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domingo, 30 de janeiro de 2011

Dakota do Norte


Fargo, a maior cidade da Dakota do Norte.
Localizado na região centro-oeste do país, Dakota do Norte é um dos 50 Estados americanos. O mesmo limita-se com os Estado de Minnesota a leste, Dakota do Sul ao sul, Montana a oeste, e com o Canadá ao norte. Localizada na Dakota do Norte, a cidade de Rubgy é considerada o centro geográfico da América do Norte.

Após vários anos sob o domínio britânico, a região finalmente passou para o controle dos Estados Unidos, que criaram em 1858 o território de Dakota, o qual compreendia os atuais Estados da Dakota do Sul, Dakota do Norte e parte do Minnesota. Durante o século XIX, a região começou a se desenvolver significativamente em virtude da agricultura, incentivada pela construção de muitas ferrovias. O desenvolvimento provocou o aumento populacional na região, até que em 2 de novembro de 1889, o governo americano criou os Estados da Dakota do Sul e Dakota do Norte.

O Estado possui poucas florestas; as quais compõem apenas 1% de seu território. Grande parte de seu terreno é bastante plana, o que dificulta a formação de grandes lagos. Pelo fato do Estado estar longe de grandes massas de água, seu clima é muito instável; as temperaturas variam dramaticamente. Os invernos costumam ser muito frios, uma vez que o Estado está localizado no extremo norte dos Estados Unidos, e os verões, quentes.

Parte de sua economia é baseada na agropecuária: Dakota do Norte é o maior produtor de sementes de girassol e o segundo produtor de trigo do país. Entre outras importantes fontes de renda, podemos citar o turismo, a extração de petróleo, o comércio e a prestação de serviços governamentais.

Dakota do Sul


Sioux Falls, a maior cidade da Dakota do Sul.
O Estado americano da Dakota do Sul é localizado na região centro-oeste dos Estados Unidos. O mesmo limita-se ao norte com o Estado da Dakota do Norte, ao sul com Nebraska, a leste com Minnesota e Iowa, e a oeste com Wyoming e Montana.

Após vários anos sob o domínio britânico, a região finalmente passou para o controle dos Estados Unidos, que criaram em 1858 o território de Dakota, o qual compreendia os atuais Estados da Dakota do Sul, Dakota do Norte e parte do Minnesota. Durante o século XIX, a região começou a se desenvolver significativamente em virtude da agricultura, incentivada pela construção de muitas ferrovias. O desenvolvimento provocou o aumento populacional, até que em 2 de novembro de 1889, o governo americano criou os Estados da Dakota do Sul e Dakota do Norte.

Dakota do Sul possui um clima temperado, com grandes variações de temperatura, no entanto, essa instabilidade não é tão grande se comparada com a da Dakota do Norte; as médias no verão são de 23ºC, e no inverno, -9ºC. O Estado apresenta baixas taxas de precipitação, a média anual é de apenas 70 centímetros.

A economia da Dakota do Sul é baseada na agropecuária (o Estado possui o um dos maiores rebanhos bovinos do país), na prestação de serviços financeiros e imobiliários e no turismo. É na Dekota do Sul que se localiza o monte Rushmore, um dos principais cartões postais dos Estados Unidos. No mesmo estão esculpidos os rostos de quatro presidentes americanos: George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln.

Declínio do crescimento populacional


População Mundial
A população mundial deverá parar de crescer depois de 2070, segundo a previsão de pesquisadores do Intenational Institute for Applied Systems Analysis, para eles a população do mundo crescerá apenas nos setenta próximos anos e atingirá cerca de 9,3 bilhões de pessoas, depois haverá um declínio e estabilizará em 8,4 bilhões.
Atualmente a população mundial é de 6,2 bilhões de pessoas, o acesso a melhores condições de vida e o constante avanço da medicina proporciona uma crescente elevação na expectativa de vida, mas mesmo assim as taxas de natalidade deveram cair, isso segundo o demógrafo Wolfgang Lutz. Além disso, para Lutz a diminuição da população será promovida pelas próprias pessoas que vão ter cada vez menos filhos, visando oferecer uma melhor qualidade de vida aos seus descendentes, se consolidando assim como uma mudança cultural.

Em contrapartida, a diminuição nas taxas de natalidade provocará o envelhecimento da população, no mesmo estudo foi previsto que o percentual de pessoas com mais de 60 anos que hoje representa 10% alcançará cerca de 34% até o final desse século.

As previsões não são invariáveis, pois depende da região ou país, Lutz diz que os países pobres presentes na África e Ásia ainda apresentarão crescimentos significativos, a população da África, por exemplo, deverá dobrar mesmo com as epidemias de AIDS e outras doenças. Salvo os continentes citados, as outras regiões do planeta terão que aprender a lidar com a questão do envelhecimento da população mundial.
Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Declínio do grupo ETA


Atentado atribuído ao grupo ETA.
Há quarenta anos o grupo terrorista ETA (Pátria Basca e Liberdade) busca a independência política e territorial. O povo basco luta por um território que se encontra no nordeste da Espanha e sudoeste da França.

Durante quatro décadas de atuação do grupo, aproximadamente 800 pessoas foram assassinadas. As ações violentas do ETA distanciam os anseios separatistas, mesmo com a falta de apoio da opinião pública os atentados continuam, sempre violentos e direcionados a autoridades, como policiais, jornalistas, empresários, militares entre outros.

As ações não possuem causas justificáveis, tendo em vista que a Comunidade Autônoma do País Basco usufrui de privilégios, como de aplicar suas leis tributárias e também recolher os impostos, inserção do estudo do idioma basco no currículo escolar, além de ter representantes governamentais no parlamento e um presidente. Esses direitos agradam a população, e as mesmas vêem como suficientes e que respondem aos anseios bascos. Porém, o grupo ETA ainda não se encontra satisfeito com os direitos conquistados.

Somente 30% da população basca oferece apoio à luta de independência. O ETA é o único grupo terrorista da Europa na atualidade. Apesar do fim das ações do grupo IRA, na Irlanda do Norte, o ETA, ainda que enfraquecido, continua a promover atentados.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Definição de Paisagem


Cidade, exemplo de paisagem organizada
A ciência geográfica apresenta, de acordo com as diferentes correntes do pensamento, categorias consideradas essenciais para a compreensão do seu estudo. As principais categorias geográficas são: paisagem, lugar, território, região e espaço.
Portanto, a paisagem é considerada, pela maioria das correntes do pensamento geográfico, um conceito-chave da Geografia. O termo paisagem é polissêmico, ou seja, pode ser utilizado de diferentes maneiras e por várias ciências.
Essa categoria geográfica consiste em tudo aquilo que é perceptível através de nossos sentidos (visão, olfato, tato e audição), no entanto, a análise da paisagem é mais eficaz através da visão. Nesse sentido, a Geografia moderna, que priorizava os estudos dos lugares e das regiões, utilizou-se da fisionomia dos lugares para atingir êxito em suas abordagens geográficas, observando as transformações no espaço geográfico em decorrência das atividades humanas na natureza.
A paisagem é formada por diferentes elementos que podem ser de domínio natural, humano, social, cultural ou econômico e que se articulam uns com os outros. A paisagem está em constante processo de modificação, sendo adaptada conforme as atividades humanas.

Para Oliver Dolfuss, geógrafo francês, as paisagens são fruto da ação humana no espaço e as classifica em três grandes famílias, em função das modalidades da intervenção humana:
- Paisagem natural: não foi submetida à ação do homem.
- Paisagem modificada: é o fruto da ação das coletividades de caçadores e de coletores que, mesmo não exercendo atividades pastoris ou agrícolas, em seus constantes deslocamentos, pode modificar a paisagem de modo irreversível, através do fogo, derrubadas de árvores, etc.
- Paisagens organizadas: são aquelas que representam o resultado de uma ação consciente, combinada e contínua sobre o meio natural, como, por exemplo, as cidades, praças, etc.
A paisagem é um dos objetos de análise da Geografia, sendo constituída através das relações do homem com o espaço natural. Sua observação é muito importante, pois retrata as relações sociais estabelecidas em um determinado local, onde cada observador seleciona as imagens que achar mais relevantes, portanto, diferentes pessoas enxergam diferentes paisagens.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Definição de Território


Friedrich Ratzel, responsável por elaborar o conceito de
território na Geografia moderna
A ciência geográfica apresenta, de acordo com as diferentes correntes do pensamento, conceitos que são elementares para a compreensão dessa disciplina. A categoria território, juntamente com a paisagem, lugar, região e espaço, é um dos principais focos de estudo da Geografia.
Nesse sentido, o território é considerado pela maioria das correntes do pensamento geográfico, um conceito-chave da Geografia. Contudo, sua análise não é exclusiva da Geografia, sendo, portanto, abordado por outras ciências, o que o torna um termo polissêmico.
Na análise do território, os aspectos geológicos, geomorfológicos, hidrográficos e recursos naturais, por exemplo, ficam em segundo plano, visto que sua abordagem privilegia as relações de poder estabelecidas no espaço.
A concepção mais comum de território (na ciência geográfica) é a de uma divisão administrativa. Através de relações de poder, são criadas fronteiras entre países, regiões, estados, municípios, bairros e até mesmo áreas de influência de um determinado grupo. Para Friedrich Ratzel, o território representa uma porção do espaço terrestre identificada pela posse, sendo uma área de domínio de uma comunidade ou Estado.
Nesse sentido, o conceito de território abrange mais que o Estado-Nação. Qualquer espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder se caracteriza como território. Uma abordagem geopolítica, por exemplo, permite afirmar que um consulado ou uma embaixada em diferentes países, seja considerado como parte de um território de outra nação.
Portanto, o território não se restringe somente às fronteiras entre diferentes países, sendo caracterizado pela ideia de posse, domínio e poder, correspondendo ao espaço geográfico socializado, apropriado para os seus habitantes, independentemente da extensão territorial.
 
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Delaware


Wilmington, a maior cidade de Delaware.
Delaware é o segundo menor Estado americano em área, perdendo apenas para Rhode Island. Localizado na região da Nova Inglaterra, o mesmo limita-se com a Pensilvânia ao norte, Maryland ao sul e oeste, com a Baía de Delaware a leste, e com o Oceano Atlântico a sudeste.

Delaware possui um clima temperado continental, com temperaturas médias de 2ºC no inverno e 24ºC no verão. O rio Delaware, que deu nome ao Estado, é o maior e mais importante do mesmo. Além de ser um Estado pequeno em extensão territorial, Delaware também é um dos menos populosos dos Estados Unidos, no entanto, sua importância econômica é bastante significativa.

O Estado possui uma política de benefícios  fiscais bastante eficiente, o que atrai inúmeras empresas. Delaware, também conhecido como “The Land of Free-Tax Shopping” (A Terra Sem Impostos Comerciais), se transformou em um dos maiores centros bancários dos Estados Unidos.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Deriva Continental


Os continentes que conhecemos nem sempre tiveram a configuração atual.
Teoria criada pelo meteorologista alemão Alfred Wegener, na qual ele afirmou que há, aproximadamente, 200 milhões de anos não existia separação entre os continentes, ou seja, havia uma única massa continental, chamada de Pangeia e um único Oceano, o Pantalassa.

Depois de milhões de anos houve uma fragmentação surgindo dois megacontinentes chamados de Laurásia e Godwana, e apartir daí os continentes foram se movendo e se adequando às configurações atuais.

O ponto crucial para o desenvolvimento da teoria da Deriva Continental, que na sua essência significa movimentação dos continentes, ou ainda, placas que se movem, é a constatação de que a Terra não é estática. Então Wegener percebeu que a costa da África possuía contorno que se encaixava na costa da América do Sul.

Outro vestígio que reforça a teoria foi a descoberta de fósseis de animais da mesma espécie em continentes diferentes, pois seria impossível que esses animais tivessem atravessado o Oceano Atlântico, a única explicação é que no passado os dois continentes encontravam-se juntos.

Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

domingo, 2 de janeiro de 2011

Descolonização da África


Os países africanos, mesmo após a independência, ainda enfrentam diversos problemas.
O continente africano foi colônia de potências europeias até a segunda metade do século XX. Sua independência se deu pela ocorrência da Segunda Guerra Mundial, que aconteceu na Europa entre 1939 e 1945. Um acontecimento que envolveu muitos países, dentre eles nações europeias que detinham territórios de exploração no continente africano.

Após o conflito, a Europa ficou bastante debilitada no âmbito político e econômico. O enfraquecimento das nações fez ressurgir movimentos de luta pela independência em todas as colônias africanas. No decorrer da década de 1960, os protestos se multiplicaram e muitos países europeus concederam pacificamente independência às colônias. Porém, a independência de alguns territórios se efetivou depois de prolongados confrontos entre nativos e colonizadores.

As antigas colônias se transformaram em países autônomos, no entanto, a partilha do território foi realizada pelas nações europeias, que não consideraram as divergências étnicas existentes antes da colonização. Desse modo, os territórios estipulados pelos colonizadores separaram povos de mesma característica histórico-cultural e agruparam etnias rivais.

Tal iniciativa produziu instabilidade política, que resultou em diversos conflitos entre grupo étnicos rivais. Diante dessa situação, as minorias continuaram sendo reprimidas por grupos majoritários, assim como acontecia no período colonial.

O continente está atualmente fragmentado em 53 países independentes. A incidência de conflitos tribais e o neocolonialismo dificultam a instabilidade política e econômica da região.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Desenvolvimento Humano 2001

O Relatório de Desenvolvimento Humano 2001, comissionado pelo Programa das Nações Unidas, oferece uma análise oportuna e provocativa do potencial da biotecnologia e das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) para os países em desenvolvimento. O Relatório sustenta que estas novas tecnologias podem desempenhar um papel central na redução da pobreza mundial e refuta o ponto de vista de que a tecnologia é, principalmente, um luxo para as pessoas dos países ricos.
Além de avaliar as realizações tecnológicas de 72 países, o Relatório apresenta uma nova perspectiva sobre temas controversos, como os alimentos modificados geneticamente (“frankenfoods”), direitos de propriedade intelectual (incluindo direitos aos medicamentos de AIDS) e drenagem de cérebros. Em cada caso, propõe ideias de política próprias, que, provavelmente, suscitarão fortes reações tanto da direita como da esquerda.
Tal como nos anos anteriores, o Relatório classifica 162 países de acordo com o seu nível de desenvolvimento humano. Também inclui uma nova análise do progresso dos países em direção a metas do desenvolvimento internacional, incluindo os objetivos acordados pelos líderes mundiais na Assembléia do Milênio de setembro de 2000.

CIDADE COM O MAIS ALTO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DO PAÍS MOSTRA A VANTAGEM DA AGRICULTURA FAMILIAR

O desconhecido município de Feliz, "perdido" na Serra Gaúcha, a 87 quilômetros de Porto Alegre, atingiu o mais alto índice de desenvolvimento humano do Brasil, bem acima do alcançado pelo conjunto do país em 1995, justamente quando os benefícios do Plano Real estavam no auge. Essa foi uma das revelações que mais surpreenderam os repórteres que cobriram o recente lançamento do Relatório do Desenvolvimento Humano de 1998. Surpresa que aumentou muito quando se deram conta de que mais sete municípios bem parecidos estavam entre os primeiros colocados: Indaial (SC) ficou em quarto, Paraí (RS) em quinto, Gaspar (SC) em sexto, Videira (SC) em nono, tendo Nova Prata (RS), Salvador do Sul (RS) e Timbó (SC) empatado na décima posição. Surpresa que se tornou espanto quando perceberam que o mesmo tipo de município - desconhecido, rural e nesses mesmos dois Estados - ocupava metade das 50 melhores colocações.
Em 1996, o Brasil aumentou para 0,830 o seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O avanço brasileiro ocorreu nas três dimensões que compõem o indicador sintético. Foi mais acentuado, entretanto, de 1995 para 1996, na dimensão renda (passou de 0,923 para 0,954), seguida da educação (de 0,815 para 0,825) e da longevidade (0,705 para 0,710).

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

Desenvolvimento Sustentável


Desenvolver sem agredir o meio ambiente.
Desenvolvimento sustentável é a forma de desenvolvimento que não agride o meio ambiente de maneira que não prejudica o desenvolvimento vindouro, ou seja, é uma forma de desenvolver sem criar problemas que possam atrapalhar e/ou impedir o desenvolvimento no futuro.

O desenvolvimento atual, apesar de trazer melhorias à população, trouxe inúmeros desequilíbrios ambientais como o aquecimento global, o efeito estufa, o degelo das calotas polares, poluição, extinção de espécies da fauna e flora entre tantos outros. A partir de tais problemas pensou-se em maneiras de produzir o desenvolvimento sem que o ambiente seja degradado. Dessa forma, o desenvolvimento sustentável atua por meio de alguns aspectos:

Atender as necessidades fisiológicas da população;
Preservar o meio ambiente para as próximas gerações;
Conscientizar a população para que se trabalhe em conjunto;
Preservar os recursos naturais;
Criar um sistema social eficiente que não permite o mau envolvimento dos recursos naturais;
Criar programas de conhecimento e conscientização da real situação e de formas para melhorar o meio ambiente.

O desenvolvimento sustentável não deve ser visto como uma revolução, ou seja, uma medida brusca que exige rápida adaptação e sim uma medida evolutiva que progride de forma mais lenta a fim de integrar o progresso ao meio ambiente para que se consiga em parceria desenvolver sem degradar.

Existem três colunas imprescindíveis para a aplicação do desenvolvimento sustentável: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental. Esses devem ser dependentes um do outro para que caminhem lado a lado de forma homogênea.
Por Gabriela Cabral
Equipe Brasil Escola

Desequilíbrios e Perspectivas da Globalização

O processo produtivo mundial é formado por um conjunto de umas 400-450 grandes corporações (a maioria delas produtora de automóveis e ligada ao petróleo e às comunicações) que têm seus investimentos espalhados pelos cinco continentes. A nacionalidade delas é principalmente americana, japonesa, alemã, inglesa, francesa, suíça, italiana e holandesa. Portanto, pode-se afirmar que os países que assumiram o controle da 1ª fase da globalização (1450-1850), apesar da descolonização e dos desgastes das duas guerras mundiais, ainda continuam obtendo os frutos do que conquistaram no passado. A razão disso é que detêm o monopólio da tecnologia e seus orçamentos, estatais e privados.
A ONU que deveria ser o embrião de um governo mundial foi paralisada pelos interesses e proibições das superpotências durante a guerra fria. Em conseqüência dessa debilidade, formou-se uma espécie de estado-maior informal, cujos encontros freqüentes têm mais efeitos sobre a política e economia do mundo em geral do que as assembléias da ONU.
Enquanto que no passado os instrumentos da integração foram à caravela, o barco à vela e a vapor, e o trem, seguidos do telégrafo e do telefone, a globalização recente se faz pelos satélites e pelos computadores ligados na Internet. Se antes ela martirizou africanos e indígenas e explorou a classe operária fabril, hoje se utiliza do satélite, do robô e da informática, abandonando a antiga dependência do braço em favor do cérebro, elevando o padrão de vida para patamares de saúde, educação e cultura até então desconhecidos pela humanidade.
Ninguém tem a resposta nem a solução para atenuar o abismo entre os ricos do Norte e os pobres do Sul que só se ampliou. No entanto, é bom reconhecer que tais diferenças não resultam de um novo processo de espoliação como os praticados anteriormente pelo colonialismo e pelo imperialismo, pois não implicaram numa dominação política, havendo, bem ao contrário, uma aproximação e busca de intercâmbio e cooperação.
Imagina-se que a Globalização, seguindo o seu curso natural, irá enfraquecer cada vez mais os estados-nacionais surgidos há cinco séculos atrás, ou dar-lhes novas formas e funções, fazendo com que novas instituições supranacionais gradativamente os substituam. Com a formação dos mercados regionais ou intercontinentais (Nafta, Unidade Européia, Comunidade Econômica Independente [a ex-URSS], o Mercosul e o Japão com os tigres asiáticos), e com a conseqüente interdependência entre eles, assentam-se às bases para os futuros governos transnacionais que, provavelmente, servirão como unidades federativas de uma administração mundial a ser constituída. É bem provável que no final do século 21, talvez até antes, a humanidade conhecerá por fim um governo universal.

Desertificação


Área afetada pela desertificação
A desertificação é caracterizada como o processo de degradação da terra nas zonas áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultantes das atividades humanas ou de fatores naturais (variações climáticas). Esse conceito foi elaborado durante a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação.
Esse fenômeno afeta, aproximadamente, 60.000 quilômetros quadrados de terras por ano em diversas partes do planeta. As diversas atividades humanas, realizadas de forma insustentável, têm provocado drásticas reduções da vegetação e da capacidade produtiva do solo. Entre as principais causas responsáveis pela desertificação estão:
- Desmatamento de áreas com vegetação nativa;
- Uso intenso do solo, tanto na agricultura quanto na pecuária;
- Práticas inadequadas de irrigação;
- Mineração.
As principais consequências da desertificação são:
- Eliminação da cobertura vegetal;
- Redução da biodiversidade;
- Salinização e alcalinização do solo;
- Intensificação do processo erosivo;
- Redução da disponibilidade e da qualidade dos recursos hídricos;
- Diminuição na fertilidade e produtividade do solo;
- Redução das terras agricultáveis;
- Redução da produção agrícola;
- Desenvolvimento de fluxos migratórios.
De acordo com o Worldwatch Institute, cerca de 15% da superfície terrestre sofre algum tipo de desertificação. Esse fenômeno afeta mais de 110 países, prejudicando a vida de mais de 250 milhões de pessoas. As regiões mais atingidas pela desertificação são: Oeste da América do Sul, Norte e Sul da África, Oriente Médio, Ásia Central, Noroeste da China, Austrália e Sudoeste dos Estados Unidos.
O Brasil também apresenta áreas afetadas pela desertificação. De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, cerca de 13% do território brasileiro é vulnerável à desertificação, pois é formado por áreas semiáridas. O processo de desertificação atinge porções da Região Nordeste, o cerrado tocantinense, o norte de Mato Grosso e os pampas gaúchos.
Com o intuito de reduzir o processo de desertificação, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou, em 1994, a Comissão contra a Desertificação, cujo principal objetivo é elaborar projetos eficazes que possam deter a expansão desse fenômeno, principalmente nos países da África.
 
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Deserto do Saara


Imagem do deserto do Saara
Os desertos são regiões hiperáridas, áridas e semiáridas, apresentam índices pluviométricos baixíssimos: menos de 100 mm de chuva anual nas porções hiperáridas, menos de 250 mm nas partes áridas e oscilam entre 250 mm e 500 mm nas regiões semiáridas. Em virtude dessas condições físicas, os desertos são locais de difícil adaptação humana e de outros seres vivos.

Localizado no continente africano, o deserto do Saara é o maior e mais famoso do mundo, sua extensão territorial é de aproximadamente 9 milhões de quilômetros quadrados, sendo maior que a área do Brasil. Está presente em mais de dez países: Argélia, Chade, Egito, Líbia, Mali, Marrocos, Mauritânia, Níger, Tunísia e Sudão. Estende-se ainda pela Etiópia, por Djibuti e pela Somália, onde recebe denominações locais. O deserto do Saara consiste em um divisor natural do continente africano: ao norte do Saara está a África Mediterrânea, ao sul, localiza-se a África Subsaariana.

Apresenta uma zona de alta pressão atmosférica e baixos níveis de umidade. Seu clima é um dos mais áridos do mundo (hiperárido). As temperaturas são elevadas, podendo atingir mais de 50 °C durante o dia. No entanto, possui grande amplitude térmica, e as temperaturas durante a noite caem drasticamente, ficando na marca de 0 °C. As chuvas são quase nulas, acontecem muito raramente, geralmente torrenciais após longos períodos secos. A paisagem vegetal está ausente na maior parte desse domínio, presente apenas em áreas de oásis.

Mesmo apresentando todas essas características adversas à sobrevivência, o Saara é habitado. Destacam-se os tuaregues (povos nômades) e os beduinos (povos que praticam o comércio ambulante). No deserto do Saara, os oásis são os locais mais procurados para a fixação humana, pois apresentam afloramento de lençóis freáticos na superfície, proporcionando o surgimento de vegetação.

O deserto do Saara ganhou grande importância econômica após a descoberta de poços de petróleo. No entanto, para que o óleo seja extraído, são necessários elevados investimentos em infraestrutura, tornando a atividade não muito rentável.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Desertos


Deserto
Os desertos são formas de paisagem que recebem pouca precipitação pluviométrica. Para uma região ser enquadrada como deserto, é preciso que ela receba menos de 250 mm (10 polegadas) de chuva por ano, além de se observar também, o seu nível de evapotranspiração, isto é, a combinação de perda de água por evaporação atmosférica da água do solo juntamente com a perda em forma de vapor.

Devido ao fato de serem bastante áridos, são poucas as espécies de vida que conseguem se desenvolver nos desertos, ainda mais se compararmos essas paisagens com outras regiões mais úmidas. A fauna é predominantemente formada por roedores, répteis e insetos. Tanto animais como plantas apresentam eficientes adaptações às condições dos desertos; alguns animais precisam de quantidades mínimas de água.

Como dito anteriormente, basicamente, essas regiões são classificadas em áridas, quando apresentam menos de 250 milímetros de chuva por ano; e extremamente áridas, quando possuem, pelo menos, 12 meses consecutivos sem chuva. Existem diferentes tipos de desertos, como os desertos polares, cobertos por neve e que possuem precipitação anual inferior a 250 mm.

Para se ter uma idéia, tecnicamente, o maior deserto do mundo não é o Deserto do Saara, mas sim, a Antártica. Alguns desertos são bem propícios à extração de minerais, como o cobre, nos desertos dos EUA, Chile, Peru e Irã; ferro, chumbo e zinco na Austrália, etc. Embora no Brasil não exista grandes desertos, existem indícios que mostram que esse tipo de paisagem era encontrado em grande escala na Bahia há milhões de anos atrás.

Deslizamentos de Encostas


Deslizamento típico de áreas de riscos
O deslizamento é comum em áreas de relevo acidentado, das quais foram retiradas a cobertura vegetal original que é responsável pela consistência do solo e que impede, através das raízes, o escoamento das águas.
Pelo fato do Brasil ter predominância de clima tropical existem grandes índices pluviométricos no verão, que corresponde ao período chuvoso, com isso as encostas naturalmente seriam locais de risco, uma vez que estão sujeitas ao risco de deslizamentos de terra.


Quando ocorrem as precipitações o solo absorve uma parcela da água, no entanto, outra parte se locomove em forma de enxurrada na superfície do terreno, a parte de água que se infiltra no solo se confronta com alguns tipos de rochas impermeáveis, com isso a água não encontra passagem e começa acumular-se em único local tornando, dessa forma, o solo saturado de umidade que não consegue suportar e se rompe, desencadeando o deslizamento de terras nas encostas até a base dos morros.


Os motivos que desencadeiam esse processo estão ligados à retirada da cobertura vegetal de áreas de relevo acidentado, habitação humana em locais impróprios, oferecendo condições propícias para o desenvolvimento de deslizamentos em encostas.


O deslizamento é um processo que pode ocorrer em qualquer lugar do mundo. No Brasil, as pessoas que vivem nos centros urbanos e que mais sofrem são as de baixo poder aquisitivo, pois as áreas de risco em que habitam é o único recurso para essa classe residir, que são lugares em geral de pequeno valor comercial.

Em todos os anos nos períodos de chuva veiculam notícias de enchente e deslizamento em áreas marginalizadas, produzindo prejuízos e mortes em diversas metrópoles brasileiras.
Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Desmatamento e Poluição do ar


Queimada: agente poluidor.
O mundo atual enfrenta uma série problemas de caráter ambiental, os principais são o desmatamento de florestas naturais e a poluição do ar, o processo provoca a emissão de CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera.

O desmatamento de florestas consiste na retirada da cobertura vegetal existente, que pode ocorrer por meio do corte de árvores ou mesmo por queimadas, essa prática coloca em risco importantes ecossistemas, como as florestas equatoriais e tropicais em partes distintas do planeta, sobretudo na Amazônia, Congo e sudeste asiático, além de comprometer a existência de coberturas vegetais mais restritas, como as florestas boreais (taiga e coníferas).

Nos últimos trinta anos todas as florestas citadas sofreram uma exploração muito intensa, isso para satisfazer os interesses econômicos das sociedades capitalistas e dos seus altos índices de consumo.

A queimada não é o único fator de emissão de CO2, outro agente poluidor é a queima de combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo), o processo de combustão ocorrido nos veículos automotores gera esse gás, que também é emitido pelas termoelétricas e indústrias siderúrgicas.

A classe científica considera a emissão de CO2 o principal agente causador do fenômeno do efeito estufa e aquecimento global, pois esse gás se fixa na atmosfera impedindo que ocorra a irradiação dos raios solares.

Para tentar diminuir a emissão de dióxido de carbono foi criado o Protocolo de Kyoto, que visa à implantação de metas de redução, principalmente, para os países desenvolvidos, no entanto, o maior emissor, Estados Unidos, se nega a assinar tal protocolo. Apesar disso, a maioria dos países que compõe o G-8 (Grupo dos oito países mais ricos e industrializados do mundo) já aderiu a esse acordo.
Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Dessalinização da Água


As águas dos mares apresentam grande quantidade de sal
A água ocupa aproximadamente 71% da superfície terrestre. No entanto, 97% desse recurso natural disponível no planeta encontra-se nos oceanos, ou seja, é salgado e inadequado para o consumo humano. Essas águas possuem grande quantidade de cloreto de sódio, também chamado de sal. Outros minerais encontrados são o cloreto de magnésio, o sulfato de magnésio e o sulfato de cálcio. 
O grau de salinidade das águas oceânicas varia de um local para outro em razão dos aspectos climáticos, sobretudo a temperatura, que influencia na evaporação. A quantidade média de sal é de 35% (35 g de sal a cada litro de água). Alguns mares apresentam valores abaixo da média, como, por exemplo, o Báltico, com apenas 0,02% de salinidade. Por outro lado, o mar Morto possui 250% de salinidade.
Disponível em abundância, as águas oceânicas, mais do que nunca, passam a ter grande importância para a humanidade. Devido o aumento do consumo e a escassez de água doce em várias partes do mundo, surgiu a necessidade de transformar água salgada em água doce, sendo esse processo denominado dessalinização da água.

A dessalinização consiste num processo físico-químico de remoção dos minerais da água, tornando-a adequada para o consumo humano. Os investimentos em estrutura são elevados, porém os resultados são satisfatórios. Em países como a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Israel e Chipre a dessalinização da água já é comum. Estima-se que, atualmente (2010), existam cerca de 5 mil estações de dessalinização.
Esse processo pode ser desenvolvido através de vários métodos. Contudo, os mais comuns são:
Osmose inversa: É a transformação de uma substância salgada para uma purificada. Esse processo consiste na separação da água e do sal por meio de pressão sobre o líquido.
Dessalinização térmica: A separação da água e do sal ocorre através da evaporação e consequente condensação (passagem do estado gasoso para o líquido) da substância.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Destruição de Florestas

Uma das principais atitudes que prejudica e destrói as florestas é o desmatamento.

Este processo de destruição, em grande escala, das florestas, que já atinge a metade das matas nativas do mundo. Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), as florestas cobrem atualmente cerca de 33.000.000 de km² (12.000.000 são tropicais, 21.100.000 são temperadas e 200.000.000 são mangues), número que corresponde a 22% das terras emersas do planeta. A Organização de Alimentação e Agricultura (FAO) estima que, entre 1981 e 1990, foram derrubados 150.000.000 de ha de matas tropicais no mundo.

Na Amazônia, segundo dados do governo brasileiro, a taxa de desmatamento cresceu 34% depois de 1992: a extensão devastada, que até 1991 totalizava 11.130 km², passou a 14.896 km² no ano de 1996. As regiões de proteção ambiental abrangem apenas 6% das florestas remanescentes, área equivalente à do México. Em poucos anos a floresta Amazônica já perdeu cerca de 10% do seu domínio original. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, 61% das terras que hoje pertencem ao nosso país eram ocupadas por matas. Desde então, simultaneamente à ocupação do território e à expansão do povoamento, o território brasileiro começou a ser desmatado.

OS MOTIVOS DA DEVASTAÇÃO - Eles têm sido diversos: obtenção de lenha para as fornalhas dos engenhos de açúcar, limpeza do terreno para a instalação de lavouras ou de pastagens para o gado, exploração da madeira etc. A primeira floresta a ser devastada foi a mata Atlântica e, restam hoje apenas 5% daquilo que ela era originalmente. A extensão das florestas brasileiras corresponde atualmente a menos de 30% da superfície do país.

FORMAS DE DESMATAMENTO – Uma das principais formas de desmatamento têm sido as queimadas de extensas áreas para a prática de agricultura e pecuária. A expansão dos centros urbanos, a construção de estradas e a implantação de grandes projetos agrominerais e hidrelétricos também motivam as devastações. Outra causa importante é a comercialização da madeira e, em menor grau, o extrativismo de inúmeras outras espécies de interesse econômico. Segundo a WWF, em 1991 a exploração mundial dos recursos florestais rendeu cerca de US$ 400 bilhões. A extração de madeira – matéria-prima para a construção de moradias e importante fonte de energia – responde por grande parte desse valor. Em países como Zaire, Tanzânia e Gabão, a atividade corresponde a até 6% do PIB. Em Camarões, o desmatamento aumentou 400% desde 1993.

CONSEQÛENCIAS DO DESMATAMENTO - As principais são:

Destruição da biodiversidade;
Genocídio e etnocídio das nações indígenas;
Erosão e empobrecimento dos solos;
Enchentes e assoreamento dos rios;
Elevação das temperaturas;
Desertificação;
Proliferação de pragas e doenças.

A primeira conseqüência do desmatamento é a destruição da biodiversidade, como resultado da diminuição ou, muitas vezes, da extinção de espécies vegetais e animais. Um efeito do desmatamento é o agravamento dos processos erosivos. A erosão é um fenômeno natural, que é absorvido pelos ecossistemas sem nenhum tipo de desequilíbrio. A retirada da cobertura vegetal expõe o solo ao impacto das chuvas. As conseqüências dessa interferência humana são várias:

Aumento do processo erosivo, o que leva a um empobrecimento dos solos, como resultado de sua camada superficial, e, muitas vezes, acaba inviabilizando a agricultura;
Assoreamento de rios e lagos, como resultado da elevação da sedimentação, que provoca desequilíbrios nesses ecossistemas aquáticos, além de causar enchentes e, muitas vezes, trazer dificuldades para a navegação;
Extinção de nascentes; o rebaixamento do lençol freático, resultante da menor infiltração da água das chuvas no subsolo;
Diminuição dos índices pluviométricos, em conseqüência do fenômeno descrito acima, mas também do fim da evapotranspiração. Estima-se que metades das chuvas-ácidas sobre as florestas tropicais são resultantes da evapotranspiração, ou, seja da troca de água da floresta com a atmosfera;
Elevação das temperaturas locais e regionais, como conseqüência da maior irradiação de calor para a atmosfera a partir do solo exposto;
Agravamento dos processos de desertificação, devido à combinação de todos os fenômenos até agora descritos;
Redução ou fim das atividades extrativas vegetais, muitas vezes de alto valor socioeconômico;
Proliferação de pragas e doenças, como resultado de desequilíbrios nas cadeias alimentares.
Além desses impactos locais e regionais da devastação das florestas, há também um perigoso impacto em escala global. A queima das florestas seja em incêndios criminosos, seja na forma de lenha ou carvão vegetal vem tem colaborado para aumentar a concentração de gás carbônico (CO2) na atmosfera. É importante lembrar que esse gás é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa.

IMPACTOS AMBIENTAIS EM ECOSSISTEMAS NATURAIS - Um dos principais impactos ambientais que ocorrem em um ecossistema natural é a devastação das florestas, notadamente das tropicais, as mais ricas em biodiversidade. E por que ocorre com tanta avidez o desmatamento de milhares de quilômetros quadrados de florestas tropicais? Essa devastação ocorre basicamente por fatores econômicos, tanto na Amazônia quanto nas florestas africanas e nas do Sul e Sudeste Asiático.

A exploração madeireira é feita clandestinamente ou, muitas vezes, com a conivência de governantes inescrupulosos e insensíveis aos graves problemas ecológicos decorrentes dela. Não levam em conta os interesses das comunidades, nem os interesses da nação que os abriga porque, com raras exceções, esses projetos são comandados por grandes grupos transnacionais, interessados apenas em auferir altos lucros.

Desvendando a Arqueologia: uma viagem ao passado (Parte I – Arqueologia e Histórico da Arqueologia)

Desvendando a Arqueologia: uma viagem ao passado
(Parte I – Arqueologia e Histórico da Arqueologia)
Por Antonio Canto*
       Dedicamos este espaço para apresentar, de maneira simples e objetiva, uma panorâmica sobre a Arqueologia, abordando aspectos que possibilitarão ao leitor uma viagem ao passado através desta fascinante ciência. Destinado a um público estudantil, intencionamos divulgar aos alunos do 1º e 2º graus, ou mesmo do 3º grau e demais interessados na temática, as pesquisas aplicadas pelos arqueólogos para reconstituir o modo de vida das populações passadas.
       A iniciativa de elaboração dos textos que serão apresentados em nossa coluna encontra resposta no pouco espaço destinado à Arqueologia (pré-história) no currículo da disciplina de história nas escolas de 1º e 2º graus no Brasil, resultando na falta de conhecimento do patrimônio arqueológico brasileiro pelas diversas gerações formadas nestas escolas.
       A partir da série “Desvendando a Arqueologia: uma viagem ao passado” discutiremos no Site Brasil Escola, através de pequenos textos e fácil leitura, questões que vão desde o conceito da arqueologia, origem e processo evolutivo do homem (analisando a sua relação com o meio ambiente na pré-história), até o momento em que se deu a produção dos seus objetos utilitários (instrumento de caça, ferramentas líticas, cerâmicas, etc.). 
       A estratégia dessa divisão busca orientar o leitor a um maior aprofundamento dos termos utilizados pelos arqueólogos ao analisarem os sítios arqueológicos. Sendo assim, abordaremos, na coluna de arqueologia, as seguintes questões:
- noções gerais sobre a pesquisa arqueológica, em que o conceito, os objetivos desta ciência e o trabalho do arqueólogo são detalhadamente discutidos;
- informações sobre o meio ambiente em que o homem pré-histórico estava inserido, observando-se, simultaneamente a esta análise, as mudanças na estrutura genética do homem para se adaptar à dinâmica do ambiente;
- uma análise dos artefatos produzidos pelos grupos pré-históricos. Discute-se, nesta etapa, a confecção e a utilização das ferramentas líticas (em pedra) e da cerâmica arqueológica;
- os métodos de datação utilizados na Arqueologia para situar, temporalmente, os sítios arqueológicos e datar os artefatos encontrados nestes sítios;
- arte rupestre. Discutem-se, neste capítulo, as técnicas utilizadas para a realização das pinturas e gravuras feitas nas pedras;
- a ocupação sambaquieira.

Com esta proposta de trabalho estaremos contribuindo para divulgar a pré-história e a história brasileira como forma de promoção permanente de atividade de Educação Patrimonial, na perspectiva de despertar, no leitor, uma conscientização voltada para a preservação do patrimônio arqueológico brasileiro.
Posteriormente à série “Desvendando a Arqueologia: uma viagem ao passado”, apresentaremos os resultados das pesquisas arqueológicas em diversos sítios arqueológicos do Brasil em que o autor desta coluna vem trabalhando sistematicamente. Vamos conhecer a arqueologia? Boa viagem ao passado!

Desvendando a Arqueologia: uma viagem ao passado (Parte II – Tipos de Sítios Arqueológicos; Como são encontrados os Sítios Arqueológicos?)

Desvendando a Arqueologia: uma viagem ao passado
(Parte II – Tipos de Sítios Arqueológicos; Como são encontrados os Sítios Arqueológicos?)
Por Antonio Canto
Antes de iniciarmos a discussão sobre os métodos empregados na Arqueologia para o estudo detalhado dos sítios, vamos melhor entender o que são sítios arqueológicos e como eles podem ser classificados?
Define-se como sítio arqueológico o local utilizado pelos grupos pretéritos para as suas habitações (moradia) e todas as atividades que permitiram a sua subsistência, cujos testemunhos (vestígios arqueológicos) encontram-se espacialmente distribuídos.
Neste caso, a área ecológica que envolve os locais ocupados por estes grupos para a caça, a pesca, a coleta e a agricultura pode ser estendida a sítios arqueológicos, pois consideramos muito importante entender o espaço (o cenário) em que os sítios foram construídos.
A partir de algumas características ecológicas e ambientais da localidade em que estão os sítios arqueológicos, poderemos compreender com mais facilidade como viveram os nossos antepassados e como eles utilizaram o meio ambiente para suprir as suas necessidades.
Para que o arqueólogo possa classificar os tipos de sítios arqueológicos na sua pesquisa, existem algumas características que os definem muito bem. Os tipos mais comuns são os seguintes:
1) SÍTIOS CERÂMICOS / LÍTICOS (LITO-CERÂMICOS)
Neste tipo de sítio há a predominância de materiais cerâmicos em sua superfície, sendo um indício para esta classificação.
Ao escavar este tipo de sítio, o arqueólogo encontra uma quantidade considerável de cacos de cerâmicas, ou mesmo cerâmicas inteiras, geralmente associadas a outros elementos arqueológicos, como por exemplo, os artefatos líticos (ferramentas em pedra), ossos e restos de alimentos.
Algumas peças, como urnas funerárias (objetos pra colocação dos mortos), potes de barro para utilidades culinárias, para conter líquidos, armazenamento, dentre outras funções, são muito comuns neste tipo de sítio.

Urna Funerária Tupiguarani.
Foto: A. Prous (in: Revista Ciência Hoje On-line – 2005).
Ilustram como material cerâmico encontrado nesses sítios, utensílios como: pratos, tigelas, vasos, urnas funerárias, enquanto que as machadinhas, os moedores, os raspadores, as lascas, as pontas, dentre outros objetos, caracterizam os artefatos líticos.

Instrumentos em pedra lascada: em cima, quatro raspadores em forma de quilha de barco e uma ponta de dardo; embaixo, duas facas e dois talhadores.
Foto: Pedro Ignácio Schmitz (in: Revista Ciência Hoje On-line – Dez. 2004).
2) SÍTIOS DE ARTE RUPESTRE
Como já discutimos na parte I dessa série, a arte rupestre pode ser entendida como as pinturas e as gravações realizadas nos paredões de rocha pelos grupos pré-históricos, possivelmente na intenção de contarem a história do seu dia a dia.
Este tipo de sítio está geralmente associado ou próximo a sítios cerâmicos / líticos. Mas existem casos em que as pinturas e as gravuras foram realizadas em áreas que não permitiam o estabelecimento de moradia. Nestes casos, o arqueólogo registra-o apenas como sítio de arte rupestre.

Representação de figura humana e animais estáticos da tradição Agreste encontrada no Parque Nacional da Serra da Capivara (PI).
Foto: Revista Ciência Hoje On-line (Nov. 2003).

Gravuras Rupestres - Pedra do Ingá/PB.
Foto: Antonio Canto.
3) OS SAMBAQUIS

Este tipo de sítio, na forma de pequenas montanhas, encontra-se geralmente próximo a superfícies aquosas como mar, rios, mangues, lagunas, etc.
Os grupos pré-históricos sambaquieiros construíram esses montes utilizando conchas, restos de habitações, alimentos, dentre outros elementos que, junto com os sedimentos (areia), formaram esta elevação.
Esse tipo de sítio pode atingir tamanhos variados, sendo, como anteriormente citado, de 2 a 30 metros de altura e, aproximadamente, 100m de diâmetro.

Sambaqui (Santa Catarina)
Foto: Revista Ciência Hoje On-line
4) SÍTIOS HISTÓRICOS
Para este tipo de sítio podemos identificar ruínas de edificações ou mesmo a edificação propriamente dita, como fortes, igrejas, prédios antigos, engenhos e monumentos.
Associados aos materiais encontrados nestes sítios estão os canhões, armas de fogo, balas, moedas, louças / faianças, garrafas dentre outros objetos.


Sítio Histórico de Olinda (PE).
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CANTO, Antonio. 2003. Tópicos da Arqueologia. Rio de Janeiro: CBJE. 66 p.
Por Antonio Canto
Colunista Brasil Escola

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Antonio Canto  é Arqueólogo, Mestre em Geociências (UFPE), Doutorado em Arqueologia (Universidade de Coimbra). Professor Universitário; Arqueólogo da Oficina-Escola de Revitalização do Patrimônio Cultural de João Pessoa; Presidente do Núcleo de Pesquisas Arqueológicas e Sociais (NUPAS).

Desvendando a Arqueologia: uma viagem ao passado (Parte III – As Escavações Arqueológicas)

Desvendando a Arqueologia: uma viagem ao passado
(Parte III – As Escavações Arqueológicas)
Por Antonio Canto*
Os vestígios do passado, compostos pela cultura material dos grupos pré-históricos e históricos, podem ser encontrados no solo pelo arqueólogo, através das escavações arqueológicas sistemáticas. No caso dos sítios históricos, os arqueólogos utilizarão os mesmos procedimentos metodológicos adotados para os sítios pré-históricos; só que ele contará com o apoio de um engenheiro arquiteto para analisar as informações sobre os aspectos arquitetônicos das edificações (estrutura das construções, paredes, etc.) e terá disponíveis, também, fontes de informação para a pesquisa (textos, mapas, fotografia, etc).
Nas escavações, os objetos encontrados nas camadas mais profundas do solo, geralmente podem ser considerados como os elementos mais antigos. Mas essa regra não pode ser aplicada a todos os sítios arqueológicos. Muitas vezes, em decorrência de movimentos que ocorrem na terra (movimentos tectônicos), pela ação de alguns animais como o tatu e pela ação do próprio homem, durante a prática da agricultura ou outra atividade realizada nos solos arqueológicos, alguns materiais que estão nas camadas superiores podem passar para as camadas inferiores e vice-versa. Para se determinar essas camadas no solo, utiliza-se um método já adotado pelos geólogos e que desde o século XIX foi incorporado pela arqueologia. A este método, que tem por finalidade analisar os diferentes estratos do solo, chamamos de Estratigrafia.
A partir do estudo da estratigrafia podemos identificar características distintas das ocupações humanas no solo. Essas camadas do solo, quando compostas de materiais arqueológicos, nos revelarão aspectos das diferentes fases das ocupações humanas (mudanças culturais). A estratigrafia funcionará para o arqueólogo como uma espécie de livro, em que cada uma das camadas identificadas em um perfil do solo representará um capítulo da história da vida humana. A história da vida dos grupos passados será interpretada a partir dos acontecimentos que ficaram marcados nessas camadas, situadas numa posição inferior à superfície em que pisamos atualmente, daí os resíduos deixados desde a pré-história estarem em camadas mais antigas.
Quando o arqueólogo identifica um local onde possa existir algum vestígio da presença humana no passado, ele realiza uma escavação. Ressaltamos que as informações advindas da topografia (representação de um plano na superfície da terra), dos aspectos da vegetação ou mesmo do ambiente em seu geral, devem ser detalhadamente observadas e incorporadas aos resultados obtidos das descobertas arqueológicas, seja para dados de referência ou para análises comparativas e interpretativas da evolução do ambiente.
Antes de iniciar a escavação propriamente dita, o arqueólogo vai procurar, na superfície do solo, algumas evidências das ocupações humanas, como por exemplo, cacos de cerâmica, artefatos líticos, etc. Depois de encontradas as evidências arqueológicas, ele realizará poços-teste e trincheiras (aberturas na superfície do solo) que permitirão escolher o local mais apropriado para a escavação. As atividades anteriores às escavações propriamente ditas são chamadas de sondagens. Antecedem os trabalhos de sondagem algumas atividades básicas como a limpeza do terreno, a colocação de estacas para delinear o quadriculamento da área que será escavada e seu nivelamento. Tanto para os poços-teste, trincheiras ou escavações, o trecho do solo a ser estudado através de ferramentas leves, como colheres de pedreiro, espátulas, pincéis, etc., será cortado em camadas de terra muito finas para que não seja destruído nenhum dos materiais arqueológicos que comprovem a existência do homem em épocas mais antigas.
Quando for percebida a existência de algum material arqueológico nestas camadas, o arqueólogo realizará uma atividade detalhada e minuciosa para evidenciar este material. Esta atividade é chamada de decapagem. Os trabalhos de escavação podem ocorrer de duas formas distintas. Na primeira forma, escava-se o sítio utilizando como parâmetro as camadas naturais da terra. Na medida em que a tonalidade da terra vai mudando e atingindo características diferenciadas nos sedimentos, é identificada uma camada. Essas camadas, quando compostas de material arqueológico, devem ser fotografadas e documentadas no diário do arqueólogo, para que depois ele possa interpretar as peças deste “quebra-cabeça” que possibilitará entender como viveram os grupos humanos passados.
Em função desses aspectos é que se dispensa total importância aos trabalhos de decapagem (limpeza do material e fotos em ângulos diferenciados, desenhos e mapeamento dos objetos, etiquetagem de cada pedra, osso, cerâmica, etc.).
Para a segunda forma de escavação, utiliza-se o método dos níveis artificiais. Mas o que são níveis artificiais? São medidas definidas pelo arqueólogo para os trabalhos de escavação. Geralmente adota-se 0,10m (10cm) ou 0,20m (20cm) para cada nível escavado.
Assim, com a mesma metodologia aplicada para analisar as camadas naturais do solo (decapagens, etiquetagens, etc.), o sítio arqueológico também é pesquisado por níveis artificiais. Então, somando os elementos arqueológicos (cerâmica, instrumentos em pedra, ossos, dentre outros elementos) com as informações obtidas das camadas do solo e do meio ambiente em que foi realizada a escavação, o arqueólogo terá provas para contar como ocorreu a vida dos povos primitivos durante a pré-história e, também, durante os períodos históricos. Em função da responsabilidade que o arqueólogo terá para contar a história destes povos, a partir dos dados advindos das suas pesquisas, as escavações devem ser muito bem documentadas (fotografias, filmagens e anotações) para que, em caso de qualquer dúvida que venha a surgir durante a interpretação do modo de vida dos grupos estudados, essas informações possam ser reavaliadas.
Por este motivo a escavação deve ser considerada e muito bem avaliada sob os seus dois aspectos (por camadas naturais ou níveis artificiais). Então, após delimitado o local onde será aberta a quadrícula que será escavada, o arqueólogo vai verificar este corte na estrutura horizontal (por decapagem) e, também, na estrutura vertical (tipo trincheira/perfil). Uma vez etiquetado, registrado e/ou documentado o material recuperado das escavações, estes serão levados ao laboratório para que possam ser analisados mais detalhadamente através de métodos específicos da arqueologia e de outras ciências que auxiliam a arqueologia a compreender a forma de vida do homem no passado.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CANTO, Antonio. 2003. Tópicos da Arqueologia. Rio de Janeiro: CBJE. 66 p.


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Antonio Canto é Arqueólogo, Mestre em Geociências (UFPE), Doutorado em Arqueologia (Universidade de Coimbra). Professor Universitário; Arqueólogo da Oficina-Escola de Revitalização do Patrimônio Cultural de João Pessoa; Presidente do Núcleo de Pesquisas Arqueológicas e Sociais (NUPAS).

Desvendando a Arqueologia: uma viagem ao passado (Parte IV – O homem pré-histórico e o meio ambiente)

Desvendando a Arqueologia: uma viagem ao passado
(Parte IV – O HOMEM PRÉ-HISTÓRICO E O MEIO AMBIENTE)
Vamos entender a ocupação humana no período Quaternário?

A arqueologia, que tem por condição maior elucidar a origem e o modo de vida das primeiras formações sociais – reconstituídas a partir dos vestígios dos nossos antepassados -, utiliza-se das ciências ambientais para delinear aspectos referentes a essa origem e ao processo evolutivo humano.
Levando em consideração que o homem não nasceu dotado de meios concretos que assegurassem a sua alimentação, subsistência ou quaisquer outras características que pudessem equacionar essas necessidades, ele desenvolveu uma capacidade criativa, certamente com erros e acertos, a partir da disponibilidade dos recursos envolventes ao local escolhido para a sua moradia.
Por isso concordamos com a teoria de que a escolha dos locais de moradia, durante a pré-história, se deu a partir de uma escala cultural.
A destreza em produzir vestuários, habitações, material lítico (machados, pontas de flechas, etc.), a cerâmica e outros objetos utilitários, pode ser entendido como um êxito humano na luta pela sua sobrevivência.
O desenvolvimento das técnicas e o aprimoramento dos instrumentos e artefatos para facilitar as condições humanas ou mesmo a adaptação biológica ao meio ambiente escolhido para moradia, não teriam sido possíveis se não tivesse ocorrido uma tradição sociocultural. A paisagem (cenário), por sua vez, tornava-se gradativamente mais cultural.
Para melhor entender como o homem conseguiu desenvolver aspectos necessários à sua sobrevivência, é importante colocar como se apresentavam as condições ambientais que possibilitaram essas atividades na pré-história.
As datações arqueológicas indicam que a existência humana e o domínio do homem ao meio ambiente se deram a partir do período Quaternário. Por volta dos 2 milhões de anos surgiram os primeiros grupos humanos. Como a referência cronológica associa-se ao período das glaciações quaternárias, apresentaremos uma panorâmica deste período, procurando associar as ocupações humanas às condições ambientais vigentes.

O QUATERNÁRIO

Denomina-se Quaternário o segundo período da era cenozoica, que abrange duas épocas com dinâmicas ambientais distintas. As duas épocas que constituem esse período são: Pleistoceno, entre 2 milhões de anos e 10.000 anos antes do presente (AP), e Holoceno, entre 10.000 anos AP e os nossos dias.
Sendo assim, é importante analisar as causas que provocaram alguns dos fatores responsáveis por muitas das modificações e instabilidade climáticas que caracterizam o Quaternário, a partir de uma breve discussão sobre esse período.

Figura 1 – O Quaternário na Escala Geológica do Tempo


Durante o Pleistoceno, as glaciações dominaram o clima e deixaram depósitos trazidos pelo gelo nos locais da sua ocorrência, permitindo que os pesquisadores identificassem a existência de quatro grandes estágios principais de glaciação, sendo: Günz (primeiro), Mindel (segundo), Riss (terceiro) e Würm (quarto). E dois menos expressivos conhecidos, como Donau e Biber.
É importante considerar que cada um desses estágios glaciais foi separado por um período interglacial, ou seja, por um intervalo de tempo mais quente entre duas fases glaciais.
Se considerássemos, por exemplo, a última glaciação ocorrida durante a transição do Pleistoceno para o Holoceno (glaciação Würm), poderíamos dizer que estamos atravessando, agora, um período interglacial.
As causas principais dessas glaciações podem estar associadas a fatores astronômicos, uma vez que se conhece, na história geológica da Terra, outros grandes períodos glaciais anteriores ao Quaternário.
A atividade de manchas solares, produzindo um aumento de nevascas e de chuvas, e as variações da potência das radiações solares são algumas das características atribuídas para as modificações climáticas ocorridas durante o Quaternário.
As glaciações quaternárias corresponderam, em áreas tropicais e subtropicais, a condições climatológicas bastante diferenciadas, até gerar os aspectos climáticos atuais.
O final do Pleistoceno, em regiões tropicais, por exemplo, estaria associado ao clima seco acentuado, enquanto o Holoceno estaria associado ao semiárido relacionado com o calor atenuado.
Durante as glaciações do Quaternário, quantidade considerável de água foi retida, em áreas litorâneas, sob a forma de gelo, na Europa e na América do Norte, resultando, daí, no abaixamento do nível do mar.
Dentre outros eventos naturais, ocorreram, principalmente, fatores, como plataformas expostas a processos subaéreos de erosão, sedimentação e formação de solos.
Os estudos de Geologia, sobre o Quaternário, levam a crer que durante o Pleistoceno o mar deveria se encontrar numa posição de aproximadamente 100 metros abaixo do atual, já que as camadas de gelo e as geleiras dos polos bloquearam precipitações de chuvas e neve nas áreas de altas latitudes. Assim, estaríamos diante de um período de regressão.
Chama-se período de regressão, em Geologia, o processo de recuo ou abaixamento do nível do mar, e, período de transgressão, o processo de avanço do mar no continente.
Então, quando a água advinda do degelo, posteriormente ao período de regressão, fluiu para o mar, elevando o seu nível, ocorreu um período de transgressão.
Por essas razões, acontecimentos como a formação de praias elevadas, florestas submersas e vales inundados pela transgressão imediata da fusão dos gelos, fizeram com que os rios passassem a ser vagarosos, o que consequentemente gerou a formação de grandes deltas e amplos pantanais.
Posteriormente, quando o nível do mar desceu outra vez (período de regressão), houve a formação de terraços fluviais no leito dos rios.
O período Quaternário é marcado por fortes mudanças climáticas, com diversos períodos regressivos e transgressivos. A partir dessas considerações, é válido lembrar, também, que durante as fases glaciais do Quaternário, o gelo não formou relevos, apenas deformou os relevos já existentes.
Isso parece ser uma das causas das duas primeiras glaciações (Donau e Biber) apresentarem vestígios duvidosos, sendo comumente desprezadas e até mesmo negadas a sua existência por alguns pesquisadores.
Cada glaciação acentua mais um pouco o relevo. Em áreas bem planas, por exemplo, quase nada se acentua, mas em áreas com relevo mais rigoroso, cada glaciação acentua mais esse relevo.
Somente a partir da glaciação Riss (até agora penúltima), os efeitos do clima frio e das mudanças do nível do mar tornaram-se mais evidentes, inclusive nas áreas intertropicais.
Assim, no Brasil, por exemplo, as flutuações climáticas do início do Pleistoceno quase não eram sentidas. Apenas a partir da glaciação Riss começam as evidentes diferenças entre climas mais ou menos secos.
No nosso próximo texto, vamos conhecer a evolução do homem no período Quaternário. Até lá!

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CANTO, Antonio. 2003. Tópicos da Arqueologia. Rio de Janeiro: CBJE. 66 p.
Por Antonio Canto
Colunista Brasil Escola

Desvendando a Arqueologia: uma viagem ao passado (Parte V – A evolução do homem no quaternário)

Como pudemos observar na discussão anterior, o período Quaternário foi caracterizado por fortes instabilidades no clima.

Em meio aos acontecimentos climáticos ocorridos, é importante ressaltar a questão humana, buscando-se compreender como se deu a evolução do homem com tantas modificações no ambiente. Assim, poderemos avaliar como o homem acompanhou as diversas fases ambientais e quais foram as consequências que essas fases causaram no processo evolutivo da espécie humana.

Existem numerosas hipóteses cientificas em relação ao aparecimento humano. Essas teorias, muitas vezes, entram em contradição umas com as outras pela ausência de dados precisos que venham a reduzir esta problemática.

As pesquisas de Antropologia biológica (área da antropologia que se dedica a estudar a estrutura humana passada), muito nos podem esclarecer e auxiliar na compreensão destes fatos.

A figura 1 apresenta algumas das características humanas percebidas nos estudos antropológicos e arqueológicos. Estas características, acompanhadas de datações radiocarbônicas, podem nos fornecer o momento aproximado em que se deu a passagem de um estágio humano para outro, relacionando esta evolução com as condições do ambiente, analisadas em nossa discussão anterior.

Tal associação permitirá abrir novas perspectivas sobre até que ponto o meio ambiente contribuiu para que houvesse mudanças nos grupos humanos, já que o homem teria que se adaptar ao meio em que estava inserido, causando modificações corporais que se foram moldando ao longo dos milhares de anos. Daí foram surgindo mudanças na estrutura genética do homem até atingir uma espécie nova e capaz de se adaptar à dinâmica do ambiente atual.

Relacionar estas hipóteses em meio às fortes mudanças ambientais existentes no Quaternário é uma tarefa bastante complexa e, ao mesmo tempo, muito instigante!.
Na medida em que houve estágios evolutivos da humanidade, puderam se constituir alguns grupos, dentro dos períodos pré-históricos, cuja capacidade de adaptação ao meio ambiente, resultaram em atividades que lhes garantiram a permanência e a ocupação dos espaços durante fases e períodos significativos.

Sendo assim, formaram-se, nos períodos pré-históricos, em decorrência das necessidades cotidianas e biológicas, algumas categorias de grupos, subdivididas em dois estágios: o arcaico e o formativo.

Os grupos classificados como Pescadores-caçadores-coletores estão, na escala evolutiva humana, inseridos no estágio arcaico, enquanto os grupos de horticultores/agricultores estão associados ao estágio formativo.

“O conceito de arcaico se refere a uma cultura de progressiva adaptação ao clima pós-glacial, mais quente, mais úmido, que vai se aproximando do nosso ambiente atual. A cultura desse período se diversificaria com o homem buscando novos recursos alimentares nas savanas, nas estepes, na beira do mar e dos lagos; a caça não seria mais especializada em megafauna, mas geral e diversificada; a coleta animal e vegetal aumentaria e a experimentação e o conhecimento acumulado levariam à domesticação de plantas e de animais que, no formativo, já se transformaria em sustento confiável, mesmo se ainda complementar” (Schmitz, 1999).

As evidências arqueológicas, recuperadas dos vestígios do homem primitivo, permitiram constituir as seguintes informações quanto aos estágios humanos: os grupos de pescadores-caçadores-coletores (PCC) eram formados por populações pré-históricas cuja subsistência esteve fortemente vinculada aos recursos captados no ambiente. Dentre as suas principais atividades estaria a produção das ferramentas de pedra lascada.
A maior parte da bibliografia disponível classifica estes grupos (PCC) como nômades, mas os estudos recentes colocam em dúvida esta assertiva, uma vez que o tempo de permanência destes povos, em alguns sítios arqueológicos, resultaram em ocupações mais prolongadas do que se supõe, complementando que, nesses mesmos sítios, evidências de vestígios cerâmicos, atribuídas até então aos agricultores, encontram-se presentes. Posteriormente discutiremos, detalhadamente, essas questões.

Quanto às populações de horticultores/agricultores, a sua principal característica se constitui como grupos sedentários que têm como evidência arqueológica a confecção de cerâmicas, artefatos líticos, a domesticação de animais, o processamento de vegetais e organizados socialmente em aldeias pré-históricas.

Vamos analisar, a seguir, os quadros comparativos dos estágios humanos, observando a adaptação e o desenvolvimento das suas espécies no tempo e no espaço:



Figura 1 – Esquema da sequência evolutiva do homem durante a pré-história
(Silvestre; Oliveira, 1998)
Diversos aspectos, apoiados nas características anatômicas dos restos humanos recuperados dos sítios arqueológicos, permitiram que os arqueólogos e os antropólogos físicos dividissem as fases humanas em quatro estágios, sendo eles:

1º) Pré-humano;
2º) Humano primitivo;
3º) Humano tardio;
4º) Humano moderno.

A associação do esquema classificatório humano acima (figura 1), com as características descritas na figura 2, permitem-nos embarcar numa viagem pelo túnel do tempo até a Pré-história!. Seguindo a escala temporal da evolução humana, estabelecida a partir das descobertas arqueológicas mais significativas, entre as décadas de 70 e 90, podemos sistematizar as seguintes informações:

a) Aproximadamente aos 4,2 milhões de anos, datado na escala do tempo como fase pré-humana, encontram-se registros dos primeiros hominídios da espécie Australopithecus na África.

b) Evidências datadas em 3,7 milhões de anos indicam o esqueleto Australopithecus afarensis conhecido como Lucy, encontrada em Hadar, na Etiópia.

c) Registros humanos datados entre 2 e 2,5 milhões de anos, encontrados na Tanzânia em jazidas do Olduvai, apresentam dados de um estágio humano primitivo (recebendo terminologia Homo por lembrarem características anatômicas mais modernas). Neste limite do tempo, encontra-se a espécie Homo habilis.

d) Entre 1,2 e 1,5 milhões de anos, a partir de dados arqueológicos advindos do Oriente Próximo e do Norte da África, situam-se as primeiras evidências da espécie Homo erectus, classificada como estágio humano tardio.

e) Ainda no período pleistocênico, entre 100.000 e 12.000 anos AP, na África Oriental e Meridional, estão as primeiras evidências do estágio humano moderno, cuja espécie é conhecida como Homo sapiens sapiens.

Grupos Taxonomicos
Área Geográfica de Ocupação
Capacidade Craniana

Dentição
Estágio do Bipedalismo
Australopithecus anamensis

África (parte leste)

Muito pequena

?

Inicial
Australopithecus afarensis (Lucy)

África (parte leste)

420cm3

?

Bípede/arbórea
Australopithecus aethiopicus

África (parte leste)

?
Molar / caninos e incisivos pequenos

?

Australopithecus boisei

África (parte leste)

510-530 cm3
 Caninos pequenos em relação ao Australopithecus aethiopicus


Bípede
Australopithecus robustus

África (parte sul)

500-530 cm3
Molares e pré-molares grandes (menores que os dois anteriores)


Bípede


Australopithecus africanus


África (parte sul)


430-520 cm3
Possuía incisivos maiores e área molar menor que os da linhagem robusta:
(A. aethiopicus, A. boisei e A. robustus).




Bípede Primitivo

Homo habilis

África (parte leste)

750 cm3
Molar menor do que a linhagen robusta dos australopitecinos


Bípede Avançado

Homo rudolphensis
Surgido na África e migrado para a Ásia
Maior do que H. habilis (?)
Dentição robusta (área molar maior do que os incisivos)

?

Homo erectus
Surgiu na Ásia e migrou para a África

1000 cm3
Dentição posterior menor do que australopitecinos

Bípede
Homo ergaster
África
1067 cm3
?
?
Homo heidelbergensis ou
Homo sapiens arcaico

África, Ásia e Europa

África – 1200 cm3
Ásia – 1120 cm3
Europa: mandíbula robusta e dentes grandes


?


Homo neanderthalensis


Europa e no Oriente Médio e no Usbequistão (Ásia)



1520 cm3
Os dentes da mandíbula iam para frente para encaixar no maxilar superior e os incisivos eram largos, com raiz larga




Bípede
Homo sapiens sapiens
Surgimento: África? Ásia?

1400 cm3

Arcada superciliar
Bipedalismo Excelente
Figura 2 – Quadro do Desenvolvimento Humano no Quaternário
(CANTO, 1995)
Como se pode observar no conjunto de análises, reflexões, construções hipotéticas, críticas, negações, comprovações e propostas sobre a origem, a antiguidade, a dispersão e a ocupação do homem na África, Ásia, América do Norte e América do Sul, os dados ainda são muito genéricos para sem incorporadas interpretações arqueológicas precisas.

Mas a teoria aceita universalmente, mesmo considerando que muitas das descobertas ocorreram de modo casual, é que a entrada do homem no continente americano teria se realizado através do Estreito de Bering, área situada entre a Sibéria e o Alasca, por volta dos 12.000 anos AP (antes do presente).

Apesar das análises antropológicas e arqueológicas sistemáticas e das datações realizadas nas frações ósseas, crânios e dentes pré-históricos recuperados das escavações, pelos arqueólogos, representarem dados relevantes sobre a origem e a dispersão dos grupos humanos passados, muito ainda se discute sobre a época em que estes grupos teriam ocupado a América do Norte e a América do Sul. No nosso próximo texto, vamos conhecer os artefatos utilizados pelo homem pré-histórico. Até lá!


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CANTO, Antonio. 1995. Considerações arqueológicas sobre o Quaternário brasileiro. Universidade Federal de Pernambuco. Digitado. 30p.

CANTO, Antonio. 2003. Tópicos da Arqueologia. Rio de Janeiro: CBJE. 66 p.

SCHMITZ, P. I. 1999. Caçadores-coletores do Brasil Central. In: TENÓRIO, M. C. (Org.). Pré-História da Terra Brasilis. Rio de Janeiro: UFRJ: 89-100.

SILVESTRE, D.; OLIVEIRA, F.F. 1998. The bioscience webring site owned. (trad.) Internet.
Por Antonio Canto
Colunista Brasil Escola

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