O Massacre de Nanquim demarca a rivalidade histórica entre japoneses e chineses.
Durante o século XIX, o processo de modernização da economia japonesa inseriu essa nação na terrível política imperialista que então tomava os continentes africano e asiático. Sendo vizinho da China, o governo imperial japonês iniciou um processo de invasão que conquistaria paulatinamente as regiões sudeste e nordeste do território chinês. Nessa época, os vários conflitos da Primeira Guerra Sino Japonesa garantiram o controle nipônico em diferentes localidades.
Para que a hegemonia dos japoneses se ampliasse, as forças militares deste país organizaram, em 1937, um massivo ataque que almejava a conquista de uma região que ia de Xangai até Nanquim, duas importantes cidades da economia chinesa. Através desse extenso território, os japoneses acreditavam que a posterior conquista do restante do território chinês aconteceria sem maiores problemas.
A previsão do exército chinês era de que a ocupação de Xangai fosse rápida, não demorando mais do que três meses. Entretanto, mesmo tendo recursos bélicos inferiores, os habitantes chineses dessa região ofereceram uma vigorosa resistência. Observando o entrave, os nipônicos decidiram organizar três grandes colunas militares que posteriormente se encontrariam na cidade de Nanquim, alvo final daquele ambicioso projeto de conquista imperial.
Nessa nova fase do conflito, o numeroso e desorganizado exército chinês passou a não oferecer resistência contra os conquistadores, abrindo portas para um tratado de negociação. Após uma reunião com as lideranças nipônicas, os generais do exército chinês decidiram aceitar prontamente a derrota. Contudo, a ação que poderia ter dado um fim àquele embate, foi início de uma terrível carnificina que atingiu milhares de civis indefesos.
Seguindo as orientações do general Asaka Yasuhiko, os soldados japoneses foram imediatamente ordenados para que matassem todos os inimigos aprisionados em Nanquim. Segundo sua tradição, os soldados japoneses eram influenciados pela cultura militar do bushidô, que dizia que um verdadeiro guerreiro teria que lutar até a morte. Além disso, a superioridade numérica dos chineses era encarada como um risco que poderia se levantar a qualquer instante.
Várias fotografias registraram as inomináveis atrocidades que o exército japonês realizara em nome de seus interesses econômicos. Pessoas completamente indefesas, apesar de manifestarem completa rendição, eram sumariamente executadas por seus dominadores. De acordo com as estimativas relacionadas ao episódio, os japoneses teriam executado cerca de 300.000 pessoas ao longo de seis semanas.
Atualmente, alguns historiadores e interessados no assunto desenvolvem uma série de teorias revisionistas com relação ao Massacre de Nanquim. Em geral, estes pesquisadores não pretendem negar a veracidade do ataque ocorrido. A grande preocupação gira em torno da consistência das provas apresentadas. Vários indícios contestam a capacidade que o exército japonês teria de executar tantas pessoas em um espaço de tempo tão curto.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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