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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Colonização Inglesa


A colonização inglesa: um processo distinto na ocupação das terras norte-americanas.


A incursão dos ingleses no processo de colonização do continente americano conta com determinadas particularidades que o difere sensivelmente da experiência colonial promovida por portugueses e espanhóis. Entre outras razões, podemos apontar o processo tardio de colonização, a natureza espontânea da ocupação dos territórios e as características do litoral norte-americano como pontos fundamentais na compreensão da colonização inglesa.

No governo da rainha Elizabeth I (1558 – 1603), a Inglaterra ingressou na economia mercantilista ao investir na construção de novas embarcações e no comércio marítimo. Nesse contexto, a pirataria se tornou uma importante fonte de lucros sustentada no assalto de navios espanhóis que saíam do Caribe com destino à Europa. Nesse mesmo período tentaram empreender a colonização de região norte-americana com a organização de três expedições comandadas por Walter Raleigh.

O insucesso dessas primeiras expedições só foi revertido com a criação da colônia de Virgínia, em 1607. Depois disso, o processo de colonização britânico ganhou força com a política de cerceamentos, que expulsou os pequenos agricultores de suas propriedades, forçando-os a buscar outras possibilidades no Novo Mundo. Concomitantemente, os conflitos religiosos que tomaram conta da Inglaterra após a reforma anglicana também motivaram a imigração dos puritanos ingleses para a América.

No ano de 1620, o navio Mayflower saiu da Inglaterra com um grupo de artesãos, pequenos burgueses, comerciantes, camponeses e pequenos proprietários interessados em habitar uma terra onde poderiam prosperar e praticar o protestantismo livremente. Chegando à América do Norte naquele mesmo ano, os colonos fundaram a colônia de Plymouth – atual estado de Massachusetts – que logo se transformou em ponto original da chamada Nova Inglaterra.

Com o passar do tempo, esse processo de colonização estabelecida por meio da ação autônoma de determinados indivíduos passou a ganhar características mais diversas. Na região norte, a colonização de povoamento teve que suplantar grandes dificuldades que com a posterior consolidação de pequenas propriedades e o uso de mão-de-obra livre permitiram a formação de um comércio diversificado sustentado pela introdução da manufatura e o surgimento de um mercado consumidor.

Na região sul, as especificidades geográficas e climáticas propiciaram um modelo de colonização distinto. O clima subtropical, o solo fértil e as planícies cortadas por rios navegáveis consolidaram um modelo de colonização semelhante aos padrões ibéricos. Dessa forma, o sistema de plantations estabeleceu o surgimento de grandes fazendas monocultoras produtoras de tabaco, arroz, índigo e algodão. Com isso, a grande demanda por força de trabalho favoreceu a adoção da mão-de-obra escrava vinda da África.

Compondo um processo de ocupação tardio, a região central ficou marcada por uma economia que mesclava a produção agropecuarista com o desenvolvimento de centros comerciais manufatureiros. As primeiras colônias centrais apareceram por volta de 1681, com a fundação das colônias do Delaware e da Pensilvânia. Durante a independência das colônias, esta região teve grande importância na organização das ações que deram fim à dominação britânica.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Commonwealth


Cromwell, ao alcançar o poder, afastou os populares das instituições políticas.
No ano de 1649, a chegada de Cromwell ao poder, inicialmente representou a possibilidade de instalação de um governo popular na Inglaterra. No entanto, ao assumir o governo da Inglaterra, o líder do Conselho de Estado, ou Commonwealth, abandonou os populares que tinham lhe concedido tamanha ascensão política. A “república” de Cromwell teve, na prática, a feição de uma ditadura personalista.

Ao mesmo tempo em que combateu militarmente a reação dos monarquistas apoiados pela Coroa Escocesa, Cromwell também perseguiu e assassinou diversos líderes dos diggers e levellers. No campo econômico, esforçou-se em barrar a concorrência holandesa com a aprovação dos Atos de Navegação. Segundo essa lei, nenhuma embarcação estrangeira, exceto as provenientes do mesmo país de origem do produto, poderia atracar no litoral inglês. Com essa medida, o governo buscava recuperar a economia britânica através do benefício dos setores burgueses.

Em 1653, o Parlamento britânico fora completamente dissolvido; Oliver Cromwell alcançou a condição de Lorde Protetor da Inglaterra. Não tendo mais nenhum tipo de poder limitador, Cromwell transformou-se em um líder máximo. Gozando de direitos políticos ilimitados, cogitou-se a coroação dele enquanto rei da Inglaterra. Não querendo aparentar uma espécie de retorno ao Antigo Regime, Oliver Cromwell rejeitou tal proposta.

Centralizando os poderes, Cromwell conduziu um período mais estável no processo da revolução inglesa. Tendo poderes muito próximos aos de um monarca, Oliver Cromwell indicou seu filho para sucedê-lo no governo. Com sua morte, em 1658, o governo caiu nas mãos de Richard Cromwell. Sem amplo apoio político, Richard acabou deposto pelo “Parlamento Coto”, em 1659.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Comunismo


O comunismo foi pensado de diferentes formas ao longo do tempo.
De forma geral, a maioria dos livros didáticos costuma atrelar o surgimento do comunismo em função da reflexão teórica apontada por Karl Marx e Friedrich Engels. Entretanto, essa idéia de que o comunismo seria fruto de uma mera reflexão de dois teóricos do século XIX pode ser vista sobre outro prisma. Basta compreendemos o comunismo enquanto experiência socialmente vivida e, ao mesmo tempo, buscarmos enxergar traços dessa mesma experiência na fala de outros pensadores.

O comunismo pode ser compreendido como certo tipo de ordenação social, política e econômica onde as desigualdades seriam sistematicamente abolidas. Por meio dessa premissa, a experiência comunista parte de um pressuposto comum onde a desigualdade social gera problemas que se desdobram em questões como a violência, a miséria e as guerras. A intenção de banir as diferenças entre os homens acaba fazendo com que muitos enxerguem o comunismo como uma utopia dificilmente alcançada.

Na Grécia Antiga, o filósofo Platão buscou arquitetar uma forma de governo ideal onde a propriedade privada e as famílias seriam extintas. O fim da família e da propriedade reforçaram um ideal de comunidade que colocaria em segundo plano os interesses individuais e familiares. A união sexual deveria ter caráter temporário e a criação dos filhos seria de responsabilidade do Estado. Sem abordar a questão do escravismo, o pensamento platônico não tece uma crítica total aos valores de sua época.

Durante a Idade Média, a crise do sistema feudal e o grande enriquecimento da Igreja impulsionaram a formação de movimentos que tentaram abolir as desigualdades. Inspirados por um discurso de forte traço religioso, algumas das heresias medievais não só criticavam as desigualdades de seu tempo. Dotados de uma tendência mais radical, alguns movimentos religiosos deste período defendiam a supressão da classe nobiliárquica e a revolta camponesa como mecanismos de justiça social.

No período de ascensão da burguesia mercantil, outros pensadores também se preocuparam em criticar os valores de seu tempo em favor de uma sociedade ideal. No século XVI, o filósofo britânico Thomas Morus redigiu a obra “Utopia”, lançou novas bases onde o comunismo seria vivido por meio de mecanismos que subordinassem a individualidade em prol do coletivismo. Contrariando uma tendência do pensamento renascentista (o individualismo), Morus buscou uma maior comunhão social.

No século seguinte, o advento da Revolução Inglesa foi visto como uma experiência histórica que deu brecha a práticas comunistas. Em meio às reivindicações da nascente burguesia britânica, trabalhadores urbanos e camponeses reivindicavam o fim das propriedades privadas e coletivização igualitária das riquezas. Nessa época, um grupo conhecido como “diggers” (do inglês, cavadores) plantava em lotes públicos e distribuía os alimentos colhidos entre a população inglesa.

O desenvolvimento da sociedade capitalista trouxe novas inspirações ao pensamento comunista. O auge dessas tentativas de explicação das desigualdades surgiu com os pressupostos do socialismo científico de Karl Marx e Friedrich Engels. Inspirados pela dialética hegeliana e uma interpretação histórica das sociedades, esse pensadores buscaram na realidade material a construção de um argumento que colocou no antagonismo das classes sociais as bases de transformação do mundo.

Dessa maneira, o socialismo lançou uma ousada proposta de transformação ao buscar na luta de classes e no materialismo histórico, meios racionais de mudança. Segundo o pensamento marxista, as desigualdades seriam suprimidas no momento em que as classes subordinadas tomassem o controle do Estado. Controlando esta instituição teriam a missão histórica de promover mudanças favoráveis ao fim das desigualdades sociais e econômicas.

Esse governo guiado pelo interesse dos trabalhadores, ao longo do tempo, reforçaria práticas e costumes em favor do comunismo. De acordo com o pensamento socialista, a real instituição do comunismo somente aconteceria no momento em que o Estado (compreendido como uma instituição de controle) fosse extinto em favor de uma sociedade na qual as riquezas fossem igualitariamente divididas a todos aqueles que contribuíssem com sua força de trabalho.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Conflito na Chechênia


Terrorismo: uma das mais recentes facetas do longo conflito entre russos e chechenos.


A disputa entre russos e chechenos, vez ou outra ganha destaque nos noticiários internacionais com o registro de conflitos de menor e maior impacto. De fato, esta intranqüila região das montanhas do Cáucaso tem sua história marcada por interesses de dimensões política, econômica e geográfica. Incrustado entre o mar Negro e Cáspio, essa localidade compõe a fronteira que divide os vários governos islâmicos do Oriente Médio e as zonas de influência russa no Leste Europeu.

Sob o ponto de vista histórico, a região ocupada pela Chechênia marcou uma antiga esfera de conflito entre os espaços dominados por cristãos e muçulmanos sob o ponto de vista político e religioso. Apesar de viverem em uma região dominada pelos russos, de orientação cristã, os chechenos se converteram ao islamismo por volta do século XVIII. Em resposta a tal situação, a monarquia czarista russa decidiu anexar a Chechênia aos seus vastos domínios imperiais.

A partir desse advento, o Império Russo teve enormes dificuldades para estabelecer seu domínio sob uma população com aspectos identitários e tradições bastante homogêneas. Nas primeiras décadas do século XX, passado meio século da dominação russa, os chechenos aproveitaram das convulsões que colocavam a revolução bolchevique a caminho na Rússia. Dessa forma, decidiram formar um governo independente com criação da República Montanhesa do Cáucaso Norte.

Apesar da profunda mudança política ocorrida na Rússia, os exércitos revolucionários trataram de dar fim ao intento separatista entre os anos de 1919 e 1921. Com a represália russa, os chechenos mais uma vez retrocederam seus desejos autonomistas tendo somente outra oportunidade com a Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945). Nesse momento, inspirados pela ação dos finlandeses, formaram um exército de resistência e declararam sua independência.

Temendo que os russos mais uma vez conseguissem derrotá-los, os chechenos decidiram buscar apoio militar da Alemanha Nazista. A aliança oferecia grandes vantagens à Hitler, que poderia daquela região promover o controle sobre os ricos campos de petróleo encontrado na região de Baku. Inconformado com essa aliança, o ditador Josef Stálin decidiu deportar mais de 400 mil chechenos para as áridas regiões da Ásia Central.

Este episódio marcou uma das últimas situações de conflito entre russos e chechenos na região. Contudo, nos fins da década de XX, o processo de desintegração do bloco socialista reavivou o desejo de soberania entre os povos do Cáucaso. Dessa forma, a Chechênia declarou uma nova independência, em novembro de 1991. Somente três anos depois, com a Rússia sob o comandado do presidente Boris Ieltsin, novas tropas foram enviadas contra os separatistas.

Em 1996, passados dois anos de conflito entre russos e chechenos, a Rússia sofreu uma humilhante derrota que poderia dar fim ao histórico impasse entre esses dois povos. Contudo, no ano de 1999, o exército russo invadiu a Chechênia depois de alguns militantes islâmicos radicais terem participado da tentativa de implantação de um governo islâmico na província do Daguestão. Nesse meio tempo, organizações de natureza terrorista se estabeleceram como uma nova força de oposição contra a dominação russa.

Recentemente, alguns indícios apontam a possibilidade de terroristas chechenos receberem apoio da rede terrorista islâmica Al-Qaeda. Em 2004, o seqüestro e assassinato de crianças em uma escola do interior da Rússia, promovido por terroristas chechenos e árabes, reativaram com grande força o clima de tensão. De lá para cá, a possibilidade de fim para esse conflito se torna uma incógnita que, cada vez mais, acumula lamentáveis sinais de ódio, sangue e terror.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Conflito no Quênia


A discrepância sócio-política entre os quicuios e as demais etnias explica os conflitos no Quênia.


Durante toda sua história, o Quênia foi considerado um dos mais pacíficos países de todo continente africano. Contudo, no final de 2007, violentos conflitos deram fim à boa fama da região em um episódio marcado pela morte de milhares de pessoas. Diversos homens munidos de facões invadiram uma favela em Nairóbi, capital do país, provocando uma série de linchamentos, estupros, mutilações, incêndios e assassinatos.

Essa ação extremada foi uma resposta ao fraudulento processo eleitoral que oficializou a reeleição do presidente Mwai Kibaki, membro da etnia quicuio. De fato, esta sangrenta manifestação foi produto das rixas existentes entre os quicuios e as demais tribos e etnias que também habitam esse país. Para entendermos melhor essa rivalidade, é necessário voltarmos nossos olhos para o processo de colonização desenvolvido pelos britânicos entre os séculos XIX e XX.

Ao iniciar a ocupação do Quênia, os europeus realizaram o transporte de enfermidades animais que simplesmente dizimaram uma significativa parcela do gado presente no país. Em pouco tempo, milhares de pessoas sofreram com epidemias geradas pela má alimentação e bruscos processos de concentração populacional. Contudo, enquanto algumas tribos perderam boa parte de seus integrantes com tais problemas, outros conseguiram resistir à falta de alimento e às epidemias.

No caso do quicuios, a devastação produzida pela ocupação européia permitiu que os mesmos se tornassem o grupo tribal majoritário dentro do Quênia. Além disso, ao longo da ocupação britânica, desfrutaram de vantagens e benefícios que os colocaram em posição desigual em comparação às outras tribos também presentes na região. Um exemplo disso se deu na própria construção da capital Nairóbi, localizada nas proximidades das terras dos quicuios.

Com o passar das décadas, somente os quicuios tiveram oportunidade de estudar nas escolas britânicas e, consequentemente, aumentar suas chances de ingressar nos cargos políticos e administrativos do estado queniano. Apesar disso, não podemos deixar de assinalar que essa população também sofreu com as imposições da ação imperialista quando tiveram suas terras tomadas para que outro tipo de exploração econômica fosse nelas implantado.

No contexto do processo de descolonização afro-asiático, os quicuios organizaram a rebelião Mau-Mau, uma importante revolta que contribuiu para o processo de independência do Quênia. Quando decidiram finalmente retirar suas instituições do país, no começo da década de 1960, os ingleses preferiram repassar o poder para uma pequena elite de quicuios proprietários de terra. Com isso, mais um ponto da desigualdade entre as tribos locais se perpetuava.

A hegemonia política e econômica dos quicuios no país reflete todo um processo de desigualdades sofrido desde o período da experiência imperialista. Contudo, cabe aos representantes políticos dessa maioria étnica reconhecer e ampliar os direitos de participação política e social dos luias, calenjins, luos, cambas, mijiquendas, somalis e outras tribos que ocupam esse mesmo território. Caso contrário, as discrepâncias e conflitos oriundos da ação imperialista tendem a ganhar maior profundidade.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Congresso de Viena


Os monarcas europeus discutem a reorganização do mapa político da Europa pós-Napoleônica.


Em 1814, após tantas investidas sem resultado definitivo, as monarquias europeias finalmente conseguiram abater as hábeis tropas que garantiam o controle de Napoleão sobre a Europa. O carisma e o talento militar do general Bonaparte eram capazes de fazer com que as tropas francesas tivessem a capacidade de vencer batalhas que pareciam estar completamente perdidas. De fato, foi por meio desses e outros recursos que o exército francês conseguira tomar vários dos estados absolutistas do Velho Mundo.

Naquela época, tendo o mapa político europeu alterado por todas essas batalhas e conquistas, coube às grandes potências monárquicas reorganizar os governos da Europa. Dessa forma, representantes de países como Rússia, Prússia, Inglaterra, Áustria e a própria França se reuniram para resolver questões de fronteira e determinar a legitimidade dos governos que assumiram cada um dos Estados Nacionais. Mas seriam apenas essas as preocupações que motivaram tal reunião?

Na verdade, os participantes do Congresso de Viena tinham preocupação com a situação e os direitos dos reis na Europa pós-Napoleônica. A disseminação do ideário liberal e o próprio sucesso da Revolução Francesa eram indícios inegáveis de que o poder absolutista não poderia mais se comportar da mesma forma. Foi por isso que, até os estadistas mais conservadores, reconheciam a urgência de se criar constituições que abrissem caminho para a existência de direitos políticos e sociais mais amplos.

A primeira medida de impacto tomada pelo congresso foi conceder o governo da França para Luís XVIII, irmão do rei Luís XVI, que havia sido guilhotinado durante a experiência revolucionária francesa. Além disso, o governo francês perdeu todos os territórios conquistados pelos seus exércitos e foi obrigado a pagar uma pesada indenização para as nações prejudicadas pelas invasões napoleônicas. Enquanto a dívida não fosse quitada, os exércitos absolutistas europeus continuariam na França.

Com relação aos demais países afetados pela revolução, os principais dirigentes absolutistas decidiram adotar o princípio de legitimidade. Segundo essa diretriz, todas as dinastias que reinavam na Europa antes da Revolução Francesa teriam o governo e seus territórios reintegrados. Contudo, aproveitando o prestígio político alcançado pela vitória contra Napoleão, os representantes ingleses, russos, austríacos e prussianos conquistaram o direito de dominar territórios fora da Europa. Tal medida serviria como uma recompensa aos serviços prestados em defesa das monarquias europeias.

Outra medida envolvendo os esforços de Rússia, Prússia e Áustria foi a criação da Santa Aliança, um pacto de natureza política e militar que visava defender as medidas adotadas no Congresso de Viena. Nesse sentido, o exército formado a partir desse acordo tinha como função combater levantes liberais e preservar a autoridade dos governos europeus sobre as suas colônias.

Por conta dessa última diretriz, a Inglaterra não aderiu às forças da Santa Aliança. Tal recusa se justificava no interesse britânico em manter relações comerciais próximas com as nações americanas que tinham alçado sua independência. Por fim, a Santa Aliança acabou não alcançando o êxito esperado por causa dos vários levantes liberais que tomaram o Velho Mundo no século XIX e a incapacidade de frear o processo emancipatório que tomava conta do continente americano.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Consequências da Primeira Guerra Mundial


A crise da economia alemã: uma mulher usa dinheiro para aquecer sua lareira.
Os acordos que deveriam dar fim aos conflitos da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) serviram para que um clima de rivalidades se agravasse ao longo do período do Entre-guerras. A imposição de multas e sanções extremamente pesadas não conseguiu fazer com que o equilíbrio político real fosse alcançado entre as potências econômicas mundiais. Grosso modo, podemos afirmar que a Primeira Guerra pavimentou as possibilidades para a ocorrência de um novo conflito internacional.

Mesmo posando ao lado dos vencedores, a Itália saiu frustrada do conflito ao não receber os ganhos materiais que esperava. Na Alemanha, onde as mais pesadas sanções do Tratado de Versalhes foram instituídas, a economia viveu em franca decadência e os índices inflacionários alcançaram valores exorbitantes. Esse contexto de declínio e degradação acabou criando chances para que Itália e Alemanha fossem dominadas por regimes marcados pelo nacionalismo extremo e a franca expansão militar.

A Sociedade das Nações, órgão internacional incumbido de manter a paz, não conseguiu cumprir seu papel. O Japão impôs um projeto expansionista que culminou com a ocupação da Manchúria. Os alemães passaram a descumprir paulatinamente as exigências impostas pelos Tratados de Versalhes e realizaram a ocupação da região da Renânia. Enquanto isso, os italianos aproveitaram da nova situação para realizar a invasão à Etiópia.

O equilíbrio almejado pelos países também foi impedido pela crise econômica que devastou o sistema capitalista no ano de 1929. Sem condições de impor seus interesses contra os alemães e italianos, as grandes nações européias passaram a ceder espaço aos interesses dos governos totalitários. Aproveitando dessa situação, os regimes de Hitler e Mussolini incentivaram a expansão de uma indústria bélica que utilizou a Guerra Civil Espanhola como “palco de ensaios” para um novo conflito mundial.

Fortalecidas nessa nova conjuntura política, Itália, Alemanha e Japão começaram a engendrar os primeiros passos de uma guerra ainda mais sangrenta e devastadora. A tão sonhada paz escoava pelo ralo das contradições de uma guerra sustentada pelas contradições impostas pelo capitalismo concorrencial. Por fim, o ano de 1939 seria o estopim de antigas disputas que não conseguiram ser superadas com o trágico saldo da Primeira Guerra.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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