Carriles: o terrorista cubano que lutou ativamente contra o regime instalado por Fidel Castro.
Ao falarmos sobre a Revolução Cubana, estamos acostumados a destacar os feitos heróicos que possibilitaram a vitória dos guerrilheiros contra a ditadura de Fulgêncio Batista. Contudo, existe outro lado dessa história onde podemos perceber as dificuldades enfrentadas pelo governo instituído. Após os conflitos de 1959, os revolucionários tiveram que encarar a oposição de várias figuras contrárias às diretrizes do regime conduzido por Fidel Castro.
Um dos mais famosos oponentes do governo castrista foi o cubano Luis Posada Carriles, nascido em 15 de fevereiro de 1928, na cidade de Cienfuegos. Quando jovem, concluiu o curso de Medicina, na capital Havana. Com o estouro da revolução, Posada incorporou as frentes anti-revolucionárias e apoiou a invasão à Baía dos Porcos (1961), episódio que tentou derrubar o governo cubano com o apoio logístico e militar dos Estados Unidos.
Após o insucesso da operação, segundo apontam alguns pesquisadores, Luis Posada recebeu treinamento militar nos Estados Unidos. Com os conhecimentos acumulados nessa época, Posada trabalhou como agente da CIA até 1967. Depois disso, foi mandado para a Venezuela para comandar o departamento de segurança e contra-inteligência da polícia venezuelana. Em 1971, o treinado agente organizou uma tentativa de assassinato contra Fidel Castro, que visitava a cidade de Caracas.
Com o fim do governo do presidente venezuelano Carlos André Perez, Carriles decidiu montar a sua própria agência de segurança e investigação. Nessa época, o agente cubano teve grande participação nas reuniões que discutiam um amplo plano de ação das ditaduras que se instalaram na América do Sul. De fato, Carriles teve participação direta nas discussões de instituíram a Operação Condor, que integrava o combate aos movimentos de esquerda contra as ditaduras americanas das décadas de 1970 e 1980.
Com as habilidades acumuladas durante todo esse período, Posada resolveu enfrentar o governo cubano por meio de ações terroristas. No ano de 1976, ele organizou um engenhoso atentado contra o “Cubana Flight 455”, aeronave que saía de Cuba com destino a Barbados. Nessa ação terrorista, setenta e três pessoas morreram, incluindo um grupo de atletas que integravam a equipe cubana de esgrima. Após algumas investigações, as autoridades chilenas prenderam Posada sob a acusação de terrorismo.
Em 1985, ele conseguiu escapar da prisão por meio do apoio da Fundação Nacional Cubano Americana, criada sob a tutela do presidente norte-americano Ronald Reagan. Depois disso, várias acusações apontavam que Carilles teve participação no narcotráfico promovendo a entrada de cocaína nos Estados Unidos. Em 1997, organizou uma série de atentados onde plantou uma série de bombas em hotéis da cidade de Havana.
No ano 2000, Posada voltou a ter problemas com a polícia ao ser condenado por autoridades panamenhas por participar de um atentado contra o presidente Fidel Castro durante um evento na Universidade do Panamá. Em 2005, diversas acusações denunciavam a entrada ilegal de Luis Posada nos Estados Unidos. Pressionado pela opinião pública, o governo Bush o acusou por falso testemunho e delitos migratórios, sem fazer nenhuma menção às suas atividades terroristas.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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