A pintura rupestre da “Caverna das Mãos”: uma manifestação do homem paleolítico na Patagônia.
O processo de ocupação do continente americano aconteceu a milhares de anos atrás. Apesar do consenso existente com respeito a essa informação, não existe uma data exata reconhecida por todos os especialistas da área. Se de um lado temos estudiosos que trabalham com a datação de 60 mil anos atrás, outros preferem trabalhar com a hipótese de que os primeiros homens americanos teriam surgido há 12 mil anos. Em meio a tantos vestígios diferentes, a exatidão é praticamente uma tarefa impossível.
Contudo, sabemos que a história do homem nas Américas começa no período Paleolítico Inferior, época que tem suas informações fundamentais restritas à análise de um conjunto específico de vestígios. Em geral, o homem americano trabalhava com instrumentos produzidos em pedra talhada. Além de utilizarem pedras talhadas com uma ou duas faces, os grupos dessa época também construíam objetos com ossos de bisões, camelídeos, mastodontes e mamutes.
Na passagem do Paleolítico Inferior para o Paleolítico Superior, há 17 mil anos, a caça se transformou em uma prática mais comum entre os grupos humanos. A prova material dessa mudança pode ser atestada na aparição de pontas de flecha, facas e outros instrumentos pontiagudos utilizados no abatimento e no corte da carne animal. Vale destacar que a caça provocou uma ampliação do cardápio dessas populações e a adoção das peles como vestimenta.
Na Patagônia, porções sul do território argentino, foram encontradas pinturas rupestres, restos de fogueira e pontas de lança que evidenciam a chegada do homem a essa região há mais ou menos 11.500 anos. Além da caça, os povos dessa região também se sustentavam através da coleta de frutos do mar e da pesca de peixes. Assim como no litoral brasileiro, a Patagônia é marcada pela existência de depósitos calcários também conhecidos como sambaquis.
Em Monte Verde, no Chile, temos um rico sítio arqueológico onde especialistas encontraram restos de madeira, plantas medicinais, ferramentas e pegadas humanas. O alto número de vestígios dessa localidade é explicado pela formação das turfas, material orgânico fossilizado capaz de preservar os vestígios pré-históricos encontrados na região. Segundo apontam as estimativas, os fósseis de Monte Verde teriam entre 13.500 e 11.800 anos de idade.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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