1995, aumentou de 6 a 7 vezes, mais que o dobro do crescimento da população no período. Conseqüentemente, a água disponível caiu de 12.900m³/pessoa/ano, em 1970, para 7.600m³, em 1995.

Para eliminar as disparidades e proteger a água, a água fresca precisa ser reconhecida, em nível internacional, como bem e herança comum. Esse conceito, que enfatiza a importância do compartilhamento, é também uma contribuição para a paz. Porque a água, cada vez mais vital, tornou-se também uma questão estratégica. No mundo, 261 bacias fluviais são divididas entre Estados diferentes, o que gera o risco de "guerras pela água". A comunidade internacional precisa impedir que conflitos sobre a alocação da água tornem-se mais ruidosos do que o diálogo, por meio de instrumentos legais sólidos, especialmente nas áreas onde a escassez se alia a tensões políticas.

Nos últimos 20 anos o consumo per capita de água dobrou no Brasil e a expectativa é de que dobre outra vez nos próximos vinte anos. Mas a disponibilidade de água per capita atualmente é três vezes menor do que em 1950. Segundo a OMS (dados de 1998), 72 brasileiros em cada 100 contam com sistema de abastecimento de água.

Disponibilidade da água na terra

A provisão de água doce está diminuindo a nível mundial. Uma pessoa em cada cinco não terá acesso a água potável.

A água é cada vez mais um bem escasso no planeta. Seu volume total não está se reduzindo, porque não há perdas no ciclo de evaporação e precipitação; o que caracteriza a escassez é a poluição. Muito se fala em falta de água e que, num futuro próximo, teremos uma guerra em busca de água potável. O Brasil é um país privilegiado, pois aqui estão 11,6% de toda a água doce do planeta. Aqui também se encontram o maior rio do mundo - o Amazonas - e parte do maior reservatório de água subterrânea do planeta - o Sistema Aqüífero Guarani.

No entanto, essa água está mal distribuída: 70% das águas doces do Brasil estão na Amazônia, onde vivem apenas 7% da população. Essa distribuição irregular deixa apenas 3% de água para o Nordeste. Essa é a causa do problema de escassez de água verificado em alguns pontos do país. Em Pernambuco existem apenas 1.320 litros de água por ano por habitante e no Distrito Federal essa média é de 1.700 litros, quando o recomendado são 2.000 litros.

Mas, ainda assim, não se chega nem próximo à situação de países como Egito, África do Sul, Síria, Jordânia, Israel, Líbano, Haiti, Turquia, Paquistão, Iraque e Índia, onde os problemas com recursos hídricos já chegam a níveis críticos. Em todo o mundo, domina uma cultura de desperdício de água, pois ainda se acredita que ela é um recurso natural ilimitado. O que se deve saber é que apesar de haver 1,3 milhão de km3 livre na Terra, segundo dados do Ministério Público Federal, nem sequer 1% desse total pode ser economicamente utilizado, sendo que 97% dessa água se encontra em áreas subterrâneas, formando os aqüíferos, ainda inacessíveis pelas tecnologias existentes.

A água dos continentes concentra-se praticamente nas calotas polares, glaciais e no subsolo, glaciais e no subsolo, distribuindo-se a parcela restante, muito pequena, por lagos e pântanos, rios, zona superficial do solo e biosfera.

A água do subsolo representa cerca de metade da água doce dos continentes, mas a sua quase totalidade situa-se a profundidade superior a 800 m.

A biosfera contém uma fração muito pequena da água dos continentes: cerca de 1/40.000.

A quase totalidade da água doce dos continentes (contida nas calotas polares, glaciais e reservas subterrâneas profundas) apresenta, para além de dificuldades de utilização, o inconveniente de só ser anualmente renovável numa fração muito pequena, tendo-se acumulado ao longo de milhares de anos.

As perspectivas para o próximo século indicam um cenário de escassez da água até o ano 2050 (revista Veja dez/98):

Previsões:
1999
2050
População Mundial
6.0 bilhões
9.4 bilhões
Suficiência
92%
58%
Insuficiência
5%
24%
Escassez
3%
18%
Exaustão do lençol freático: ameaça oculta à segurança alimentar?

A alimentação disponível em muitos países em vias de desenvolvimento depende dos lençóis freáticos utilizados para a irrigação. Se não for feita uma gestão mais sustentável deste recurso, algumas das regiões mais densamente povoadas do globo podem sofrer uma crise grave num futuro próximo.

O primeiro estudo global do IWMI sobre a escassez de água, publicado em 1998, identificou a exaustão incontrolada dos lençóis freáticos como uma ameaça séria à segurança alimentar em muitos países em vias de desenvolvimento.

Nestes países, os lençóis freáticos emergiram como o pilar da economia agrícola alimentar. Mas este precioso recurso não está a ser utilizado de modo sustentável. Nos países que dependem dos lençóis freáticos para a irrigação, o bombeamento excessivo está a provocar a queda das superfícies de água doce para níveis alarmantes. O futuro da segurança alimentar de muitos dos países mais populosos do mundo - China, Índia, Paquistão e quase todos os países do Médio Oriente e da África do Norte – dependerá amplamente da forma como os responsáveis gerem hoje os seus recursos aqüíferos subterrâneos.

As conseqüências da não gestão deste problema são potencialmente catastróficas, especialmente para as populações mais pobres, que são as mais afetadas pela escassez de água. O objetivo do estudo sobre os lençóis freáticos do IWMI é identificar e promover meios de gerir melhor este recurso.

A utilização dos lençóis freáticos põe três problemas:

· a exaustão conseqüente à exploração excessiva,

· a saturação do solo pela água e

· a salinização, causadas por drenagem insuficiente e a poluição, derivada da intensa atividade agrícola, industrial e humana.

Há países que já estão a sofrer as consequências da utilização excessiva dos lençóis freáticos.
Em Henan, província de 2 milhões de hectares no Norte da China, cerca de 52% das terras irrigadas são servidas por poços tubulares. Os dados de controle da superfície dos lençóis freáticos relativos a 358 poços mostram que a superfície dos lençóis freáticos diminuiu de 0,75 a 3,68 metros entre 1975 e 1987.

Na bacia do rio Fuyang do Norte da China, a superfície dos lençóis freáticos caiu de 8 para 50 metros nos últimos 30 anos, à medida que foi aumentando o número de agricultores que recorreram à irrigação a partir de lençóis freáticos para compensar o decréscimo das águas de superfície disponíveis.

Em muitas zonas da Índia e do Paquistão, as superfícies dos lençóis freáticos estão a descer à taxa de 2 a 3 metros por ano, devido ao número crescente de poços de irrigação – cerca de um milhão por ano.

Em dois Punjabs, Haryana e Rajasthan Ocidental, a salinidade é a principal conseqüência da utilização excessiva dos lençóis freáticos. No Norte de Gujarat e no Rajasthan Meridional, o problema é a contaminação pelo flúor.

Todos estes problemas enfraquecem a capacidade destes países de fornecerem alimentos à sua população. Alguns peritos prevêem que a exaustão dos lençóis freáticos pode pôr em risco 25% das colheitas da Índia.
Não há solução simples

O estudo sobre os lençóis freáticos do IWMI incide na problemática da pobreza e tenta compreender e resolver o leque de problemas resultantes dos níveis dos lençóis freáticos. Em zonas de lençóis freáticos abundantes, os cientistas do IWMI estão a examinar em que medida as aglomerações e as aldeias se podem organizar para fazerem a gestão e a partilha ideais da água de irrigação. Em zonas que sofrem da exploração excessiva dos lençóis freáticos, o trabalho do IWMI procura definir o alcance do problema utilizando meios como a cartografia dos recursos dos lençóis freáticos e o desenvolvimento de novas abordagens para a gestão sustentável dos lençóis freáticos. Estas incluem a utilização combinada das águas subterrâneas e de superfície, a recolha de águas pluviais, a recarga dos lençóis freáticos, as instituições locais e a irrigação de precisão para uma utilização mais eficaz da água.

Água já rende mais que petróleo e gás

Jean-Marie Messier perdeu bilhões de euros ao transformar a maior empresa de abastecimento de água do mundo no conglomerado de entretenimento Vivendi Universal. Deveria ter ficado com a água. A falta de água potável no mundo a tornou mais valiosa do que o petróleo. O índice Bloomberg World Water Index, de 11 empresas do setor, registrou o rendimento anual de 35% desde 2003, em relação aos 29% das ações de petróleo e gás e aos 10% do índice Standard & Poor’s 500.

Do gestor de fundos de hedge T. Boone Pickens ao especialista em compras de empresas Guy Hands, os maiores investidores do mundo estão escolhendo a água como o produto básico que poderá se valorizar mais nas próximas décadas. As Nações Unidas calculam que até 2050, mais de 2 bilhões de pessoas de 48 países sofrerão com a escassez de água.

"Há apenas uma direção para os preços da água na atualidade, e é para cima", diz Hans Peter Portner, que administra o Water Fund, de US$ 2,9 bilhões, na Pictet Asset Management, de Genebra. O fundo aumentou 26% no ano passado, e Portner prevê rentabilidade anual da água de 8% até 2020.

Jeffrey Immelt, presidente da General Electric (GE), diz que a "escassez" de água potável em todo o mundo aumentará mais que o dobro a receita a ser obtida com o tratamento e a purificação de águas, para US$ 5 bilhões até 2010. "Este será um mercado grande e em expansão por um longo período", à medida que os governos lutam para levar água para 4 bilhões de pessoas que moram nas áreas de grave escassez, disse Immelt na assembléia anual da empresa em Filadélfia, EUA, em abril.

Albert Frère, o homem mais rico da Bélgica, tem investimentos de € 2,7 bilhões (US$ 3,4 bilhões) em água e energia por meio de cota mantida na Suez, segunda proprietária mundial de empresas de água, depois da Veolia Environnement, separada pela Vivendi em 2000.

Os indícios do abastecimento de água cada vez menores são evidentes em todo o mundo. A maioria dos restaurantes já não estão oferecendo um copo de água grátis aos seus comensais e as cidades restringem o seu uso em piscinas privadas e jardins. Mais de 98% da água do mundo é salgada e a maior parte do restante está congelada nos pólos.

Os lagos, rios e riachos do mundo representam só 1% da água doce. Os cientistas dizem que qualquer redução dos calotas polares agravaria o problema do abastecimento ao elevar os níveis da água salgada. "A qualidade da água, a sua disponibilidade e as disputas em torno dos recursos aqüíferos vão piorar", disse Peter Gleick, presidente do Pacific Institute, grupo de pesquisa de Oakland, na Califórnia, em entrevista concedida por telefone.

O custo da água geralmente é estabelecido pelas agências governamentais e pelas autoridades locais do setor. A água não é cotada em bolsas de valores. Pictet monitora as tendências dos preços na Califórnia, o estado mais populoso dos Estados Unidos, país em que os aumentos ficaram em média 6,3% ao ano entre 1989 e 2005. O petróleo aumentou em média nesse período, segundo contratos futuros negociados na Bolsa de Mercadorias de Nova York.

Desafios do Fórum das Águas de Kyoto

As atenções internacionais da área ambiental e de saneamento estavam voltadas, entre 16 e 23 de março, para o III Fórum Mundial das Águas, que foi realizado em Kyoto, no Japão. O Fórum deu seqüência a uma série de encontros promovidos pelo sistema da Organização das Nações Unidas (ONU), no sentido de responder aos enormes desafios representados pela crítica situação mundial dos recursos hídricos.

Os 11 principais desafios, que deram o tom das discussões em Kyoto, foram reunidos pelo Programa Mundial de Avaliação dos Recursos Hídricos (WWAP em inglês), que engloba os esforços de 23 órgãos do Sistema das Nações Unidas. O Programa publicou oficialmente, durante o Fórum de Kyoto, o primeiro Informe Mundial sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, com dados globais sobre a situação da água. Em resumo são estes os 11 grandes desafios, indicados pelo WWAP:

Atender às necessidades básicas - Trata-se do grande desafio, o de permitir o acesso à água doce, a toda população mundial, em quantidade e qualidade suficientes para atender às necessidades básicas dos seres humanos. O Informe Mundial do WWAP vai indicar que, na pior das hipóteses, nada menos do que 7 bilhões de pessoas, ou 80% da população mundial, abrangendo 60 países, sofrerão com a falta de água ou com problemas de saneamento até metade do século 21. O melhor cenário previsto indica que 2 bilhões de pessoas, em 48 países, sofrerão com a escassez de água em meados desse século. Hoje já são 2 bilhões de pessoas com escassez de águas e problemas de saneamento básico.

Assegurar o abastecimento de alimentos - Outro grande desafio, considerando que o aumento da população mundial vai implicar em uso ainda maior de água doce para a produção de alimentos. Atualmente 70% das águas são usadas na irrigação. As estimativas são de que a produção de uma tonelada de grãos demanda 1.000 toneladas de água. Em 2050 a população mundial será de cerca de 9 bilhões de habitantes, três a mais do que os atuais 6 bilhões.

Proteger os ecossistemas - Trata-se de garantir que a retirada de água dos rios e dos lençóis freáticos, para atender as necessidades humanas, não implique em prejuízos para os ecossistemas e, portanto, para a complexa teia biológica no planeta. As espécies animais e vegetais também necessitam de água para sobreviver e se multiplicar.

Compartilhamento dos recursos hídricos - O desafio é o de assegurar um sistema de gestão que dê respostas adequadas aos múltiplos conflitos associados ao uso da água, envolvendo os diferentes tipos de usuários.

Gestão dos riscos - O sistema de gestão também deve dar resposta apropriada aos diversos riscos ligados aos recursos hídricos, como a erosão, as inundações, a contaminação, as secas e as tempestades. É um desafio que implica o uso eficiente da ciência e da tecnologia em benefício da gestão adequada das águas.

A valorização das águas - É uma questão polêmica, pois se trata de dar um valor econômico a um bem natural. Mas existe uma tendência internacional de pagamento pelo uso da água, exatamente como forma de garantir o seu uso racional e sustentável. O desafio é fazer com que a valorização da água nestes termos não agrave a exclusão de amplos setores da população aos serviços de água potável.

Gestão integral da água - Trata-se das formas de gestão da água no âmbito público, garantindo-se a ampla participação popular nas decisões e a observação a princípios como a descentralização, a gestão por bacias, a cooperação e a solidariedade.

Melhorar o conhecimento básico - O desafio é a construção de sistemas de informação cada vez mais eficientes, dinâmicos e ágeis sobre os recursos hídricos. Os sistemas de informação construídos dessa forma podem ajudar, por exemplo, a prevenir episódios que coloquem em risco o abastecimento público de água.

Água para uso energético - É uma questão sensível. Hoje cerca de 2 bilhões de pessoas não têm acesso a energia elétrica confiável. São pessoas que moram nas regiões do planeta onde a população deve crescer ainda mais nos próximos anos. E as fontes hidráulicas continuam sendo muito importantes para a produção energética. O desafio é fazer com que os interesses do setor elétrico não sejam colocados em primeiro plano, em detrimento de outros usos da água essenciais para a comunidade humana.

Água para uso industrial - Atualmente as indústrias consomem cerca de 22% da água doce do planeta. O desafio é garantir o acesso das indústrias à água, mas sem que isso signifique o comprometimento do uso dos recursos hídricos para abastecimento público. Do mesmo modo, é fundamental que a água usada pelas indústrias retorne em condições adequadas para a natureza. Por isso é importante o avanço do reuso da água.

Água para as cidades - A urbanização é irreversível. Em 2030 cerca de 60% da população mundial estarão morando nas cidades, onde o consumo de água é maior. Como evitar um apartheid hídrico nas cidades, e sobretudo nas áreas metropolitanas?

Estes são os grandes desafios, que darão o tom dos debates em Kyoto. Em termos da participação dos representantes governamentais no Fórum Mundial da Água, três principais preocupações tomarão conta das atenções dos delegados. São preocupações indicadas na Conferência Internacional da Água, realizada em nível ministerial, em Bonn, Alemanha, em dezembro de 2001. São elas:

Governança - Trata-se da construção do sistema de gestão que responda aos desafios associados aos recursos hídricos. A responsabilidade pela gestão é dos governos, mas os diversos setores sociais são convocados a participar. A participação privada é considerada importante, mas desde que não signifique a privatização dos recursos hídricos, conforme indicou a Declaração de Bonn.

Financiamento - Trata-se da discussão das formas de financiamento das obras necessárias nas áreas de recursos hídricos e financiamento. O papel dos organismos multilaterais, do setor público e privado.

Cooperação internacional - Trata-se do debate sobre como deve ser a cooperação internacional para assegurar o uso sustentável dos recursos hídricos. Envolve a cooperação científica, tecnológica e em termos de gestão e financiamento.

Uma preocupação especial, indicada na Conferência de Bonn, também está presente em Kyoto. Trata-se de como garantir uma maior participação das mulheres na gestão das águas, como meio de se alcançar o uso sustentável dos recursos hídricos.

Em termos gerais, o Fórum Mundial das Águas, em Kyoto, vei seguir o roteiro dos eventos do sistema das Nações Unidas. Houveram encontros oficiais, das delegações governamentais, e também eventos promovidos pela sociedade civil. É de se lembrar que, de forma paralela ao Fórum de Kyoto, foram promovidos no Brasil (Cotia, SP), Florença (Itália) e Nova York fóruns das águas alternativos, realizados pela sociedade civil. São os Fórum Sociais das Águas, uma atividade impulsionada pelo "espírito do Fórum Social Mundial" de Porto Alegre. Não por acaso, o Fórum de Kyoto vem sendo caracterizado pelos organizadores dos fóruns alternativos como a "Davos das Águas", pela forte presença empresarial no evento sediado na cidade japonesa.

Tudo indica, em resumo, que o Fórum de Kyoto foi, literalmente, um "divisor de águas" no debate mundial sobre o estado e o futuro dos recursos hídricos. A exemplo do que aconteceu com o debate, na mesma cidade japonesa, em 1997, sobre a Convenção das Mudanças Climáticas e que resultou no controverso Protocolo de Kyoto, hoje fonte de muita polêmica na agenda ambiental mundial.

A água e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

Como afirmou Nitin Desai, secretário-geral da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, não é possível melhorar a difícil situação dos pobres do mundo sem fazer alguma coisa em relação à qualidade da base de recursos de que dependem: as terras e os recursos hídricos. Melhorar a utilização dos recursos hídricos é decisivo para todas as outras dimensões do desenvolvimento sustentável. Para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a água é um ponto de partida catalítico nos esforços para ajudar os países em desenvolvimento na luta contra a fome e a pobreza, na salvaguarda da saúde humana, na redução da mortalidade infantil e na gestão e proteção dos recursos naturais.

Durante a Conferência do Milênio, promovida pela Organização das Nações Unidas em setembro de 2000, 191 países — a maioria dos quais representados na conferência por seus chefes de estado ou governo — subscreveram a Declaração do Milênio, que estabeleceu um conjunto de objetivos para o desenvolvimento e a erradicação da pobreza no mundo, os chamados Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Os oitos objetivos fixados pela Conferência do Milênio foram:

* A erradicação da pobreza e da fome
* A universalização do acesso à educação primária
* A promoção da igualdade entre os gêneros
* A redução da mortalidade infantil
* A melhoria da saúde materna
* O combate à AIDS, malária e outras doenças.
* A promoção da sustentabilidade ambiental
* O desenvolvimento de parcerias para o desenvolvimento

Dada esta lista de oito objetivos internacionais comuns, 18 metas e mais de 40 indicadores foram definidos, tendo em vista possibilitar entendimento e avaliações uniformes dos ODM, nos níveis global, regional e nacional. A meta 10 visa reduzir pela metade, até 2015, a parcela da população sem acesso seguro e duradouro a água potável.
“Nenhuma medida poderia contribuir mais para reduzir a incidência de doenças e salvar vidas no mundo em desenvolvimento do que fornecer água potável e saneamento adequado a todos”. Essa afirmação do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, define de forma categórica o papel fundamental que a água e o saneamento desempenham na erradicação da pobreza e para assegurar o desenvolvimento humano sustentável.

No contexto dos ODM, a água desempenha um papel central devido à sua importância para promover o crescimento econômico e reduzir a pobreza, propiciar segurança alimentar, melhorar as condições da saúde ambiental e proteger os ecossistemas. A expansão do acesso ao fornecimento doméstico de água e aos serviços de saneamento contribuirá para o alcance de vários Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, visto que a água está intrinsecamente ligada a eles. É difícil imaginar como pode haver avanços significativos sem primeiro assegurar que as pessoas tenham um fornecimento duradouro e confiável de água e instalações sanitárias adequadas.

O acesso à água e saneamento é uma questão ética

A crise da água vem aumentando, mesmo com alguns avanços obtidos para atingir os objetivos estabelecidos em 2000. O Projeto do Milênio das Nações Unidas foi estabelecido em 2002 para desenvolver um plano de ação que habilite os países em desenvolvimento a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e a reverter o massacre da pobreza, da fome e das doenças que atinge bilhões de pessoas. As equipes das dez forças-tarefas do Projeto Milênio, congregando 265 especialistas de todo o mundo, foram desafiadas a diagnosticar os principais impedimentos ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e a apresentar recomendações de como superar os obstáculos, colocando as nações no caminho certo para atingir as metas até 2015.

No início de 2005, a força-tarefa sobre Água e Saneamento recomendou ações críticas para minorar a crise global de água e saneamento e promover a gestão adequada dos recursos aquáticos. Entre essas ações estão:

Governos nacionais e outras partes envolvidas devem assumir o compromisso de definir a crise do saneamento como prioridade máxima em suas agendas. Investimentos em água e saneamento devem ser ampliados e devem focalizar a provisão sustentável de serviços, em vez de apenas construir instalações.

Governos e agências doadoras devem fortalecer as comunidades locais com a autoridade, recursos e capacidade profissional necessários para a gestão do fornecimento de água e a provisão de serviços de saneamento.

Dentro do contexto das estratégias nacionais de redução da pobreza, os países devem elaborar planos coerentes de desenvolvimento e gestão dos recursos hídricos.

A inovação deve ser incentivada para acelerar o progresso, e assim alcançar diversos Objetivos de Desenvolvimento simultaneamente. Por exemplo, o desenvolvimento de novas formas de reutilização da água recuperada na agricultura poderia aumentar o rendimento das colheitas e reduzir a fome, melhorando também o saneamento.

Mecanismos de coordenação devem ser implementados para melhorar e avaliar o impacto das atividades financiadas por agências internacionais no âmbito nacional.

Estas recomendações mostram claramente que, após cinco anos, a ONU continua conclamando os países a assumir o acesso seguro à água potável como prioridade máxima em suas agendas. O mais grave é o fato de que as metas estabelecidas para 2015 não visam a eliminar, e sim reduzir, a tremenda injustiça social da falta de acesso seguro à água e ao saneamento básico para todos os habitantes da Terra. De acordo com a força-tarefa, expandir a cobertura de água e saneamento não requer somas colossais de dinheiro (10), nem descobertas científicas inovadoras. Quatro em cada dez pessoas no mundo não têm acesso nem a uma simples latrina de fossa não-asséptica e são obrigadas a defecar a céu aberto. Obviamente, o conhecimento, as ferramentas e os recursos financeiros estão disponíveis para pôr fim a esta infâmia.

Como afirma Mohamed Bouguerra (11), o fornecimento de água para a humanidade articula-se estreitamente às prioridades estabelecidas pelos homens. Os usos que damos à água refletem, no fim das contas, os nossos valores mais profundos. “A água é, primeiramente, uma questão política e ética. Nenhuma outra questão merece mais atenção por parte da humanidade. Ela determina a paz universal e o futuro de todos os seres vivos”. A posição de Wally N'Dow (12) , para quem grande parte dos conflitos políticos e sociais no futuro deixarão de ter como causa o petróleo e serão provocados pelas disputas em torno da água, é hoje praticamente um consenso.

O alerta feito por Bouguerra não pode ser ignorado. Necessitamos, hoje, da formulação de uma política global para a água, fundada sobre o plano da ética, e que sirva de guia para definir uma partilha equilibrada dos recursos. “Dessa maneira se poria fim aos embates indignos que os detentores do poder e alguns grupos de pressão exercem sobre este recurso. Se a política da água precisa ser integrada à viabilidade econômica, não é menos indispensável que ela englobe também a solidariedade social, a cooperação com os países mais desprovidos, a responsabilidade ecológica e a utilização racional desse recurso, para não comprometer as necessidades das gerações atuais e futuras e dos demais seres vivos que partilham conosco a água do globo”.

O Brasil na mira

Por iniciativa da Rede Brasileira pela Integração dos Povos (Rebrip) foi lançada, num debate em São Paulo, a cartilha “Água, um direito ameaçado”. O evento marcou o início de um movimento mais amplo. “Creio ser possível dar-lhe dimensão nacional, multiplicá-lo em várias capitais e promover também atos simbólicos, com presença do mundo da cultura”, disse o sociólogo Luís Fernando Garzón, integrante do ATTAC, membro do grupo de trabalho sobre Serviços da Rebrip e um dos articuladores da campanha.

A cartilha mostra que, ao tratarem a água como simples mercadoria, o Banco Mundial e o FMI favorecem políticas que resultam em exclusão. No ano de 2000, por exemplo, nada menos que doze, dos 40 empréstimos concedidos pelo Fundo Monetário a diversos países continham exigências quanto à privatização de serviços públicos de água.

O texto aponta também os riscos à soberania dos países causados por acordos comerciais como o Nafta e a ALCA, que dão sinal verde para que empresas transacionais tenham livre acesso às reservas de água dos signatários. No caso do Brasil, há perigo iminente. Além de concentrar 12% da água doce superficial do mundo, o país tem acesso a parte do Aqüífero Guarani -- a maior reserva subterrânea de água potável do planeta, que se estende pela Argentina, Paraguai e Uruguai.

O material da Rebrip expõe ainda o fracasso de experiências de privatização em outros países. Há destaque, por exemplo, para o sistema pré-pago de água implantado no Reino Unido e África do Sul, já em teste no Brasil. Ele funciona como os telefones celulares alimentados por cartões, o que anula, na prática, o princípio jurídico segundo o qual não pode haver interrupção no fornecimento de serviços essenciais. Quando a cota de água paga pelo usuário se esgota, o suprimento é cortado automaticamente. Na maior parte dos lugares onde o sistema foi introduzido, a população acabou sofrendo com a falta de água e proliferação de doenças, por não ter dinheiro para comprar os cartões.


DADOS SOBRE A ÁGUA:

· Do total de água no mundo, 97,6% é salgada e apenas 2,4% é doce; 0,8% é considerada potável;

· A quantidade de água doce produzida pelo ciclo hidrológico é a mesma de 1950 e deverá ser a mesma em 2050, quando o consumo de água atingirá o chamado ponto de equilíbrio, ou seja sua quantidade será suficiente apenas para atender às necessidades da população; se houver desperdício, vai faltar;

· Em 2050, 4,2 bilhões de pessoas (mais de 45% do total mundial) estarão vivendo com menos de 50 litros de água por dia para suas necessidades básicas;

· Hoje, 1,1 bilhão de pessoas já não têm acesso a água limpa;

· Atualmente, 54% das reservas de água doce são utilizadas por ano; em 2025, a taxa deve subir para 70%, só com o crescimento populacional;

· Nos países em desenvolvimento, até 95% dos esgotos e 70% dos rejeitos industriais são simplesmente despejados em cursos d'água sem tratamento;

· Apenas 50% do esgoto paulistano é tratado, de acordo com o Instituto Ambiental Vidágua, de Bauru.

Fontes: ONU, Unicef, Greenpeace, Unesco, SOS Mata Atlântica, Sabesp e Cetesb.

· 70% do nosso corpo composto por água, coincidentemente, a mesma composição do nosso planeta.

· 1 kg de agrotóxico é suficiente para contaminar bilhão de litros de água.

· Entre 1900 e 1990 a demanda mundial de água aumentou em seis vezes.

· Cerca de 80% das doenças e 30% dos óbitos no mundo são causados por águas contaminadas.

Fonte: Cartilha Agua – Governo do Pará 24/1/2006 11:28 Page 20
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BIBLIOGRAFIAS:

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http://www.akatu.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm
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http://www.geologo.com.br/MAINLINK.ASP?VAIPARA=A%20ÁGUA%20NA%20TERRA%20ESTÁ%20SE%20ESGOTANDO
http://www.tierramerica.net/2003/0316/particulo.shtml
http://ecofalante.terra.com.br/sub/noticias.old.php?set=268
http://www.planetaportoalegre.net/.../htm/1P4OP/view.htm?editionsectionid=311&user=reader&infoid=8584
Cartilha Agua – SECRETARIA ESPECIAL DE PRODUÇÃO – GOVERNO DO PARÁ - 24/1/2006
Artigo Kyoto Fornecido no site Reciclagem.Net – http://www.reciclagem.net/

A era do degelo

Com o aquecimento global, o Ártico tem seus pólos derretidos com grande rapidez. Há quem diga que suas calotas não suportarão o verão. Cientistas constatam que as calotas de gelo estão cada vez mais sensíveis e que derretem num ritmo mais acelerado que o aumento das temperaturas.
A Antártida também sofre com a elevação das temperaturas, pois seu manto de gelo encontra-se em solo rochoso abaixo do nível do mar e suas geleiras de descarga já estão se movendo.
Existem regiões em que as transformações climáticas já transformaram todo o cenário como é o caso da Geleira Chacaltaya, por exemplo, que antigamente era a estação de esqui mais alta do mundo e hoje é apenas uma montanha rochosa. A Groelândia tem suas geleiras de descarga cada vez mais derretidas, conseqüência da temperatura que cada vez está maior, aumentando 3 milímetros no nível dos oceanos por ano. A Ilha Pine, conseguirá acrescentar 1,5 metros de água no nível global dos mares provocando grandes inundações.

Conclusão

Tais geleiras são reservas naturais de água sob forma sólida que auxilia no abastecimento de água de algumas regiões. Com o seu derretimento, as pessoas serão submetidas à escassez de água.

O derretimento das geleiras também extinguirá conseqüentemente milhares de espécies marinhas e polares.
Por Gabriela Cabral
Equipe Brasil Escola.com

A expectativa de vida em Cuba


A população cubana está vivendo mais.
Cuba é um dos países que compõem a América Latina. O mesmo tem como presidente Raul Castro, no entanto, desde 1959 foi dirigido pelo ditador Fidel Castro. Mesmo com diversos problemas econômicos provenientes do embargo aplicado pelos Estados Unidos e seus aliados, Cuba conseguiu atingir um bom IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), o país apresenta um dos melhores do mundo.

Dentre todos os indicadores sociais, em decorrência de dados divulgados pelo próprio governo cubano, podemos destacar a expectativa de vida da população. Segundo uma pesquisa realizada pelo governo, Cuba possui uma expectativa de vida de aproximadamente 78 anos. Tal dado deixa o país com um dos melhores índices dentre todos os países do continente americano.

A esperança de vida cubana supera a brasileira, que é de 72,3, conforme dados emitidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado alcançado se dá principalmente ao fato da população ser provida de políticas assistencialistas. Outro aspecto importante foi a promoção social, desenvolvida em quase meio século.

Recentemente, é possível identificar um envelhecimento de boa parte da população, provocado pela ascensão da esperança de vida juntamente com a queda de natalidade. Segundo a CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), a expectativa de vida em Cuba obteve grandes saltos na história: em 1955, a esperança de vida era de 51,8 anos, em 2005, saltou para 73,4 anos.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Eclipse Solar


Fases de um eclipse solar
O eclipse solar é um fenômeno que ocorre quando a Lua se posiciona entre o Sol e o planeta, fazendo com que esse perca a iluminação dada pelo Sol. Ao contrário desse, ocorre a eclipse lunar quando o planeta se coloca em linha reta sobre o Sol e a Lua.

Os eclipses podem ocorrer de forma total quando toda a luz solar é bloqueada, de forma parcial quando somente uma parte da luz solar é bloqueada e ainda anular quando uma pequena faixa de luz se faz visível ao redor do eclipse. Para que os eclipses ocorram, a Lua deve estar na fase cheia ou nova, fase em que o Sol se mantém na Linha dos Nodos, linha de intersecção entre o plano da órbita lunar e a órbita solar.

Ao ocorrer um eclipse independente  de ser solar ou lunar não se deve olhar para tal com os olhos despidos de proteção, pois podem ocorrer algumas lesões na retina e comprometer seriamente a visão, já que em face da escuridão do eclipse a pupila tende a ficar dilatada tornando-se vulnerável à luz. Diferente do que pensamos, os óculos escuros não oferecem proteção para os olhos quando esses são submetidos ao sol diretamente não podendo ser usados para a verificação do eclipse.

As faixas que permitem a visibilidade do eclipse são denominadas penumbra, localizada nas laterais da região por onde ocorre o eclipse e umbra localizada de frente ao eclipse. Somente as pessoas que se localizam na área da umbra é que conseguem visualizar o eclipse solar de maneira total em sua plenitude. É calculado que ocorra em média dois eclipses por ano.
Por Gabriela Cabral
Equipe Brasil Escola

Eco 92

A preocupação com os problemas ambientais vem se intensificando a cada ano, pois é necessária uma mudança comportamental urgente para não agravar ainda mais a degradação do meio ambiente. No entanto, há algumas décadas essa temática tem sido abordada; o primeiro grande evento foi a Conferência de Estocolmo, realizada em 1972 na Suécia.

Outro grande evento para debate ambiental foi a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada entre os dias 3 e 14 de junho de 1992, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. O evento, que ficou conhecido como ECO-92 ou Rio-92, fez um balanço tanto dos problemas existentes quanto dos progressos realizados, e elaborou documentos importantes que continuam sendo referência para as discussões ambientais.

Diferentemente da Conferência de Estocolmo, a Eco-92 teve um caráter especial em razão da presença maciça de inúmeros chefes de Estado, demonstrando assim a importância da questão ambiental no início dos anos 90. Durante o evento, o presidente Fernando Collor de Mello transferiu temporariamente a capital federal para o Rio de Janeiro. As forças armadas foram convocadas para fazer uma intensa proteção da cidade, sendo responsáveis também pela segurança de todo o evento.

A ECO-92 contou também com um grande número de Organizações Não Governamentais (ONGs), que realizaram de forma paralela o Fórum Global, que aprovou a Declaração do Rio (ou Carta da Terra). Conforme esse documento, os países ricos têm maior responsabilidade na preservação do planeta.

Duas importantes convenções foram aprovadas durante a ECO-92: uma sobre biodiversidade e outra sobre mudanças climáticas. Outro resultado de fundamental importância foi a assinatura da Agenda 21, um plano de ações com metas para a melhoria das condições ambientais do planeta.

A Agenda 21 consiste em um acordo estabelecido entre 179 países para a elaboração de estratégias que objetivem o alcance do desenvolvimento sustentável.

Esse documento está estruturado em quatro seções:

- Dimensões sociais e econômicas;
- Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento;
- Fortalecimento do papel dos principais grupos sociais;
- Meios de implementação.

O aprofundamento da Convenção sobre Mudanças Climáticas resultou na elaboração do Protocolo de Kyoto, de 1997, que objetiva a redução da emissão de gases causadores do efeito de estufa.
Porém, muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento, em virtude do modelo de produção e consumo estabelecido, não colocaram em prática as políticas ambientais elaboradas durante esses eventos, intensificando o aquecimento global.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Ecomalthusianos


A valorização do meio ambiente.
Os Ecomalthusianos são uma corrente gerada a partir da teoria neomalthusiana que relata os prejuízos nos recursos naturais a partir do grande crescimento populacional. De acordo com os seguidores dessa teoria, o rápido crescimento populacional provoca a remoção de recursos naturais de seu devido lugar, trazendo em curto e em longo prazo grandes problemas ambientais.

A maior biodiversidade do planeta está concentrada na zona intertropical, local onde se concentra os países mais pobres. Dessa forma, o desmatamento ocorrido pelo crescimento dessas localidades devasta de forma irreversível os recursos naturais. Existem regiões onde o ecossistema é frágil, o que evidencia a necessidade de cuidados especiais em tais localidades. Porém, o crescimento demográfico desses locais pressiona fortemente o sistema natural.

O controle populacional é a forma de preservação apresentada por seguidores dessa teoria. É importante evidenciar que não se deve responsabilizar a pobreza pela degradação ambiental e sim a falta de planejamento e estrutura para alojar as pessoas. Deve-se buscar formas de viver sem devastar o meio ambiente e encontrar outras de conscientizar a população sobre a importância do meio ambiente e os danos provocados pela devastação da mesma.
Por Gabriela Cabral
Equipe Brasil Escola

Economia da América Latina


Mapa da América Latina.
O nome América Latina é derivado das línguas faladas em diversas partes do continente americano. Na América do Norte somente o México se insere nesse contexto, além de toda a América Central e do Sul. Isso significa que são países de língua latina, como o português, o francês e o espanhol. Os países que integram a América Latina possuem semelhanças quanto à condição de subdesenvolvimento, tais como economia fragilizada e atrasada, problemas sociais e políticos.

Na América Latina era desenvolvida a agricultura de subsistência, incluindo ainda caça, pesca e coleta. Com a chegada dos colonizadores europeus, grande parte dos países latinos passaram a cultivar produtos destinados à exportação, com o objetivo de obter lucro.

São identificadas duas formas de produção, uma destinada ao mercado externo (monocultura) e outra direcionada ao abastecimento interno (policultura).

Os países latinos são grandes exportadores de produtos primários, os mesmos tiveram uma industrialização tardia em relação às nações desenvolvidas, motivo que fez com que a América Latina se tornasse dependente.

Economia atual

Recentemente foram realizadas mudanças significativas na agricultura latina que promoveram alterações profundas no espaço e na economia. As mudanças ocorreram em decorrência da inserção de máquinas, tecnologias, implementos, insumos agrícolas (herbicidas, fertilizantes, inseticidas entre outros) e técnicas de manejo, que resultou no aumento da produtividade e conseqüentemente dos lucros.

A pecuária ocupa hoje um lugar de destaque, atividade praticada de forma semi-intensiva, são criadas raças bovinas européias em regiões de clima frio e a raça zebu em áreas de clima tropical.

Outra atividade econômica bastante difundida em praticamente todos os países da América Latina é o extrativismo e a mineração. Existe um grande fluxo comercial desenvolvido internamente entre os componentes latinos, uma vez que há uma dependência em relação a alguns minérios, além da exportação dos mesmos para diversos lugares do mundo.

O setor industrial é dividido em indústrias tradicionais e de beneficiamento. Atuam na produção de matéria-prima a partir do beneficiamento de minérios ou produtos agropecuários, incluindo aquelas que produzem bens de consumo, como as tradicionais indústrias alimentícias e têxteis, apesar de alguns países possuírem um setor industrial mais diversificado, que varia desde a indústria de base até a tecnologia de ponta, com essas características temos o Brasil, a Argentina e o México.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Economia do Chile


Cobre: o Chile é o maior produtor mundial desse minério
Com área de 756.945 quilômetros quadrados, o Chile abriga 16.970.265 habitantes. De acordo com dados divulgados em novembro de 2010 pela Organização das Nações Unidas (ONU), essa nação apresenta o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da América do Sul, com média de 0,783. Um dos principais responsáveis por tal fato é a força econômica do país, que apresenta uma economia bastante diversificada.
O Chile desenvolve uma economia com fortes relações com o comércio exterior. Visando flexibilizar e intensificar as importações e exportações, a nação assinou acordos comerciais para reduzir as tarifas alfandegárias com diversos blocos econômicos: Mercosul (Mercado Comum do Sul), CAN (Comunidade Andina de Nações), UE (União Europeia), além de integrar a Apec (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico).
Em 2008, o Produto Interno Bruto (PIB) do Chile, cuja moeda é o peso chileno, atingiu a marca de 169,4 bilhões de dólares. Esse indicador está em constante ascensão desde a década de 1970, quando o país adotou o modelo neoliberal, realizando a abertura para investimentos internacionais. Durante a década de 1990, o Chile obteve uma média de crescimento de 7% ao ano; e de 2000 a 2009, essa média ficou em 5%, sendo uma das maiores da América do Sul. O país se destaca nos três setores da economia: agropecuária, serviços e indústria.
A agropecuária corresponde a 5% do PIB e a 10% das exportações chilenas. Esse setor da economia baseia-se nos cultivos de trigo, uva, aveia, cevada, milho, girassol, alho, beterraba, etc. O país também possui criações de bovinos, ovinos, aves e suínos, além da pesca, que é uma importante fonte de renda para parte da população.
As belezas naturais, a arquitetura, o valor histórico, entre outros fatores, impulsionam o turismo: aproximadamente 2 milhões de pessoas visitam o Chile por ano. Os principais destinos são as estações de esqui, as construções incas em San Pedro de Atacama, o Vale da Lua, a Patagônia, a Ilha de Páscoa, Santiago, Valparaíso, entre outros.
Já a indústria, responsável por cerca de 50% do PIB nacional, se concentra próxima à capital, Santiago. Os principais segmentos são o alimentício, a produção de vinho, têxtil, metalúrgico, siderúrgico, mecânico, maquinário, cimento, madeira e derivados, beneficiamento de minérios, etc.
A mineração, por sua vez, é uma das principais responsáveis pela captação de receitas financeiras, visto que ela impulsiona tanto o setor industrial quanto o de serviços. O solo chileno é extremamente rico em recursos minerais, com destaque para as reservas de cobre – o país é o maior produtor e exportador mundial. Outros importantes minérios são: carvão, manganês, minério de ferro, molibdênio, zinco, chumbo e ouro.
 

Máquina utilizada no resgate dos mineiros
Porém, a mineração chilena ficou marcada por um grave acidente ocorrido no dia 05 de agosto de 2010. O desmoronamento de uma mina de cobre em San José, no norte do Chile, deixou 33 trabalhadores presos a uma distância de quase 700 metros da superfície. Em um ato de extrema bravura, considerado milagre por muitos, os mineiros resistiram até serem resgatados, no dia 13 de outubro – 69 dias após o acidente. Foi necessário fazer um duto de 66 cm de diâmetro para o resgate ser realizado. Esse acidente gerou uma alta nos preços do cobre, pois o Chile é responsável por produzir 35% do minério do mundo.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Economizar o planeta


Torneira pingando, uma grande vilã do desperdício.
O mundo passa por uma crise ambiental, problemas como aquecimento global, elevação dos níveis dos oceanos, desmatamento, escassez de água e muitos outros, são os assuntos mais evidentes, mas parece que ninguém faz nada para mudar essa situação.

Se observarmos de forma criteriosa é possível calcular as ações que as pessoas podem fazer em seu cotidiano de forma simples, mas que podem render grandes resultados. Existem diversas ações que quando implantadas evitam prejuízos à natureza, a seguir algumas situações que refletem a afirmativa acima:

• Cuidar para que torneiras não fiquem pingando, a cada segundo cai uma gota de água, em um ano são 16.500 litros de água jogados fora.

• Se seis pessoas escovarem os dentes com a torneira fechada em apenas um dia a economia é de 122 litros de água pura.

• Evitar lavar a calçada com água ou “vassoura hidráulica”, essa prática consome a cada 15 minutos, 36 litros, se isso ocorrer semanalmente, no período de um mês 1.728 litros serão jogados fora.

• No Brasil, o desperdício anual de alimentos representa uma perda de 12 bilhões de reais.

• Um indivíduo é capaz de produzir, em 72 anos, uma quantidade de lixo capaz de ocupar um apartamento de 50m2, considerando o espaço existente entre o chão e o teto.


• A humanidade consome um percentual de 30% mais elevado do que a capacidade que a natureza tem para se refazer.

• A reciclagem de uma latinha gera uma economia de energia capaz de manter acesa uma lâmpada de 100 Watts por três horas.

• O lixo produzido diariamente no Brasil, se acumulado em três dias, é suficiente para encher uma gigantesca frota de caminhões que, se colocados em fila, ligaria São Paulo ao Rio de Janeiro, totalizando 500 Km.

Esses dados estimativos demonstram diversas situações que estão ligadas à vida de todo cidadão, independente de sua nacionalidade, mas se implantadas em nível global poderá alcançar bons resultados.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Ecoturismo


Arvorismo, modalidade de ecoturismo
O ecoturismo, também chamado de turismo ambiental, turismo sustentável, turismo verde, é uma atividade realizada de forma responsável, que cumpre os princípios elementares de desenvolvimento sustentável. Ele é uma vertente do turismo voltada para a apreciação de elementos da natureza, realizado de forma consciente e ecologicamente correta.
Seu desenvolvimento proporciona um baixo impacto ambiental, visto que é impossível não ocorrer nenhuma alteração no ambiente durante o trânsito de pessoas e veículos em um determinado local, no entanto, sua prática é bem menos agressiva ao meio ambiente, além de ter parte dos recursos financeiros destinados à preservação ambiental.
O público que busca esse tipo de turismo visa estar em contanto com a natureza, sair da rotina de estresse do trabalho, satisfazer necessidades de repouso, diversão, recreação, aventura, entre outros prazeres. Entre as atividades desenvolvidas estão: trilhas ecológicas, tirolesa, arvorismo, cavalgada, boia-cross, cicloturismo, observação de fauna e flora, trekking, asa-delta, balonismo, rafting etc.
Um dos grandes aspectos positivos das atividades desenvolvidas no ecoturismo é a relação com a educação ambiental, pois o contato direto com o meio ambiente e as comunidades visitadas pode promover o respeito e a conscientização ambiental e cultural. Palestras de campo, eventos ecológicos, visitas monitoradas por guias qualificados, entre outros, também auxiliam nesse processo.
O ecoturismo vem ganhando vários adeptos e, atualmente, é o segmento de turismo que mais cresce no mundo, representando 8% do mercado global. No Brasil, o ecoturismo tem apresentado crescimento de 30% ao ano. A grande variedade de belezas naturais do país contribui para esse aumento acima da média mundial.
 
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Educação, base do desenvolvimento


A educação é um instrumento para desenvolver qualquer nação.
Os países que detêm uma boa educação, respeito, zelam para o cumprimento das leis, condenam a corrupção, os privilégios e praticam a cidadania, como conseqüência se desenvolvem.

A educação é fundamental para a transformação de uma nação, os países que não valorizam a ética, o trabalho e a educação em geral, apresentam economia frágil, os rendimentos são inferiores, refletindo em todo seguimento, como habitação, saúde, qualidade e expectativa de vida.

As nações que priorizam e valorizam a educação tem, com esse objetivo, maneiras concretas de ascensão profissional-econômica através do esforço em anos de estudo e trabalho. O contrário ocorre nos países que não valorizam a educação, a maioria visa uma mudança de vida sem dedicação e esforço, quer uma ascensão a partir de prêmios lotéricos, no ramo artístico e esportivo.

Com base nas afirmações anteriores se conclui que o desenvolvimento é uma questão cultural, pois os países desenvolvidos se encontram nessa condição por causa da população que é instruída de conhecimento e que exerce a cidadania, em geral essas pessoas possuem bom poder aquisitivo e não se corrompem.

Enquanto isso, nos países onde a educação é esquecida, desprezada e até mesmo maquiada, as pessoas a todo o momento tentam levar vantagem, são facilmente corrompidas entre outras atitudes questionáveis, que ocorridas coletivamente compromete o crescimento político-econômico-administrativo do país.
Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Efeito Estufa


Efeito estufa provoca o aquecimento do planeta.
Do total de raios solares que atingem o planeta quase 50% ficam retidos na atmosfera, o restante que alcança a superfície terrestre aquece e irradia calor, esse processo é chamado de efeito estufa.

Apesar do efeito estufa ser figurado como algo ruim, esse processo é um evento natural que favorece a proliferação da vida no planeta Terra. O efeito estufa tem como finalidade impedir que a Terra esfrie demais, caso a Terra tivesse a temperatura muito baixa certamente não teríamos tantas variedades de vida. Contudo, recentemente uma série de estudos realizados por pesquisadores e cientistas, principalmente no século XX, têm indicado que as ações antrópicas (ações do homem) têm agravado esse processo por meio de emissão de gases na atmosfera, especialmente o CO2.

O dióxido de carbono CO2 é produzido a partir da queima de combustíveis fósseis usados em veículos automotores movidos à gasolina e óleo diesel. Esse não é o único agente que contribui para emissão de gases, existem outros como as queimadas em florestas, pastagens e lavouras após a colheita.

Com o intenso crescimento da emissão de gases e também de poeira que vão para a atmosfera certamente a temperatura do ar terá um aumento de aproximadamente 2ºC em médio prazo. Caso não haja um retrocesso na emissão de gases esse fenômeno ocasionará em uma infinidade de modificações no espaço natural e automaticamente na vida do homem. Dentre muitas as principais são:

• Mudanças climáticas drásticas, onde lugares de temperaturas extremamente frias sofrem elevações nas mesmas ou em áreas úmidas comecem a enfrentar períodos de estiagem. Além disso, o fenômeno pode levar áreas cultiváveis e férteis a entrar em um processo de desertificação.
• Aumento significativo na incidência de grandes tempestades, furacões ou tufões e tornados.
• Perda de espécies da fauna e flora em distintos domínios naturais do planeta.
• Contribuir para o derretimento das calotas de gelo localizadas nos pólos e conseqüentemente provocar uma elevação global nos níveis dos oceanos.

O tema "efeito estufa" é bem difundido nos mais variados meios de comunicação de massa do mundo, além de revistas científicas e livros, no entanto a explicação é razoavelmente simples, devido os gases se acumularem na atmosfera a irradiação de calor da superfície fica retida na atmosfera e o calor não é lançado para o espaço, dessa forma essa retenção provoca o efeito estufa artificial. Abaixo um esboço de como ocorre o efeito estufa natural e artificial ou provocado pelo homem.

Efeito estufa natural favorável à vida na Terra.

Efeito estufa provocado pelo homem.

Eduardo de Freitas
Graduado de Geografia
Equipe Brasil Escola

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