A formação da nação canadense é marcada pela presença de diferentes povos.
As origens do passado canadense se confundem com as teorias que visam explicar o processo de ocupação do território americano. Segundo alguns indícios, acredita-se que populações de aborígenes tenham chegado a esta região por meio de uma faixa de terra que ligaria a Sibéria e o Alasca. Estima-se que a movimentação destes grupos humanos tenha acontecido há cerca de 30 000 anos.
A colonização do Canadá teve início fora do processo de expansão mercantilista que marca a Europa da Idade Moderna. Os primeiros estrangeiros a se fixarem aqui foram os vikings, que há cerca de 1000 anos promoveram um curto período de ocupação da Ilha de Terra Nova. Já nessa época, acredita-se que o contato entre os nativos e os europeus tenha sido marcado por uma série de conflitos.
Passados seis séculos, o navegador italiano Giovani Caboto, a serviço dos membros da Coroa Britânica, reivindicou o domínio europeu no ano de 1497. Logo em seguida, os franceses também se fixaram na região para imprimir as suas atividades de natureza colonial. Pela definição de algumas teorias, a aventura britânica e francesa pela América do Norte aconteceu como um desdobramento das tentativas de se buscar outra rota marítimo-comercial para o Oriente.
Mesmo não alcançando o tão cobiçado mercado oriental, os mercadores destas nações exploraram o pescado e as peles tão facilmente encontradas em terras canadenses. Além disso, vale destacar que a presença franco-britânica foi marcada por várias disputas que pretendiam impor a hegemonia de um só país no território colonial canadense. Por fim, observa-se que uma parte significativa do território acabou sendo controlada pelo governo britânico.
Somente no século XIX, os canadenses organizaram um gradual processo de emancipação do controle britânico na região. No ano de 1848, a Inglaterra autorizou os canadenses a conduzirem as suas próprias instituições políticas, desde que os assuntos de natureza externa permanecessem sob o controle do Império Britânico. Logo depois, o processo de expansão estadunidense transformou o cenário político deste território.
Com o fim da Guerra Civil dos Estados Unidos, lideranças políticas canadenses defendiam que a união política das províncias era fundamental para que os EUA não tentassem a anexação de seus territórios. Em 1° de julho de 1867, Canadá Oeste, Canadá Leste, Novo Brunswick e Nova Escócia, se uniram através de um documento chamado Ato da América do Norte Britânica. A partir de então, todo esse território seria politicamente reconhecido como Domínio do Canadá.
Inspirados pelo sistema britânico, os políticos do novo Estado optaram por um regime em que um Parlamento – composto pela Câmara dos Comuns e do Senado – trataria de assuntos de natureza nacional. Enquanto isso, as províncias teriam autonomia para discutir e elaborar as leis que se restringissem aos assuntos locais. Pouco tempo depois, os canadenses organizaram seu processo de expansão territorial rumo a oeste.
No ano de 1869, um levante liderado por Louis Riel garantiu a conquista da chamada província de Manitoba. Um ano mais tarde, os membros da Columbia Britânica decidiram se incorporar ao Canadá. Em 1873, a Ilha do Príncipe Eduardo também tomou a mesma ação. A última província canadense foi conquistada em 1949, quando a região de Terra Nova optou pelo fim da subordinação britânica.
Nas primeiras décadas do século XX, a economia canadense cresceu de forma expressiva, tornando-se uma significativa força agrícola e industrial. Na década de 1930, os efeitos da Grande Depressão foram superados na medida em que a inserção na Segunda Guerra Mundial aqueceu a sua economia e a transformou, após o conflito, no quarto maior parque industrial do mundo.
Na segunda metade do século XX, a prosperidade da economia canadense veio acompanhada por uma série de políticas sociais que firmaram um invejável padrão de vida naquele país. No contexto internacional, o Estado canadense tem papel atuante em operações que defendem a paz mundial e se tornou região atrativa para imigrantes de várias partes do mundo.
Na década de 1980, um movimento na província de Quebec discutiu a separação política de seu território. A justificativa para esta ação seriam os paradigmas culturais quebequenses que estariam muito mais próximos a uma tradição cultural francesa do que a do restante do território, marcado pela hegemônica colonização britânica. Apesar da movimentação, a província de Quebec continua sendo um domínio canadense.
Por fim, ao notarmos a sua formação cultural múltipla, o Canadá passou a acolher pessoas de vários países. As demandas econômicas desta nação a levaram a criar diversos programas que permitem o ingresso de estudantes e trabalhadores para o interior de seu território. De certa forma, a política externa canadense se difere de outras grandes nações que se alarmam com a presença de estrangeiros no país.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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