O conflito em Suez combinou interesses econômicos junto às rivalidades da Guerra Fria.
Desde o século XIX, o Egito é uma região que desperta a cobiça de várias poderosas nações do mundo. Nesse contexto, a Inglaterra, no auge de sua ação imperialista, ocupou o território impondo sua crescente necessidade por mercados consumidores. Em 1922, essa situação se transformou apenas aparentemente, quando o Egito conseguiu estabelecer a sua independência com a formação de um regime monárquico.
Na verdade, a influência inglesa continuaria na região através de uma articulada atuação diplomática. Após a Segunda Guerra Mundial, essa importância seria ampliada com a valorização do petróleo do Oriente Médio e a estratégica função do Canal de Suez, construção de engenharia que interligava comercialmente várias embarcações que circulavam entre o Oriente, a Europa e a porção norte da África.
Insatisfeitos com a presença estrangeira no país, um grupo de militares, liderados pelo coronel Gamal Abdel Nasser, organizou um golpe de Estado que derrubou o governo do rei Faruk, em 1952. Logo de início, os golpistas chegaram ao poder dispostos a implantar um conjunto de reformas pautadas na estatização das empresas e na limitação dos países estrangeiros na economia nacional. Além disso, devemos frisar que o novo governo implantou uma reforma agrária apoiada pelos soviéticos.
Em tempos de Guerra Fria, o apoio soviético ao Egito representava uma séria ameaça aos interesses de países como França, Inglaterra e Israel. Tal desconfiança se agravou ainda mais com a determinação egípcia de fechar o porto de Eliat e promover a nacionalização do Canal de Suez. Por meio dessa última ação, o bloco capitalista acreditava que a União Soviética poderia consolidar um forte aliado político no Oriente Médio através dos egípcios.
Reagindo imediatamente ao bloqueio e à nacionalização do canal, os israelenses – com apoio franco-britânico – declararam guerra ao Egito. No dia 29 de outubro, os judeus organizaram uma violenta ação militar com a invasão imediata da península do Sinai. Paralelamente, grupos de paraquedistas franceses e britânicos realizaram a tomada de Port-Said, região de entrada do Canal de Suez.
Temendo uma reação mais extremada dos soviéticos, os Estados Unidos desaprovaram a realização daquele conflito. Fortalecida, a União Soviética ameaçou as cidades de Londres e Paris com a promoção de uma ofensiva nuclear. Mediante tal configuração, os israelenses se viram obrigados a recuar suas tropas. Dessa forma, os soviéticos conquistaram uma zona de influência no mundo árabe. Sob o contexto dos interesses econômicos, árabes e judeus acentuavam a tenso clima da região.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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