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terça-feira, 9 de março de 2010

Leila Khaled


Leila Khaled: beleza e coragem a serviço da causa palestina.
Na década de 1940, a região da Palestina viveu um delicado momento em que judeus da Europa deixavam o Velho Continente assolado pela perseguição nazista. Nessa mesma época, nasceu Leila Khaled, filha de uma família árabe palestina localizada na cidade de Haifa. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a família de Leila passou a viver outro conflito iniciado no dia exato em que a jovem Leila completava quatro anos de idade.

Em 9 de abril de 1948, o massacre de Deir Yasin marcou o início dos conflitos militares entre os povos árabes e judeus. Mais de 300 aldeões palestinos foram brutalmente assassinados por integrantes do Stern e Irgun, dois grupos terroristas judeus formados na época. Assustados com o ocorrido, os familiares de Leila mudaram-se para o Líbano, onde tinham alguns parentes. A partir de então, Leila Khaled passou a infância e adolescência vivendo como uma refugiada.

Com apenas quinze anos, Leila buscou na luta armada uma forma de retornar ao lugar que um dia foi seu lar. Depois de integrar a diversas organizações, a jovem militante passou a engrossar as fileiras da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP). O principal objetivo desse grupo era concretizar a formação de um Estado Palestino guiado por princípios políticos socialistas. Na medida em que o Estado israelense tomava forma e ampliava seus domínios, a FPLP aproximava-se da solução terrorista.

A primeira alternativa buscada pela FPLP foi a de seqüestrar aviões e, dessa forma, fazer da causa palestina uma questão internacionalmente reconhecida. Em julho de 1968, o grupo terrorista tomou um avião israelense em troca da soltura de alguns companheiros da Frente de Libertação. O sucesso da empreitada inicial empolgou o grupo Palestino que, àquela altura, já tinha Leila como um de suas mais bem treinadas combatentes.

Muito mais ousada que a primeira ação, o seqüestro para o qual Leila foi designada pretendia tomar um avião da companhia TWA que levava Yitzhak Rabin, na época, embaixador de Israel nos Estados Unidos. A ação terrorista acabou não cumprindo seu objetivo, pois o embaixador acabou desistindo da viagem. Leila foi presa e seu rosto estampou as páginas dos jornais e noticiários do mundo inteiro. Em pouco tempo, a beleza da jovem terrorista virou uma sensação nos veículos de comunicação.

O reconhecimento divulgou sua causa por vias pouco interessantes e, por isso, a bela Leila decidiu se submeter a cirurgias plásticas que modificaram sua fisionomia. Em setembro de 1970, um ano depois de sua primeira ação, Leila Khaled participou de uma série de seqüestros aéreos popularmente conhecidos como “os seqüestros de Dawson Field”. Carregando diversas granadas, Leila e seu companheiro Patrick Arguello tentaram invadir a cabine do piloto.

Durante a ação, agentes disfarçados que estavam no avião conseguiram matar Patrick com quatro tiros fatais. Enquanto isso, Leila era observada com as granadas que poderiam colocar o avião pelos ares. A aeronave, que tinha Nova York como destino, foi obrigada a realizar um pouso emergencial na cidade de Londres. Quando desceram em terras britânicas, Leila Khaled foi presa pelos policiais ingleses. Dias mais tarde, outro grupo de seqüestradores trocou cinqüenta e seis reféns pela liberdade da terrorista.

Após esse incidente, a bela e afamada terrorista resolveu desistir das atividades terroristas. Leila Khaled escreveu um livro contando sua história de vida e, logo depois, constituiu família. A partir de então, seu interesse pela questão palestina ganhou novos rumos. Atualmente, a ex-terrorista integra o Conselho Nacional Palestino, uma espécie de instituição política que visa representar os interesses dos quatro milhões de palestinos que vivem fora de sua terra natal.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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