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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Religiosidade egípcia


A religião entre os egípcios envolvia um complexo universo de divindade e crenças.


Sendo adoradores de vários deuses, os egípcios costumavam adorar distintas divindades que poderiam representar forças da natureza, animais e figuras humanas. Alguns desses deuses poderiam ser adorados por toda a população egípcia, já outros estavam inseridos nas práticas religiosas de uma única região. Além de politeístas, os egípcios também costumavam homenagear figuras antropozoomórficas, seres híbridos que possuíam o corpo com partes humanas e animais.

Os mitos que falam sobre os diversos deuses adorados pelos egípcios demonstram a origem de vários dos rituais celebrados por essa antiga civilização. Por meio do relato que conta a morte do deus Osíris, por exemplo, temos a origem que fundamenta o hábito egípcio de mumificar os mortos. Além disso, a morte e o renascimento dessa mesma divindade justificam a noção de circularidade do tempo fortemente marcada dentro da cultura egípcia.

Entre os vários deuses adorados pelos egípcios, podemos destacar Osíris, Isis, Seth, Rá, Ptah, Thot, Anúbis e Maat. Entre a classe campesina, a adoração dos animais era bastante comum, sendo o gato um dos mais prestigiados. Em outras cidades, como Mênfis e Tebas, Sobeque – o deus-crocodilo, e Ápis – o deus-touro, eram usualmente adorados com uma série de rituais e sacrifícios. Os templos, construídos em número expressivo, eram ponto de adoração e constituíam a própria moradia de várias divindades.

Outro ponto bastante curioso da religiosidade egípcia diz respeito à forma com a qual a morte era encarada por essa civilização. Para o povo egípcio, o falecimento era apenas um processo onde a alma se desprendia de seu corpo. Segundo suas crenças, uma alma poderia viver eternamente desde que encontrasse um corpo em perfeitas condições para se alojar. Por conta dessa crença, os egípcios desenvolveram diversas técnicas de mumificação.

No Egito Antigo, os faraós eram considerados a encarnação direta de Hórus,o deus-Falcão, e filho de Amon-Rá, o deus-Sol. A prosperidade de toda população egípcia estava intimamente ligada à figura do faraó e, por isso, várias celebrações eram realizadas em sua homenagem. Em certas ocasiões, a presença deste monarca divinizado em certos rituais era de suma importância. Sem as bênçãos faraônicas, a cheia dos rios e as vitórias militares poderiam ser ameaçadas.

Durante o governo de Amenófis IV (1353 a.C. – 1336 a.C.), a vida religiosa dos egípcios sofreu uma verdadeira revolução no momento em que o faraó tentou instituir o monoteísmo a toda a população. Buscando diminuir a influência política dos sacerdotes, este monarca reconhecia somente o deus Aton (divindade representativa do círculo solar) como o único deus a ser adorado. Apesar do grande impacto de sua imposição, o politeísmo logo foi restaurado com o fim de seu governo.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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