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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Arte Gótica

Fins do século XII. Graças ao apoio da burguesia e da classe trabalhadora, os reis conseguem retomar sua autoridade. Enfraquecido, o poder feudal vai aos poucos desaparecendo. Pressentindo a queda do feudalismo, a arte antecipa-se aos acontecimentos. E cria novo estilo, que irá conviver durante certo tempo com o Românico, mas atenderá às novas necessidades. Verdadeiro trabalho de “futuristas” da época, o estilo Gótico. Surge pela primeira vez em 1127, na arquitetura da basílica de Saint-Denis, construída na região de Ile-de-France, hoje Paris.

• Pintura Gótica

A pintura gótica continuava sabidamente tendo caráter bidimensional. Fora das catedrais, a pintura gótica encontrava expressão em miniaturas e iluminuras (ornamentos que enfeitavam as letras capitulares) que ilustravam livros e pergaminhos inteiramente executados a mão. As iluminuras e miniaturas evoluem para pequenos quadros de cavalete. O primeiro, datado de 1360 e atribuído a Girand D’Orléans, é um retrato de João, o Bom, cujo perfil se recorta sobre o fundo dourado. Remota reminiscência bizantina, e uma das últimas, pois os pintores de cavalete italianos, dispensaram-nas em seus quadros. Formavam duas escolas: a de Florença representada por Giotto di Bondone (1267-1337), de inspiração popular e composição a um só tempo simples e monumental; e a de Siena, mais aristocrática, representada por Simone Martini (1283?-1344), revelando acentuado gosto pelo detalhe, elegância e decorativismo.

• A Escultura Gótica

No século XIII a escultura ganha nova importância: são revalorizados em muitos pontos os valores greco-romanos. O italiano Niccolo Pisano foi um dos inovadores empenhados na reformulação dos padrões góticos. Mantém os motivos religiosos, mas coloca expressões e sentimentos marcadamente humanos. A arte é sensivelmente marcada por transformações, que caracterizam o movimento conhecido como “Renascimento”.

• A Arquitetura Gótica

A arquitetura era a principal manifestação da arte gótica e as demais à ela serviam.
Da necessidade de construir catedrais que correspondessem à euforia e ao misticismo do povo, surgiu a arquitetura gótica. A construção dos templos, a princípio a cargo de corporações variadas, passou a ser dirigida por mestres leigos, especialistas no estilo gótico.

Os arcos de meia circunferência usados nas abóbadas das igreja românicas, faziam com que todo o peso da construção fosse descarregado sobre as paredes. Isso obrigava a um apoio lateral resistente: pilares maciços, paredes muito espessas, poucas aberturas para fora. O espaço para as janelas era bem reduzido e o interior da igreja escurecia. O arco de meia circunferência foi substituído por arcos ogivais ou arcos cruzados. Isso dividiu o peso da abóbada central, fazendo com que ele se descarregasse sobre vários pontos, simultaneamente. Pôde ser usado material mais leve, tanto para a abóbada como para as bases de sustentação. Em lugar dos sólidos pilares, esbeltas colunetas passaram a receber o peso da abóbada.

O restante do peso foi distribuído por pilares externos. Estes, por sua vez, remetem o peso aos contrafortes – torres pontiagudas e muito trabalhadas, que substituem as maciças pilastras românicas, com a mesma função. As torres dão mais altura e majestade à catedral. As paredes, perdendo sua importância, como base de sustentação, passam a ser feitas com um dos materiais mais frágeis de que então se dispunha: o vidro. Surge a desejada luminosidade. Grandes e feéricos vitrais coloridos ilustram em desenho, cenas da vida cristã. A magia dos vitrais góticos, que filtram a luz do sol, enche a igreja de uma claridade mística que “lembra” a presença “divina”. Entre os templos mais famosos, podemos citar: Chartres, Reims, Colônia, Notre-Dame de Paris, Westminster e Burgos.

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