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domingo, 2 de janeiro de 2011

Desvendando a Arqueologia: uma viagem ao passado (Parte IV – O homem pré-histórico e o meio ambiente)

Desvendando a Arqueologia: uma viagem ao passado
(Parte IV – O HOMEM PRÉ-HISTÓRICO E O MEIO AMBIENTE)
Vamos entender a ocupação humana no período Quaternário?

A arqueologia, que tem por condição maior elucidar a origem e o modo de vida das primeiras formações sociais – reconstituídas a partir dos vestígios dos nossos antepassados -, utiliza-se das ciências ambientais para delinear aspectos referentes a essa origem e ao processo evolutivo humano.
Levando em consideração que o homem não nasceu dotado de meios concretos que assegurassem a sua alimentação, subsistência ou quaisquer outras características que pudessem equacionar essas necessidades, ele desenvolveu uma capacidade criativa, certamente com erros e acertos, a partir da disponibilidade dos recursos envolventes ao local escolhido para a sua moradia.
Por isso concordamos com a teoria de que a escolha dos locais de moradia, durante a pré-história, se deu a partir de uma escala cultural.
A destreza em produzir vestuários, habitações, material lítico (machados, pontas de flechas, etc.), a cerâmica e outros objetos utilitários, pode ser entendido como um êxito humano na luta pela sua sobrevivência.
O desenvolvimento das técnicas e o aprimoramento dos instrumentos e artefatos para facilitar as condições humanas ou mesmo a adaptação biológica ao meio ambiente escolhido para moradia, não teriam sido possíveis se não tivesse ocorrido uma tradição sociocultural. A paisagem (cenário), por sua vez, tornava-se gradativamente mais cultural.
Para melhor entender como o homem conseguiu desenvolver aspectos necessários à sua sobrevivência, é importante colocar como se apresentavam as condições ambientais que possibilitaram essas atividades na pré-história.
As datações arqueológicas indicam que a existência humana e o domínio do homem ao meio ambiente se deram a partir do período Quaternário. Por volta dos 2 milhões de anos surgiram os primeiros grupos humanos. Como a referência cronológica associa-se ao período das glaciações quaternárias, apresentaremos uma panorâmica deste período, procurando associar as ocupações humanas às condições ambientais vigentes.

O QUATERNÁRIO

Denomina-se Quaternário o segundo período da era cenozoica, que abrange duas épocas com dinâmicas ambientais distintas. As duas épocas que constituem esse período são: Pleistoceno, entre 2 milhões de anos e 10.000 anos antes do presente (AP), e Holoceno, entre 10.000 anos AP e os nossos dias.
Sendo assim, é importante analisar as causas que provocaram alguns dos fatores responsáveis por muitas das modificações e instabilidade climáticas que caracterizam o Quaternário, a partir de uma breve discussão sobre esse período.

Figura 1 – O Quaternário na Escala Geológica do Tempo


Durante o Pleistoceno, as glaciações dominaram o clima e deixaram depósitos trazidos pelo gelo nos locais da sua ocorrência, permitindo que os pesquisadores identificassem a existência de quatro grandes estágios principais de glaciação, sendo: Günz (primeiro), Mindel (segundo), Riss (terceiro) e Würm (quarto). E dois menos expressivos conhecidos, como Donau e Biber.
É importante considerar que cada um desses estágios glaciais foi separado por um período interglacial, ou seja, por um intervalo de tempo mais quente entre duas fases glaciais.
Se considerássemos, por exemplo, a última glaciação ocorrida durante a transição do Pleistoceno para o Holoceno (glaciação Würm), poderíamos dizer que estamos atravessando, agora, um período interglacial.
As causas principais dessas glaciações podem estar associadas a fatores astronômicos, uma vez que se conhece, na história geológica da Terra, outros grandes períodos glaciais anteriores ao Quaternário.
A atividade de manchas solares, produzindo um aumento de nevascas e de chuvas, e as variações da potência das radiações solares são algumas das características atribuídas para as modificações climáticas ocorridas durante o Quaternário.
As glaciações quaternárias corresponderam, em áreas tropicais e subtropicais, a condições climatológicas bastante diferenciadas, até gerar os aspectos climáticos atuais.
O final do Pleistoceno, em regiões tropicais, por exemplo, estaria associado ao clima seco acentuado, enquanto o Holoceno estaria associado ao semiárido relacionado com o calor atenuado.
Durante as glaciações do Quaternário, quantidade considerável de água foi retida, em áreas litorâneas, sob a forma de gelo, na Europa e na América do Norte, resultando, daí, no abaixamento do nível do mar.
Dentre outros eventos naturais, ocorreram, principalmente, fatores, como plataformas expostas a processos subaéreos de erosão, sedimentação e formação de solos.
Os estudos de Geologia, sobre o Quaternário, levam a crer que durante o Pleistoceno o mar deveria se encontrar numa posição de aproximadamente 100 metros abaixo do atual, já que as camadas de gelo e as geleiras dos polos bloquearam precipitações de chuvas e neve nas áreas de altas latitudes. Assim, estaríamos diante de um período de regressão.
Chama-se período de regressão, em Geologia, o processo de recuo ou abaixamento do nível do mar, e, período de transgressão, o processo de avanço do mar no continente.
Então, quando a água advinda do degelo, posteriormente ao período de regressão, fluiu para o mar, elevando o seu nível, ocorreu um período de transgressão.
Por essas razões, acontecimentos como a formação de praias elevadas, florestas submersas e vales inundados pela transgressão imediata da fusão dos gelos, fizeram com que os rios passassem a ser vagarosos, o que consequentemente gerou a formação de grandes deltas e amplos pantanais.
Posteriormente, quando o nível do mar desceu outra vez (período de regressão), houve a formação de terraços fluviais no leito dos rios.
O período Quaternário é marcado por fortes mudanças climáticas, com diversos períodos regressivos e transgressivos. A partir dessas considerações, é válido lembrar, também, que durante as fases glaciais do Quaternário, o gelo não formou relevos, apenas deformou os relevos já existentes.
Isso parece ser uma das causas das duas primeiras glaciações (Donau e Biber) apresentarem vestígios duvidosos, sendo comumente desprezadas e até mesmo negadas a sua existência por alguns pesquisadores.
Cada glaciação acentua mais um pouco o relevo. Em áreas bem planas, por exemplo, quase nada se acentua, mas em áreas com relevo mais rigoroso, cada glaciação acentua mais esse relevo.
Somente a partir da glaciação Riss (até agora penúltima), os efeitos do clima frio e das mudanças do nível do mar tornaram-se mais evidentes, inclusive nas áreas intertropicais.
Assim, no Brasil, por exemplo, as flutuações climáticas do início do Pleistoceno quase não eram sentidas. Apenas a partir da glaciação Riss começam as evidentes diferenças entre climas mais ou menos secos.
No nosso próximo texto, vamos conhecer a evolução do homem no período Quaternário. Até lá!

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CANTO, Antonio. 2003. Tópicos da Arqueologia. Rio de Janeiro: CBJE. 66 p.
Por Antonio Canto
Colunista Brasil Escola

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