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terça-feira, 9 de março de 2010

Obama no poder


Obama traz uma expectativa por mudanças ainda não construídas na história dos EUA.


No dia 5 de novembro de 2008, os jornais do mundo dedicaram sua primeira página para um acontecimento visto como uma nova etapa da história dos Estados Unidos da América. Na noite anterior, um anúncio oficial confirmava a vitória de Barack Hussein Obama, de 47 anos, como o 44° presidente eleito da nação mais influente do mundo contemporâneo. Para muitos, significou um impressionante leque de inflexões resumidos na palavra “mudança”.

Entre outras implicações, muitos desses jornais tiveram o interesse em destacar a vitória do primeiro presidente negro dos EUA. Contudo, apesar da coerência de tal afirmação, não podemos deixar de ver que outros sinais colaboraram para essa questão. A vitória de Obama marcou um desejo por políticas que pudessem superar os problemas experimentados pela nação norte-americana ao longo dois oito anos de predominância republicana.

Conforme salientou Demetrio Magnoli, o candidato norte-americano não teria condições de chegar ao poder de uma nação múltipla ao representar apenas uma parcela de sua população. Não por acaso, entre todas as oportunidades que teve para se definir como um candidato negro, Barack Obama fez questão de dizer publicamente que não era a favor de políticas raciais e, muito menos, definir a si próprio como “presidente dos negros”.

Se pudermos observar uma virada de página com respeito à questão racial naquele país, ela se resume a três diferentes momentos. O primeiro, da nação que construiu sua riqueza por meio da exploração das rentáveis oportunidades abertas pela escravidão. O segundo, dos governos que tentaram superar o racismo por meio de ações afirmativas que legitimavam a segregação. E, por último, dos eleitores brancos, negros, latinos e mestiços que acreditaram na promessa de uma nova forma de poder.

De fato, a eleição de Obama aponta para uma quebra de paradigmas responsável por uma transformação das imagens que sacramentavam os EUA como uma nação hegemonicamente racista. Mas isso tem uma importância muito maior para a imagem do país para com o mundo do que para os problemas que circulam a própria sociedade que o elegeu. A crise econômica, os gastos com a guerra no Iraque e as políticas de energia são pontos de maior relevância interna.

As velhas dicotomias que separavam a nação entre brancos e negros, republicanos e democratas não mais suportam a emergência de um mundo que exige um grau de compreensão e leitura muito mais complexo. Evidentemente, isso não aponta para o fim dos grupos e indivíduos que ainda defendem esse tipo de ordenação das relações políticas e sociais. Para que pudéssemos realmente concordar com a transformação histórica dos jornais, muita coisa ainda deveria acontecer.

Ao fim de tantas especulações e variáveis, nos reservamos a adotar uma posição menos afetada e mais cautelosa sobre o rumo a ser tomado por esse novo governo. Decretar o fim ou o começo de certas coisas demanda o tempo necessário para o consumo e reflexão do fato histórico. Se os jornais preferem adiantar a própria História, é porque também anseiam sinceramente por transformações ou porque o velho interesse em se vender notícia ainda domina.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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